8 de jun. de 2014

Resenha: D.A.M - Phantasmagoria (EP)

Independente
Nota 9,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


É incrível como certas bandas são imensamente criativas e nos dão trabalhos ótimos. E o D.A.M. de Belo Horizonte (MG) volta à carga com mais um ótimo trabalho, o fantástico EP "Phantasmagoria"

Lançado um ano após "Tales of the Mad King", já se percebe que o trabalho do grupo deu uma amadurecida. Agora, todas as influências musicais de seu Melodic Death Metal estão mais concisas, mais pesadas e bem exploradas. Ou seja: quem já gostou do primeiro trabalho, não irá reclamar desse, muito pelo contrário. As comparações com bandas como CHILDREN OF BODOM podem aparecer, mas o trabalho do grupo é um pouco mais seco e com mais influência de música clássica. A mistura de vocais urrados, ótimos riffs e solos, teclados excelentes e base rítmica pesada são um deleite aos nossos ouvidos, e a música é de primeira.

Guilherme Alvarenga (D.A.M.)
A produção ficou muito boa, bem editada e com uma sonoridade bem limpa e seca, em um trabalho bem feito de mixagem e masterização pelas mãos de por David Fau do Best Plugins Studio. Ou seja, todos os instrumentos e arranjos estão bem claros, as músicas com vibração e peso necessários, e o trabalho soa como um só, sem variação de qualidade entre as seis faixas.

A arte de João Victor G. Costa (Jinn) é muito boa, deixando evidenciado claramente o teor musical/lírico do grupo.

As músicas que compõem o disco são sensacionais, longe de serem repetitivas ou enjoadas, evitando repetir arranjos de forma infinita e cansarem nossos ouvidos, mas os arranjos buscam tornar cada momento uma nova descoberta.

"Banished from Paradise" abre o EP com o mesmo clima semi-épico apresentado em "Tales of the Mad King", só que mais seca e ríspida, com ótimo trabalho de bateria e teclados (que, ainda bem, não ficam servindo apenas de pano de fundo). Em "Fear (Lunar Body)", já vemos um direcionamento mais voltado ao Death Metal melódico puro e simples, com belos arranjos de guitarra e teclados, e mais alguns vocais limpos aqui e ali que casaram bem com a música. Já em "Phantasmagoria", vemos grandes arranjos de teclados introduzindo a música, antes de virar uma música com um andamento perfeito, que permite ver um trabalho muito precioso da base baixo-bateria. Em "Lord of Dreams" temos uma canção que exala fortes sentimentos, ainda mais evidenciado pelo uso de vocais limpos em alguns trechos. "Empty Silence (Solar Body)" é mais agressiva devido aos vocais e impostação de vozes, apesar dos belos arranjos de teclados melodiosos. E "End of Light" encerra o disco com chave de ouro, uma jóia de peso, agressividade e melodia muito bem balanceadas, onde as guitarras e os vocais roubam a cena.

Um disco ótimo, e que merece não só a audição, mas mesmo a aquisição, sem downloads ilegais. Não lesem as bandas, por favor.






Tracklist:

01. Banished from Paradise
02. Fear (Lunar Body)
03. Phantasmagoria
04. Lord of Dreams
05. Empty Silence (Solar Body)
06. End of Light


Banda:

Guilherme de Alvarenga - Vocais, teclados
Iz Castro - Guitarras, baixo
Edu Megale - Guitarras e solos em "Fear (Lunar Body)" e "End of Light"


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Resenha: Ibridoma - Goodbye Nation (CD)

Nota 9,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


E o quinteto italiano IBRIDOMA mais uma vez honra nosso humilde site, dessa vez com seu mais recente lançamento, o álbum "Goodbye Nation", sucessor de "Night Club".

E o grupo realmente caprichou bastante em "Goodbye Nation", uma vez que se percebe que o Metal tradicional do grupo está mais pesado e coeso, ao mesmo tempo em que vemos o som ter mais agressividade (especialmente por conta dos timbres de guitarra escolhidos, e vemos que Sebastiano Ciccalè e Marco Vitali estão extremamente bem entrosados e afiados em seus riffs cativantes e solos bem estruturados e com boas melodias). Os vocais também deram uma melhorada, se tornando um pouco mais melodiosos e bem postados, e em termos de base rítmica, baixo e bateria estão muito entrosados e fortes. E o resultado é uma pedrada direta e seca, sem perder as noções de melodia que a banda carrega como personalidade. E isso sem falar nas participações especiais de Fabio Lione (do RHAPSODY OF FIRE nos vocais em "Land Of Illusion"), Ralf Scheepers (do PRIMAL FEAR nos vocals de "My Dying Queen") e Paolo Ojetti (do INFERNAL POETRY nos vocais de "Goodbye Nation").

Ibridoma
Uma produção bem limpa e pesada é o que ouvimos, um passo adiante de tudo que eles já haviam feito antes, um trabalho onde guitarras, bateria e baixo foram gravados no DPF Studio  e os vocais no Yellow Sheep Studio sob a tutela de Andrea Bianchini (ambos na Itália), com edição de Mauro “Ulag” Mancinelli, mais a mixagem e masterização de Max “Morton” Pasichnyk no Morton Studio (Kiev, na Ucrânia), e valeu todo este trabalho: a sonoridade beira o perfeito.

