22 de jan. de 2017

DIXIE HEAVEN – Riding The Thunder (Álbum)


2016
Independente
Nacional


Tracklist:

1. Allohria 
2. The Wicked 
3. Riding the Thunder 
4. Skies Will Fall 
5. No Pain, No Gain 
6. Under the Mirror of Dreams 
7. When the Eagle Flies 
8. Running from Reality 
9. Blind War 
10. Waste of Time


Banda:


Villu Castelo – Vocais 
Anderson Lima – Guitarras 
Fran Castelo – Guitarras
Cesar Tavares – Baixo 
Murilo Marinho – Bateria 


Contatos:



Nota:

Originalidade: 8
Composição: 9
Produção: 8

8/10

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Fazer Heavy Metal tradicional é uma verdadeira forma de arte, pois mesmo com todos os recursos digitais/computacionais da atualidade, o mais importante é a habilidade de compor ouvindo o próprio coração. E nisso, nenhuma forma de pensamento ou ideologia (seja política ou musical) vai fazer de uma banda algo bom. Isso vem do coração, do sentimento que carrega em si. E isso, o quinteto DIXIE HEAVEN, de Duque de Caxias (RJ), tem de sobra, como “Ride The Thunder”, seu primeiro disco, aqui está para provar.

Se equilibrando entre as influências do Metal tradicional da NWOBHM com uma pegada moderna, técnica e pesada, o quinteto mostra um trabalho que, embora esteja distante de ser inovador, tem personalidade e uma pegada melodia envolvente. Sim, a banda consegue se equilibrar entre peso, melodia, técnica e modernidade, nos dando um trabalho excelente.

Tendo a produção do próprio quinteto com o pessoal do Kolera Studios (onde o CD foi gravado, mixado e masterizado), a qualidade sonora de “Riding The Thunder” é muito agradável e de bom nível. Tudo está claro e agressivo na medida, sem exageros. Ou seja, as mãos da banda e de Celo Oliveira (que fez mixagem e masterização) mais uma vez se mostraram providenciais e sábias. E a arte de Jean Michel DSNS ficou perfeita para o conceito musical/lírico do trabalho, sem exagerar nos detalhes, mas sem ser algo simples demais.

A magia de “Riding The Thunder” está nos arranjos bem feitos que não obliteraram a espontaneidade e energia do quinteto, bem como na fusão de elementos bem interessantes: um dueto de guitarras que sabe fazer bases ganchudas e solos bem melodiosos (nada de fritadas desnecessárias); uma base rítmica diversificada onde baixo e bateria estão bem entrosados e garantindo peso (com bom nível técnico); e os vocais femininos seguem uma linha melodiosa e agressiva à lá Doro Pesch. E tudo isso resulta e algo bem pessoal da parte deles.

O DIXIE HEAVEN nos brinda com nove ótimas canções (“Allohria” é uma introdução feita toda em teclados), sendo as melhores a ganchuda e agressiva “The Wicked” (pesada e bem diversificada em termos de arranjos, e com a dupla de guitarras mostrando riffs excelentes e solos de primeira, além de duetos muito bem sacados), a mais tradicional e com certo odor de NWOBHM “Riding The Thunder” (nisso, quem mostra força agora é a dupla baixo-bateria, com uma quantidade de peso muito grande, e mesmo com um andamento simples, mostra momentos técnicos interessantes), a ótima e cheia de energia “Skies Will Fall” (nela, os vocais estão dando um show pessoal, roubando a cena devido ao uso de timbres muito bem sacados e com ótima dicção, fora um refrão de primeira), a longa e cheia de nuances “Under the Mirror of Dreams” (a banda vai do introspectivo e denso ao pesado e trabalhado sem perder a mão, e isso sem contar que certa dose de acessibilidade musical ficou muito boa), o peso melodioso e envolvente de “Running from Reality”, e a pesada e intensa “Blind War”. Mas é preciso deixar claro: o disco é ótimo de ponta a ponta.

