16 de jul. de 2015

Dr. Living Dead! – Crush the Sublime Gods (CD)

2015 – Tellus Records – Nacional 

Nota 9,5/10,0

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


É interessante e muito bom ver que anda surgindo muitas bandas que evocam aquela divertidíssima aura de mistério e mesmo de horror estilo “filme B”. É divertido não ver o músico, mas um personagem que não possui ligações com a realidade, que muitas vezes assustam e causam polêmicas nos mais incautos só de existiram. Seja em qual vertente do Metal, sempre é uma ótima opção, e que ficou, inexplicavelmente e por muitos anos, no desuso. Mas eles estão aí, e agora, um quarteto insano vindo da Suécia acaba de aportar o Brasil, e chegaram com tudo. Sim, finalmente o nosso país ganhou versão nacional para um dos discos do furioso DR. LIVING DEAD!, e justamente para o mais recente, “Crush the Sublime Gods”. E sob as máscaras de caveiras e mistério de suas identidades, a diversão para todos os ouvintes está assegurada.

Musicalmente a banda faz uma mistura bem equilibrada de Crossover à lá SUICIDAL TENDENCIES, S.O.D. e D.R.I. com aspectos do Thrash Metal, e mesmo alguns toques mais melodiosos. O que torna tudo ainda mais interessante é justamente que mesmo fazendo um estilo já bastante erodido, esses mortos-vivos têm uma personalidade forte. Sim, os vocais são ótimos (com uma clara influência de Mike Muir em seus melhores momentos), os riffs de uma força absurda, bem como os solos mostram intimidade com a melodia, baixo e bateria estão formando uma base rítmica pesada e bem variada. Sim, esses Doutores da Morte não estão de brincadeira, e mesmo usando alguns clichês do gênero, se mostram uma banda ótima.

Dr. Living Dead!
A produção é de Martin Jacobson (que também mixou o disco), Anders Alexanderson e do próprio quarteto, mais a masterização de Dan Randall. E o interessante é que este time todo deu uma produção bem limpa e polida ao quarteto, mas sem deixar de soar pesado e intenso. Chega a ser um pouco estranho para uma banda do gênero, mas funcionou bem demais. E a arte de Dr. Ape (ex-baterista e depois vocalista do quarteto) é outra que destoa e pode dar a impressão errada nos fãs, pois pode esperar uma coisa e levar um murro nos dentes. Mas como ninguém mais compra discos sem ouvir, a capa e o layout são ótimos, e a versão brasileira caprichou na qualidade do material.

O quarteto tem por ponto forte saber usar a brutalidade de seu instrumental casando perfeitamente com os vocais mais melodiosos de Dr. Mania, e usa de canções não muito longas (média de 3 minutos cada, e apenas duas passam dos 3 minutos). Se juntarmos a produção sonora, a visual e esse aspecto, vemos que o DR. LIVING DEAD! realmente não quer ser apenas mais um no meio de muitos, mas quer se destacar. E com isso que fazem, conseguirão isso facilmente.

Final Broadcast: Uma introdução instrumental, focada em belos arranjos melodiosos, e entremeada por efeitos de comunicações de rádio, TV e sirenes de ataque aéreo. DR. LIVING DEAD! IS ON THE HOUSE!!!!!!!!!!!

Crush the Sublime Gods: começa com riffs insanos e andamento em velocidade média, mais logo o pau quebra, em uma exposição pura de ira Crossover para todos os lados, com backing vocals fortes e um trabalho insano da bateria.

TEAMxDEADx: uma paulada ganchuda na cara, com bela presença do baixo e muitas mudanças de ritmo.

Eternal Darkness of the Fucked Up Mind: aquele típico Crossover com andamento de velocidade mediana, ótimos vocais (é clara uma preocupação em deixar tudo bem encaixado e com boa dicção), e backing vocals de impacto mais uma vez. E que solo

Buck$: mais uma vez, o uso de uma introdução mais pesada e cadenciada precede uma canção que é um convite ao mosh sem limites, mas os tempos oscilam bastante. Quem se destaca mais uma vez são as guitarras, sempre com riffs ótimos.

Civilized to Death: aqui, é pura velocidade e explosão (embora alguns tempos mais à lá ANTHRAX apareçam), mas não é algo gratuito ou desproporcional. Como citado antes, há mentes inteligentes por trás de tudo no quarteto. 

Another Life: azeda e cadenciada, com aquele jeitão NYHC que os fãs adoram e riffs um pouco mais complexos, mas ganchudos. O pescoço vai doer, com certeza.

Force Fed: uma das faixas mais longas, ou seja, existem mudanças de andamento já esperadas. Mas mesmo com o estilo mais simples do quarteto, é uma das melhores do disco, com vocais muito bons, um refrão bem legal e backing vocals bem sacados.

Scanners: outra em que o pau canta e convida o ouvinte ao pogo e ao moshpit sem limites. Preparem-se para um assalto de riffs agressivos e grudentos, além de momentos bem irônicos dos vocais.

Salvation: outra instrumental focada na guitarra, com dedilhados melodiosos e solos bem feitos, lembrando o estilo de Rocky George (ex-guitarrista do SUICIDAL TENDENCIES), especialmente no que ele fez no início de “You Can’t Bring Me Down”, mas sem ser uma cópia. É um ótimo momento para o fã poder respirar.

No Way Out: mesmo tendo riffs insanos, é um pouco mais melodiosa e acessível, mas firme e não destoa do disco. Até dá um brilho a mais.

Triggerkiller: essa é veloz e impiedosa, cheia de influências do SLAYER nas guitarras, e mesmo sendo mais uma instrumental, é outra que causa pogo imediato.

Wake Up… Join the Dead!: esta é mais faixa pesada e dura, mas tem um clima muito divertido e nada sério, à lá S.O.D., com bastante enfoque instrumental, e os vocais aparecem na medida. 

Se um dia pediram para despertar os mortos, eles enfim estão aqui, e vieram exigir que nos juntemos a eles. E é óbvio que iremos, pois não há como resistir ao apelo forte que o DR. LIVING DEAD! nos faz em “Crush the Sublime Gods”.

A reclamação dos trues chatos e a nossa diversão são garantidas!


Músicas:

01. Final Broadcast 
02. Crush the Sublime Gods 
03. TEAMxDEADx 
04. Eternal Darkness of the Fucked Up Mind 
05. Buck$ 
06. Civilized to Death 
07. Another Life 
08. Force Fed 
09. Scanners 
10. Salvation 
11. No Way Out 
12. Triggerkiller 
13. Wake Up… Join the Dead! 


Banda:

Dr. Mania – Vocais 
Dr. Toxic – Guitarras, backing vocals
Dr. Rad – Baixo, backing vocals
Dr. Slam – Bateria 


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