11 de abr. de 2017

NO REMORSE - No Remorse (álbum)



2017
Independente
Nacional

Nota: 9,5/10,0


Tracklist:

1. Throw the Bone
2. Trap House
3. A Flash of Thrash
4. Killing Ground
5. L.T.F.
6. Dawn of the Final Day
7. Killing Joke
8. The Ripper


Banda:


Igor Rodrigues - Vocais, guitarras
Erick Mamede - Bateria
Pedro Pellacani - Baixo, backing vocals


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Muitas vezes, mesmo fazendo um estilo já bem desgastado, a personalidade de certas bandas é tão intensa e clara que dá uma vida nova ao gênero. Há muitas bandas que fazem isso muito bem, tanto no exterior como no Brasil. Em termos de Thrash Metal, bandas como WOSLOM, PANZER, ANCESTTRAL, ANDRALLS, BLACKNING e muitos outros são representantes dignos que só abrilhantam o gênero. Mas existe um trio em terras cariocas disposto a entrar nesse time, com um trabalho ótimo.

Sim, estamos falando dos “Alcoholic” Thrashers do NO REMORSE, que à base de muita personalidade, garra e agressividade (obviamente alimentada por muita cerveja) chegam com seu novo lançamento, o primeiro álbum, “No Remorse”.

Esse trio tem um “approach” um pouco diferente: eles têm uma pegada mais híbrida entre a escola americana (pois sabem trabalhar bem o som), mas ainda assim, com aquela pegada mais explicitamente mais agressiva da escola europeia (em especial, ONSLAUGHT, ARTILLERY e, obviamente, TANKARD), e alguma coisa do bom e velho MOTÖRHEAD em algumas melodias secas. E isso ainda alimentado por muita garra e personalidade, permitindo que as músicas fluam de forma espontânea, agressiva, com arranjos bem dinâmicos. E o resultado final é muito, muito envolvente, acessível sem deixar de ser agressivo.

Rômulo Pirozzi produziu, mixou e masterizou o disco, tudo feito no Pyro-Z Estúdio, no Rio de Janeiro. A sonoridade é crua, rascante e agressiva até os ossos, mas nos permitindo entender tudo que a banda está tocando. Obviamente, o trio escolheu timbres mais próximos possíveis do que fazem ao vivo, sem rebuscar demais, e por isso, a energia flui das canções de forma absurda.

A arte gráfica é de Ricardo Schmidt, que fez algo simples, trabalhado em tons de cinza, preto e branco, dando uma atmosfera de crueza agressiva à música do trio.

Depois dos EPs “DEMOHate” e “Killing Ground”, vemos que o NO REMORSE evoluiu bastante. Suas músicas estão mais bem arranjadas, mas sem perder o “punch” ou agressividade. E mesmo não sendo inovador (acho que nem é a idéia deles ser), “No Remorse” é um puta disco, capaz de satisfazer o mais exigente fã de Thrash Metal.

Melhores momentos: a longa e bem trabalhada “Throw the Bone” (rápida, com riffs raçudos e envolventes, além de refrão de primeira e backing vocals muito bem postados), a curta, grossa e direta “Trap House” (que veio do EP “Killing Ground”, foi regravada e esbanja energia e força nos vocais), o arregaço sonoro de “A Flash of Thrash” (mudanças de ritmo, mostrando assim a força da base rítmica do grupo, que está ótima, e conta com a participação de Marcos Anvito, do HICSOS, nos vocais), o remake da excelente “Killing Ground”, que é outra com andamento mais cadenciado, cheia de energia, e a letra fala de Lampião, célebre cangaceiro do Nordeste do nosso país (reparem bem nos riffs certeiros), a pogante “L.T.F.” (cheia de energia Hardcore/Crossover à lá D.R.I., com vocais de primeira e bem arranjada em termos de baixo e bateria), o arregaço estripa-ouvidos de “Dawn of the Final Day” (se preparem para o slamdancing, pois as mudanças de tempos e pegada bem arranjada da canção causa este efeito), “Killing Joke”, que é outra com jeito de Crossover, curta e grossa, mostrando vocais ferozes e backing vocals bem sacados (e a letra é uma referência à “A Piada Mortal”, um clássico quadrinho de Batman escrito por Allan Moore), e a técnica mais apurada de “The Ripper”, que mostra baixo e bateria em momentos técnicos de primeira, e a letra parece referenciar “From Hell”, outro clássico quadrinho de Allan Moore, onde se fala de Jack, o Estripador.

Música de primeira, letras inteligentes... Tudo isso faz do NO REMORSE uma das bandas mais promissoras do Brasil em termos de Thrash Metal. E sim, o fígado desses putardos é de aço! E como o trio gosta de dar uma de Papai Noel pé de cana e fora de época, ou de Coelho da Páscoa Thrasher, o CD pode ser baixado aqui.

Mais um para a lista de melhores discos nacionais de 2017, e com louvor!

E cuidado: não desafie esses cabras safados!

Em tempo: o baterista Erick Mamede saiu da banda, logo, se você é um bom baterista e tem fígado de aço, achou a banda certa para ti.

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