8 de nov. de 2015

MACUMBAZILLA - Macumbazilla (EP): Diversão garantida sem medo

Músicas:

01. The Ritual
02. Blood, Beer and Broken Teeth
03. King Without a Crown
2015
Independente
Nota 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


De vez em quando, é bom ouvir e resgatar um pouco aquele som mais de raiz. 

Sim, pois vivemos em um momento em que a diversidade de gêneros dentro do Metal é tão grande que, vez por outra, ouvir algo mais direto e cheio de energia nos faz bem aos ouvidos e mente. E o Brasil de uns anos para cá anda produzindo bandas assim os montes, com aquela sonoridade à lá AC/DC e MOTORHEAD mais básica e ganchuda, sem tantas firulas técnicas, sem velocidade extrema e sem brutalidade opressiva. 

E nisso, meus caros, o trio MACUMBAZILLA, de Curitiba (Paraná), é um mestre. Que o diga o novo EP da banda, "Macumbazilla".

Direto, sem frescuras, mas muito bem feito, a banda é caracterizada por uma sonoridade cheia de energia, um nível técnico bom (mas sem ser abusivo), baseada em vocais normais que exploram tons mais roucos, ótimos riffs de guitarra, e uma base rítmica sólida e bem feita. E é nesta simplicidade que a banda mostra sua genialidade, com músicas envolventes e certeiras, além de refrões de assimilação bem simples, tornando a trabalho do grupo bem acessível ao público externo ao Rock.

Com a mixagem de Mike Supina e a masterização de Roy Z., além da produção do próprio trio, notamos que a banda opta por uma sonoridade mais limpa e bem acabada, apesar de manter aquela sujeira essencial que bandas desse gênero precisam. E assim, podemos aproveitar o que eles têm de melhor em cada música sem fazer esforços.

A arte é simples, apenas o logo da banda em um fundo preto, e o logo foi feito por Marco Donida, e assim, todo aspecto gráfico prioriza o trabalho musical do MACUMBAZILLA.

Macumbazilla

E quando a música fala por si, vemos que a vibração deles é bem espontânea, sem se preocuparem se vão soar deste ou daquele jeito. É do jeito que é, com arranjos mais simples e bem sacados, e pronto. Mas não se enganem: em muitos casos, soar simples e empolgante é bem mais difícil de que cuspir incontáveis notas por segundo.

The Ritual - Uma pancada cheia de energia e vibração, com boas mudanças de ritmo, boas doses de peso e melodia, e com riffs muito fortes e que se agarram ao ouvinte, além de um refrão de assimilação quase que instantânea.

Blood, Beer and Broken Teeth - Uma música mais acessível e muito divertida, com um jeitão meio Rock and Roll, meio Southern Rock muito legal. A presença de uma gaita de boca dá aquele toque mais bluesy no meio de um murro Rocker no meio dos dentes, com vocais muito bons.

King Without a Crown - Um pouco mais arrastada e com leve toque azedo devido aos riffs, com aquela pegada mais pesada e firme, e com baixo e bateria guiando os tempos da banda de uma forma bem interessante. 

O trio é muito bom, "Macumbazilla" é um ótimo EP, que nos leva a nos perguntar porque raios eles não lançaram um disco completo.

Tranquem suas filhas, escondam suas bebidas, pois o trio promete muito!



Banda:

André Nisgoski - Guitarras, vocais
Carlos Schner - Baixo
Fred Duba - Bateria


Contatos:

KRUCIPHA - Hindsight Square One (CD): Progressive Thrash Metal feito no Brasil

Músicas:

1. Greater Good Parasite
2. Pulse
3. Denial
4. Indigenous Self
5. The Warning
6. Afforddiction
7. Tribal War
8. Reason Lost
2015
Independente
Nacional

Nota 9,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Certas bandas realmente merecem um selo de aviso em suas capas, não pelo conteúdo lírico ou visual (não concordo com as políticas do PMRC americano), mas pela agressividade e brutalidade musical que o disco possui. E acreditem, o KRUCIPHA, de Curitiba (Paraná) consegue atingir novos níveis de brutalidade com "Hindsight Square One", seu primeiro álbum.