Aproveitem que o disco saiu agora e adquiram suas cópias, pois não vão se arrepender!




HARDSHINE – So Far and So Close (Álbum)


2017
TRM Records
Nacional

Tracklist:

1. Do You Believe
2. Learn to Live
3. Now and Forever
4. Hard Way
5. So Far and so Close
6. Don’t Leave Me Now
7. If You Wanna Fly
8. Paradise
9. Pay Your Sins
10. Going Home


Banda:


Leandro Caçoilo – Vocais
Pedro Esteves – Guitarras
Bruno Ladislau – Baixo
Anderson Alarça – Bateria


Contatos:



Nota:

Originalidade: 8
Composição: 10
Produção: 8

9/10


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


No Brasil, fazer Metal de qualidade nem sempre é sinal que será bem sucedido. Mas como é sabido por todos: Metal é algo que vicia, e depois que faz parte da sua vida, esqueça, pois não tem como sair disso ou se livrar dele. As coisas são sempre assim, mas já estão melhorando, e novas possibilidades surgem enquanto velhos ditames sem nexo vão sendo esquecidos e enterrados pelo passado. E dessa forma, trabalhos como “So Far and So Close”, do HARDSHINE, possuem esperança de manter a banda sem sacrifícios.

Por trás do quarteto, estão nomes já famosos no cenário nacional: o vocalista é Leandro Caçoilo, conhecido por seus trabalhos com ETERNA, SOULSPELL e SEVENTH SEAL; Pedro Esteves é um conhecido produtor musical e guitarrista do LIAR SYMPHONY; Bruno Ladislau é o baixista da banda de ANDRÉ MATOS, além de tocar em vários projetos e ser professor; e Anderson Alarça é batera do LIAR SYMPHONY e também professor. Logo, o nível musical do disco é alto.

Mas a que vem o HARDSHINE?

Em “So far and So Close”, impera Hard Rock bem feito, elegante e pesado, com pitadas de Metal tradicional, muita inspiração e peso. Óbvio que todos são ótimos músicos e isso fica evidente no disco, mas sem exageros técnicos de parte alguma. E assim, temos um disco melodioso, forte e encorpado, mas cheio de melodias e fácil assimilação e canções inspiradas e cheias de emoção. 

A produção do disco é de primeira. A sonoridade que Pedro obteve na mixagem e masterização ficou espontânea, pesada e seca, mas limpa. E isso nos permite compreender o que a banda está tocando, e assim, assimilar suas canções sem maiores problemas. E, além disso, Neto Santos fez um trabalho muito bom para a capa, captando toda a carga emocional que as músicas evidenciam.

Vocais de primeira, riffs e solos melodiosos e ganchudos, baixo e bateria com ótimo nível técnico e muito peso. Estas são as características do HARDSHINE, além de certo feeling anos 80 que flui espontaneamente, sem soar datado ou cópia do passado. E os arranjos são finíssimos, com tudo em seu devido lugar, sem citar que cada refrão é de primeira, entra pelos ouvidos e não são mais esquecidos.

O poder de fogo do quarteto é visto em cada uma das dez faixas, sendo as melhores: a ganchuda e envolvente “Do You Believe” (com uma alternância entre momentos mais amenos e outros mais pesados, com uma exibição de gala dos vocais), a pesada e mais cadenciada “Learn to Live” (o peso flui melodioso e denso por conta do andamento não tão rápido, permitindo-nos perceber com baixo e bateria estão em grande forma), a linda e envolvente “Now and Forever” (uma aula particular dos vocais, cheia de timbres muito bem pensados, fora a acessibilidade musical intensa e sensível), a força intensa e grudenta dos riffs de guitarra em “So Far and so Close”, a linda “Paradise” e seus arranjos essenciais de guitarras limpas, e o impacto acessível de “Pay Your Sins”.

O HARDSHINE já começou em alto nível, e esperamos que a banda não fique apenas nesse disco, que “So Far and So Close” tenha muitos e muitos sucessores.