20 de mar. de 2016

LUCIFER'S CHILD - The Wiccan (Álbum)


2016
Nacional

Nota: 9,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Muito se fala na cena de Black Metal da Noruega, no início dos anos 90. Mas é bom não esquecer que existem duas outras escolas, com características sonoras bem próprias, a da Suécia e a da Grécia. No caso da última, temos um Black Metal mais soturno e climático, muitas vezes com tempos mais lentos. Basta ver nomes como ROTTING CHRIST, VARATHRON e NECROMANTIA são influentes por todo mundo em termos de Black Metal. E justamente da Grécia (mais especificamente de Atenas) surge um excelente novo nome, uma revelação maravilhosa, o LUCIFER'S CHILD, que acaba de lançar seu primeiro disco, "The Wiccan", que inclusive ganhou versão nacional pela Heavy Metal Rock.

O quarteto é, antes de tudo, um projeto paralelo de George Emmanuel (guitarrista do ROTTING CHRIST) e de Stathis Ridis (baixista do NIGHTFALL), logo, experiência longa eles possuem. E o estilo é um Progressive Black Metal atualizado, cheio de agressividade e ótimos arranjos instrumentais, e cheio de melodias sinistras. E a banda não economiza nas surpresas, se inovando a cada faixa, sendo que isso torna "The Wiccan" um disco precioso e bem diversificado musicalmente.

Produzido, mixado e masterizado pelo próprio George, podemos dizer que o CD tem uma sonoridade mais que satisfatória. Sim, pois a limpeza para compreendermos o que é feito está em ótimo nível, mas ao mesmo tempo, a agressividade e peso tradicionais da escola grega também estão presentes, deixando o trabalho altamente palatável aos nossos ouvidos. A arte e o design como um todo é de Stathis, que soube usar de uma aproximação mais simples, mas ótima e envolvente, dando corpo ao som do quarteto.

A banda nos surpreende a cada instante, pois temos uma diversidade musical ótima, indo de momentos mais agressivos a outros mais introspectivos e sinistros sem problema algum ou sem destoar. Óbvio que o know-how de anos de George e Stathis pesa muito, mas mesmo assim, os vocais de Marios Dupont mostram ótimos timbres agressivos, e a bateria de George Dovolos é pesada e firme, mas com boa técnica.

Escolher destaques em "The Wiccan" não é lá muito simples, pois o nível de qualidade é alto. Mas a ótima e ritmicamente diversificada "Hors de Combat" (recheada de riffs excelentes, além de um belo trabalho de vocais), a densa e sinistra "A True Mayhem" (que é permeada por certa melancolia, além de um trabalho muito bom de baixo e bateria), a pesada e também bem sinistra "He, Who Punishes and Slays" (belíssimos vocais, usando variações interessantes nos timbres rasgados), a intensa e versátil "Wiccan" (até uns slides de guitarra aparecem aqui, junto com uma diversidade técnica ótima), e a sinistra "Lucifer's Child", cheia de momentos mais soturnos e com arranjos ótimos de guitarra e baixo, além de corais fúnebres que dão um toque a mais de horror à música.

O LUCIFER'S CHILD já nasceu grande, e tem tudo para conquistar todos os fãs de Metal extremo que possuam bom gosto.

Em tempo: o baterista George deixou a banda após as gravações, entrando Nick Vell em seu lugar.





Músicas:

1. Hors de Combat
2. A True Mayhem
3. Spirits of Amenta
4. He, Who Punishes and Slays
5. King ov Hell
6. Wiccan
7. Lucifer's Child
8. Doom


Banda:


Marios Dupont - Vocals
George Emmanuel - Guitarras
Stathis Ridis - Baixo
George Dovolos - Bateria

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THE GOTHS - The Death (Álbum)


2016
Independente
Nacional

Nota 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


É interessante ver que novas bandas de Metal mais melodioso andam aparecendo por estas bandas, mesmo ainda timidamente. Não que a tradição do Metal extremo no Brasil seja algo ruim, apenas é necessário termos o melhor de dois mundos. É assim em qualquer lugar do mundo, logo, por que não aqui?

O THE GOTHS, de Campinas (SP), tem um trabalho voltado ao Metal mais tradicional, com alguns toques mais agressivos, mas sempre mantendo uma ótima noção melódica, com peso e maturidade. É o que temos ao ouvir "The Death", primeiro disco do grupo.

Como dito, a banda tem sua fonte de inspiração em um jeito um pouco mais moderno de se fazer Heavy Metal tradicional, ou seja, com aqueles riffs com certos toques de Thrash Metal. Mas mesmo assim, as guitarras possuem forte conotação melodiosa. E justamente esses ajustes fazem o trabalho soar tão bom. Pode-se dizer que a banda faz algo que o METALLICA tentou fazer no "Black Album", só que mais bem feito e equilibrado.

Com produção de Renato Napty, o CD tem uma qualidade sonora muito boa, equilibrando bem as questões de peso, agressividade e melodia, além de bons timbres sonoros em cada instrumento. E a arte da capa de Marcelo Nespti é muito boa, e bem feita.

O quarteto capricha em suas canções, sabendo ter personalidade, bons arranjos musicais, sem que deixe de soar espontâneo. E é bom citar que o baixo foi gravado por Fábio Ferrucio, e os solos foram gravados por Bruno Gusman e Felipe Disselli na seguinte ordem:

The Death - 1º Solo - Felipe Disselli, 2º Solo - Bruno Gusman
Killing your Fate - 1ºSolo - Bruno, 2º- Disselli
Kingdom of Sorrow - Disselli fez todos os solos 
Waiting for Changes - Disselli fez todos os solos 
Me My own Enemy - Interlúdio por Disselli e Bruno
Strange Way of Living - 1º Solo - Disselli, 2ºSolo - Bruno
Nightmares in Your Head - Disselli fez todos os solos 
Too Late - Interlúdio por Disselli e Bruno

Todas as oito faixas de "The Death" atestam que o grupo tem potencial, bastando que os fãs concedam um pouco de atenção ao quarteto. Mas a agressiva "The Death" (com um trabalho de guitarras, arranjos bem executados, e um vocal que consegue ser agressivo na medida certa), a azeda e certeira "Killing Your Fate", cheia de melodias mais envolventes e refrão bem feito; "Kingdom of Sorrow" com seu trabalho muito bom de baixo e bateria, além de mudanças entre momentos mais introspectivos e outros mais agressivos; a soturna e melodiosa semi-balada "Waiting for Changes", e a levemente intrincada "Nightmares in Your Head", com seu feeling mais moderno e guitarras caprichadas.

Muito bom mesmo o trabalho do THE GOTHS. Deem uma chance aos seus ouvidos, meus caros, e não se arrependerão.



Músicas:

1. The Death
2. Killing Your Fate
3. Kingdom of Sorrow
4. Waiting for Changes
5. Me… My Own Enemy
6. Strange Way of Living
7. Nightmares in Your Head
8. Too Late


Banda:


Felipe Disselli - Vocais, guitarras
Felipe Martins - Guitarras
Will Costa - Baixo
Lucas Disselli - Bateria
  
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