É assustador como o Thrash Metal experimental (ou Progressive Thrash Metal) do grupo consegue ser pesado e agressivo, mas sempre mantendo boa noção melodiosa e a força do groove moderno e abrasivo. Sim, pois o quinteto prefere uma sonoridade mais moderna, experimental e pesada do Thrash Metal, mas sempre mantendo o nível de qualidade em um nível excelente. E um dos pontos mais legais e inovadores é a presença de percussões em sua música, dando aquele toque latino muito diferenciado, sem deixar de ser pesado e bruto. É ouvir e ficar agarrado ao som do quinteto. Digamos que é o encontro entre bandas mais modernas como PANTERA, FEAR FACTORY e SEPULTURA com a latinidade de CHICO SCIENCE E NAÇÃO ZUMBI.

A produção ficou nas mãos do próprio quinteto em conjunto com Alex Cegalla (e este último ainda mixou e masterizou o CD). E o nível de qualidade sonora atingido é ótimo, colocando cada instrumento em seu devido lugar, com bastante peso e clareza, fora uma timbragem bem gordurosa e moderna. Não se perde um mínimo detalhe no trabalho deles.

A o encarte é um pôster que abre em várias páginas, com a ilustração diferente em cada uma delas, além de uma capa que transborda indignação contra o sistema. Um trabalho muito bom de Leandro Bittencourt, Yuri Seima, Oberdan Eltz, Fabiano Guolo e Fábio Guolo.

O grupo capricha na criatividade, nos arranjos bem feitos, numa dinâmica bem pensada entre os instrumentos e no uso da percussão como um elemento-chave de personalidade. O KRUCIPHA é uma banda bem diferenciada da média que vemos nos dias de hoje, verdade seja dita. E ainda temos a presença de músicos convidados: Alex Cegalla, Luiz Gabriel, Yuri Seima nas guitarras solo em algumas músicas, além de Henrique Vivi e Fernanda Hay nos vocais ocasionais em "The Warning".

Oito faixas de brutalidade e bom gosto nos aguardam, sendo que "Afforddiction", "Tribal War" e "Reason Lost" são versões remasterizadas das que se encontram no EP de estréia da banda, "Preemptive Uproars".

Krucipha

Greater Good Parasite - Uma faixa em que momentos mais técnicos e brutos se alternam sobre um ritmo intenso que muda da velocidade à cadência de forma espontânea, Reparem como a bateria está fantástica e a percussão dá uma vida diferenciada à canção.

Pulse - Apresenta uma levada um pouco mais Thrash tradicional no início, antes de virar um caos musical bem diversificado, com excelentes guitarras (reparem como as melodias dos solos é evidente) e muita agressividade. 

Denial - Uma das melhores faixas do CD, abrindo com um ritmo mais cadenciado e ótimos riffs de guitarra. E o ritmo da bateria, acompanhada por uma excelente marcação do baixo e acrescida de excelentes percussões é algo excelente.

Indigenous Self - E novamente a banda usa bem de um trabalho musical furioso e agressivo sob um ritmo mais cadenciado e intenso, fora vocais urrados em sua melhor forma.

The Warning - Uma abertura com bateria e percussão em um trabalho intenso e intrincado, mas azedo de doer os ouvidos. E o peso moderno presente nos riffs ganchudos e vocais urrados bem colocados é assustador.

Afforddiction - Mais experimental e com acentuada atmosfera tribal, a banda mostra um lado técnico um pouco mais simplificado, o que deixa a canção mais direta. Mas é bom tomar cuidado com a saraivada de riffs e de bumbos duplos velozes que temos aqui.

Tribal War - A mais experimental do disco inteiro, esboçando uma agressividade crua e explosiva, mas sem perder a boa qualidade técnica, e mesmo alguns momentos mais velozes. Reparem como as percussões dão uma vida toda própria à música, que por si mesma, é recheada pelo ótimo trabalho de baixo e bateria.

Reason Lost - Baixo e percussões se destacam logo no início, mas é outra canção um pouco mais direta, um murro nos tímpanos dos conformistas e reclamões da qualidade do Metal brasileiro.

O KRUCIPHA está de parabéns, merece aplausos demorados, pois em "Hindsight Square One" criou um disco excelente.





Banda:

Fabiano Guolo - Vocal, guitarras
Luís "RazorB" Ferraz - Guitarras
João Ricardo Cavali - Baixo, vocal
Jgör Nosnyój - Percussão, vocal
Felipe Nester - Bateria


Contatos:

Reverbnation
Metal Media (Assessoria de Imprensa)