A banda ZALTANA segue divulgando o disco de estreia pelo Brasil, por isso os músicos resolveram mostrar para os fãs e o público em geral o conceito e a história por trás de cada música de seu primeiro trabalho.
Formado por Mischa Marmade (vocal), Tito Falaschi (bateria e vocal), Hilton Torres (guitarra e vocal) e Dann Feltrin (guitarra e vocal), o ZALTANA tem como característica principal a mistura de elementos dentro do Heavy Metal. “Zaltana” foi gravado no estúdio IMF, de propriedade de Tito Falaschi, em São Caetano, e mixado em Amsterdam, na Holanda, por Jochem Jacobs, produtor e engenheiro do estúdio Split Second Sound.
Veja a história de cada letra abaixo:
Esta música fala de amor, que muitas vezes fica enterrado sob o desgaste diário de um relacionamento, as inseguranças pessoais e as meias verdades ditas para apaziguar as turbulências que encontramos quando conhecemos mais profundamente um ao outro. Guardamos mágoas ao longo do tempo, mas sempre há a vontade de reencontrar a paixão, baixar a guarda e o orgulho próprio, se deixar levar pelo encanto do outro, que nunca deixou de existir. O título, uma frase normalmente utilizada de forma competitiva, aqui tem o sentido oposto, como um convite para se conciliarem e se enxergarem um no outro como antes.
Aqui tratamos do espetáculo que a mídia faz das notícias trágicas que nos acometem diariamente. Situada nas invasões "de limpeza" das favelas (Morro do Alemão, entre outras), a letra questiona alguns paradoxos da vida moderna que viemos a aceitar como normal ("doublethink"). O conceito de democracia, que hoje representa pouquíssimos e se apoia em exércitos e forças policiais para se manter, bem como nosso gosto por "sangue" exibido na tela e compartilhado nas redes, são alguns exemplos de como nos fazemos cegos, surdos e mudos para várias injustiças que perpetuamos em troca de uma falsa sensação de paz.
Aqui a solidão que vivemos mesmo no meio de tantos outros é o tema. Perdemos o rumo, temos contradições entre o que queremos e fazemos, somos apunhalados pelas costas, nos decepcionamos. Estas coisas nos fazem querer enterrar nossos sonhos, fugir do mundo, esconder nossa cara, esquecer tudo isso. Será que ainda há algo puro neste mundo, algo que podemos chamar de nosso? A vontade permanece.
"Isso por aquilo". Retaliação. Tudo que há de errado em nosso país, perda de familiares pela violência, manipulação dos meios de comunicação, corrupção em todos os níveis de autoridade, aumento da pobreza e favelas, etc., é forçado goela abaixo em toda sociedade, nos engasgando. Mas não levaremos ao túmulo, não nos calamos nem esperaremos ser mortos, faremos das nossas mãos a lei e faremos pagar por tudo isso, sem dó.
A perda de um ente querido. Os sentimentos de confusão misturadas com tentativas de consolo. O laço de sangue que se renova a cada incarnação está se rompendo novamente. Mais uma vez você se vai e eu fico na escuridão desejando que a luz volte a brilhar. Quero dizer tanto e cantar uma música para confortá-lo mas talvez quem precise mais de conforto seja eu. Me faltam as palavras. Queria te dar mais tempo nessa vida e receber mais um sorriso seu, mas você se vai rápido demais. Penso no eterno e no renascimento que ocorrerá no sétimo dia da sétima semana. Mas por enquanto estou submergida no abismo, e um dia o calor da sua presença me fará respirar novamente.
Essa é a história real de Adupa, menina de 13 anos que vivia em uma região da África devastada pela guerra. A pobreza e falta de comida era tanta que mal as crianças começavam a andar eram expulsas de casa pra se juntar a gangues que disputavam qualquer alimento entre si. Eram gangues de crianças pequenas contra crianças maiores, adolescentes, adultos. Os velhos eram considerados "mortos sem olhos nem pernas" e se recolhiam em cabanas para morrerem e não pesarem na sociedade. No entanto, Adupa era diferente, partilhava sua comida, e acabava sendo roubada e apanhando dos outros. Um dia, buscou refúgio na casa dos pais, e foi trancada em um quarto por eles até morrer de fome. O título tem um sentido duplo, significando algo como "pela vida inteira, permanecerá com fome de vida".
A história dos retirantes nordestinos que buscam uma vida melhor nas cidades. A letra é uma adaptação do poema "Morte e Vida Severina". O personagem, que nem nome próprio tem para defender (sendo xará de tantos Severinos), nascido das rachaduras da terra, sai seguindo os rios em direção às cidades litorâneas em busca de vida melhor. Mas em todas as cidades, os cidadãos apenas ganham a vida trabalhando com a morte (coveiros, agentes funerários, etc.). Ao finalmente chegar na cidade grande litorânea, percebe que um dia morrerá lá, então era como se na sua jornada ele estivesse seguindo seu próprio cortejo fúnebre. Chega a conclusão que não há como fugir da morte, que estamos sempre caminhando em sua direção, podendo ser levados a cada encruzilhada. Tudo passará, como decretado soberanamente pela Morte.
Retratamos a fuga da realidade pelos usuários de drogas. Sentem-se capazes de superar tudo, buscam resolver seus problemas sem realmente resolvê-los, e acabam trazendo mais. Precisam se anestesiar do mundo e deles mesmos. Vivem próximos da morte e da poesia. Levemente baseado em "Réquiem por um Sonho".
Quando fui escrever esta letra, pedi para minha irmã dar algumas ideias. Falamos de tudo que a sociedade nos impõe sobre certo e errado, o que fazer com nossas vidas, o que vestir, o que ler, tudo sobre o pretexto de quererem "nosso bem". No entanto, querem normalizar a sociedade, nos reduzir apenas a perpetuar a espécie, como se todos fôssemos fabricados em massa, um resultado de investimento dos nossos decepcionadíssimos pais. Baseados em frases recolhidas de todas brigas de família que já tive em relação às minhas decisões sobre minha vida. Cheio de termos provenientes da Estatística, como o título, fusão entre "pontos discrepantes" ("outliers") e "metirosos" ("liars").
Contamos a história de um monge, que renegou a vida monástica, constituiu família, e ao final larga a família em busca do verdadeiro auto-conhecimento. Há o contraste entre os ensinamentos adquiridos no templo e a vida em família. Há o questionamento sobre qual é o valor da vida, a satisfação de todos seus desejos ou a conquista do desejo mais alto. No final, a conclusão é fazer o próprio caminho para começar a entender "a verdade do sofrimento" ("dukkha-satya"). Deve-se saber possuir para saber desapegar, e desaprender para aprender por si mesmo. Baseado no filme "Samsara".
Track list:
01. 2 Can Play This Game
02. Skullface
03. Always Left Behind
04. Quid Pro Quo
05. Heartstrings
06. Hungry for Life
07. Sovereign
08. Terminal Speed
09. Outliars
10. Dukkha-Satya
Line-up:
Tito Falaschi - Bateria, baixo e vocal
Mischa Marmade - Vocal
Hilton Torres - Guitarra e vocal
Dann Feltrin - Guitarra e vocal
Informações