A arte da capa, um trabalho de Gustavo Sazes (Abstrata), ficou excelente, e a diagramação da Art Visual é algo fantástico.

As melhores canções em um trabalho tão homogêneo são: a cativante e pesada "City of Madness" (reparem bem nos arranjos das guitarras, especialmente nos solos), a ríspida e ganchuda "Land of Illusion" (que bela base rítmica, um trabalho perfeito de baixo e bateria, mais os belos vocais), a agressiva e forte "Goodbye Nation" (excelente refrão em uma canção de assimilação rápida, novamente com um trabalho fantástico dos vocais), "My Dying Queen" e seus ótimos arranjos de guitarras, e a sinuosa "You Are a Liar".

Uma ótima banda, que merece maior projeção em nosso país e em todo mundo.




Tracklist:

01. City of Madness
02. Land of Illusion
03. Goodbye Nation
04. Anja 
05. Dreams of the Dreams
06. My Dying Queen  
07. Arcobaleno
08. My Star
09. You Are a Liar


Banda:

Christian Bartolacci - Vocais
Marco Vitali - Guitarras
Sebastiano Ciccalè - Guitarras
Leonardo Ciccarelli - Baixo
Alessandro Morroni - Bateria


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Resenha: The Black Rook - The Black Rook (CD)

Independente
Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


É sempre um enorme prazer conhecer bandas novas. Sim, pois quantas e quantas são as vezes em que os nomes mais recentes nos surpreendem com trabalhos sublimes, dignos de elogios?

E o nome da vez é o do grupo carioca THE BLACK ROOK, que chega com um disco excelente, auto-intitulado, e que realmente mostra-se uma grata revelação.

O grupo faz Heavy Metal tradicional, direto e bem pesado, com melodias preciosas e ótimos arranjos musicais, remetendo a um híbrido entre o peso e agressividade das bandas do gênero dos anos 80 com a energia e melodia dos 70, mas isso atualizado. E digamos de passagem: é maravilhoso ouvir o trabalho do grupo, pois a fusão de ótimos vocais (em um jeitão de cantar que lembra mestres como Ronnie James Dio, Eric Adams e Rob Halford, mas sem copiá-los), riffs de guitarra abrasivos e pesados (sem deixar de ter melodia e um "catching" Hard'n'Heavy), solos inspirados e com boa melodia, base rítmica baixo-bateria com peso e técnica nas medidas devidas. E é óbvio que a união de tais elementos resulta em uma música que não chega a ser inovadora, mas é honesta e excelente, com muita elegância e peso, ótimos refrões e uma identidade toda deles.

Gravado e misxado nos Kólera Studios por Celo Oliveira, que dividiu a produção com o próprio grupo (e Celo ainda ajudou nos arranjos), o disco tem uma sonoridade pesada e densa, mas com ótima qualidade, pois se pode compreender cada nota e arranjo, bem como cada instrumento separadamente sem dificuldades, sendo que ainda temos a participação de Hugo Faro, Gisele Britto, Raquel Schuler e Marcelo Oliveira no coral de "The Black Rook", e Marcelo ainda tocou a bateria no disco.

A arte, um trabalho de Raphael da Absolut Artwork muito bem feito em tons de cinza, preto e branco, e apesar da simplicidade, tem charme e dá corpo ao trabalho musical do THE BLACK ROOK.

The Black Rook
Antes de mais nada, como dito antes, a banda não busca criar novas vertentes musicais ou algo assim, mas foca suas energias em um trabalho musical muito bem feito, honesto e pesado. E os arranjos musicais fizeram a diferença em composições muito bem construídas e acabadas, sendo um disco ótimo do início ao fim, e que acaba nos envolvendo por completo.

O disco é daqueles que se ouve do início ao fim sem cansar, mas os melhores momentos são a ótima e pesada "Checkmate" (que é uma pedrada direta e pesada, com ótimos vocais e riffs bem raçudos), a "mid tempo" azeda e melodiosa "The Black Rook" (novamente os vocais aparecem muito bem, e o andamento um pouco mais lento nos mostra a força da base baixo/bateria. E que refrão ótimo, com o coral acima citado!), a um pouco mais Hard "Unfortunate" (que riffs ganchudos! Canção para bater cabeça até o pescoço doer), a pesada e com muito feeling "Forget My Name", a azeda e bruta "Rats" (bateria e baixo novamente roubando a cena), a ganchuda "I Am", a mais melodiosa "Madman in Chains" (realmente os arranjos fizeram a diferença aqui, percebam isso nas nuances dos vocais e no capricho dos riffs de guitarra). E ainda na versão que temos em mãos, há uma versão mais pesada e bem própria para "Waiting for the Sun" do THE DOORS, que ganhou uma roupagem à lá BLACK SABBATH.

Ótima revelação das terras cariocas, e o Brasil se mostra um país bem fértil ao Metal, seja em qualquer subgênero que queira.

Ah, sim: comprem a versão oficial que já está disponível no ITunes, pois MP3 ilegal é coisa de frutinhas...




Tracklist:

01. Checkmate
02. The Black Rook
03. Unfortunate
04. Forget My Name
05. Heart of Steel
06. Rats
07. I Am
08. Temptation (Will Bring Me Down)
09. Madman in Chains
10. Dark Disease
11. Waiting for the Sun


Banda:

Flavio Senra - Vocais
Rubens Lessa - Guitarras, baixo, teclados
Marcelo Oliveira - Bateria


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