17 de jul. de 2016

GREY WOLF - GLORIOUS DEATH (Álbum)


2016
Nacional 

Nota: 9,5/10,0

Músicas:

1. Wrath of the Gods (Intro)
2. The Eyes of the Medusa
3. Glorious Death
4. Metal Avenger
5. The Axe Will Rule the Kingdom (King Kull part II)
6. The Barbarian
7. Conan the Liberator
8. Warrior
9. Red Sonja
10. Cimmeria


Banda:

Fabio "Grey Wolf" Paulinelli - Baixo, vocais 
Chris Maia - Guitarras
Weslley Victor - Bateria


Contatos:


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Fazer Metal à moda antiga não é algo simples. É preciso entender que não basta repetir os clichês já usados, mas que é preciso pôr de si, pôr vida na música. Por isso muitas bandas que apelam para o rótulo "Old School" podem estar sepultando suas possibilidades sonoras. Mas ainda bem que temos bandas que sabem, entendem do riscado e estão aí, ensinando como se faz a coisa com personalidade.

E meus caros, o trio mineiro GREY WOLF, de Contagem, dá uma lição de primeira em "Glorious Death", seu terceiro disco, que acaba de ser lançado pela Arthorium Records.

Antes de tudo, é preciso dizer que o GREY WOLF segue a mesma linha das bandas da NWOBHM, ou seja, peso e agressividade aliados à melodia e bom nível técnico, mas com alguns toques da elegância pesada da escola germânica. Mas não se iludam, pois o trio esbanja personalidade, criando canções que grudam em nossos ouvidos. É um trabalho bem diferente dentro do que o rótulo "Old School Heavy Metal", especialmente porque o grupo sabe arranjar bem suas músicas, e ao mesmo tempo, o peso é constante.

Como um todo, a produção de "Glorious Death" é de primeira.

Sonoramente, o grupo soube não só aliar sua música com uma qualidade de gravação mais moderna e clara. O velho e o novo se juntaram para criar algo de primeira, com timbres bem escolhidos e onde podemos entender os arranjos perfeitamente, sem dificuldades. Parabéns a Fábio Paulinelli pela ótima gravação e a Arthur Migotto pelo ótimo trabalho na mixagem e masterização.

Artisticamente, a apresentação do CD é de primeira. A capa de Nicolas Bournay mais o design de Arthur Migotto ficaram excelentes, dando corpo à música de primeira do grupo.

Arranjos bem cuidados, técnica de primeira, e uma coesão entre vocais (com um timbre rouco e azedo à lá Rock'n'Rolf, mas personalizado), guitarras, baixo e bateria de primeira. Tudo foi muito bem arranjado, nada é excessivo, tudo muito justo. E para dar um brilho a mais, temos a participação especial de Yuri Fulone nos teclados, e de Arthur Migotto nos backing vocals e nos vocais principais em "Cimmeria".

Chega a ser injusto destacar esta ou aquela canção, já que o disco inteiro é ótimo, mas destacamos a cativante "The Eyes of the Medusa" e seus belos arranjos de guitarra e baixo (notem como as mudanças rítmicas só ajudam a banda); a pesada e mágica "Glorious Death", com seu refrão de arrepiar e excelentes guitarras; o peso "maideniano" de guitarras e baixo em "Metal Avenger" e seu ritmo constante, elementos que se estendem à peso-pesado "The Axe Will Rule the Kingdom (King Kull part II)" (reparem bem na técnica do baixo); o andamento em tempo mediano de "Conan the Liberator", que gruda no ouvinte graças ao ótimo refrão e backing vocals de primeira; a força envolvente da pesada e empolgante "Warrior", com mudanças de tempo bem pensadas e ótimas guitarras; e a épica e intensa "Cimmeria", introduzida com dedilhados de violão, ótimos vocais limpos, incursões providenciais de teclados, fora uma atmosfera Folk introspectiva excelente, deixando o ouvinte pregado no lugar até seu fim.

Definitivamente, "Glorious Death" é empolgante, e uma aula de boa música, de como se faz Metal à moda antiga com personalidade.

Parabéns ao GREY WOLF!