Por Marcos Garcia
Coldworker é um nome que está crescendo rápido na cena do Metal Extremo da Europa, desde que a banda começou suas atividades em 2006, e agora, com o lançamento de seu terceiro Full Length, The Doomsayer's Call, com sua versão nacional via Shinigami Records, irá aumentar mais e mais.
Aproveitando disso, e com a gentil ajuda da Shinigami Records, pudemos fazer esta entrevista com Daniel Schröder, guitarrista da banda.
Metal Samsara – Para começar, por favor, fale um pouco sobre a história da banda, do início até agora. E o que significa o nome dela?
Daniel Schröder – A banda começou em Fevereiro de 2006 com Jakobson, Bertilsson e Oskar. A eles se juntaram o guitarrista André e o vocalista Joel. O processo de composição para The Contaminated Void começou e foi bem rápido. A gravação do álbum começou em Junho do mesmo ano. O Coldworker saiu em uma pequena excursão Escandinava com o Arch Enemy e o Path of No Return. Logo após o lançamento do The Contaminated Void, eu tive que entrar no lugar de André e saímos excursionando pela Europa com o Misery Index e o Dew Scented.
Após a excursão, voltamos direto para escrever canções e gravar e gravamos o Rotting Paradise de Dezembro de 2007 a Janeiro de 2008. O disco foi lançado em Maio de 2008 e foi divulgado por shows selecionados na Suécia e Europa, mas infelizmente, nunca pudemos excursionar com aquele álbum.
O The Doomsayer's Call foi gravado entre Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011, e deveria ter sido lançado originalmente no verão daquele mesmo ano (N.R.: o verão no Hemisfério Norte é entre Junho e Agosto).
Trabalho a frio (N.R.: ‘Cold work’, no original) é um processo industrial onde se modela metal ou vidro sem usar calor. Metódos trabalhos a frio são explosões, moldagens e moendas, todas sem o uso de calor. Elementos que uma banda de Death Metal da Suécia deve usar para fazer seu som, certo? Haha.
Metal Samsara – Falando um pouco do passador, como você compararia cada um de seus trabalhos com o The Doomsayer's Call? Acredita que a banda evoluiu musicalmente, ou de outra forma?
Daniel Schröder – Penso que nosso novo álbum é um desenvolvimento natural para a banda, acho que pode chamar isso de progressão natural. Você deve sempre procurar fazer o melhor e acho que é o que conseguimos fazer exatamente com o The Doomsayer's Call. Levamos nosso modo de compor ao próximo nível, como o fizemos do CD de 2006, The Contaminated Void, para o Rotting Paradise, de 2008.
Metal Samsara – O The Doomsayer's Call foi gravado entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, e neste mesmo mês, a mixagem e masterização estavam terminadas, então, por que levaram um ano inteiro entre o final das gravações até o lançamento? Houve algum problema durante as gravações?
Daniel Schröder – Não, o processo de gravação foi até que bem tranquilo. O atraso teve muito a ver com a nossa mudança de gravadora. Nosso selo anterior decidiu que eles não queriam pegar sua última opção de contrato, então tivemos que procurar outro selo... após a gravação! Foi muita falta de sorte, mas tinha que ser feito.
Metal Samsara – Vocês vêm da Suécia, terra de algumas bandas de Death Metal lendárias, como o ‘velho’ Entombed, Dismember, Carnal Forge, bem como as do Death Metal Melódico de Gotemburgo. Então, como se sentem tendo tal background nacional? Alguns se sentiriam pressionados…
Daniel Schröder - Sim, muitas bandas ótimas vêm daqui. Mas não vejo as coisas assim, e sabe como isso pode soar clichê, mas a razão principal de fazermos isso é pela diversão, e enquanto você faz o que pode e dá o seu melhor, não vejo razões para se sentir pressionado por algo assim.
Metal Samsara – As letras da banda estão bem distantes do 'sangue-violência-satanismo 'visto dentro do Death Metal, então é um diferencial em seu trabalho. Pode nos falar sobre a mensagem que querem passar com elas? E o que o título do trabalho significa (NR: The Doomsayer's Call seria algo como ‘O Chamado dos Profetas’, sendo que este profeta é aquele que só prevê calamidades)?
Daniel Schröder – Sim, nós nunca escrevemos sobre partes de corpos e decapitações. Nós preferimos nos ater a temas relevantes que são baseados em realidade quando escrevemos. A maioria das letras lida com merdas negras que acontecem ao nosso redor. Merdas como guerra, violência, corrupção, psicopatas, assassinatos, doenças mentais e assim por diante.
Acho que Joel que veio com a sugestão de The Doomsayer’s Call. Tivemos algumas outras opções, mas penso que nós todos concordamos que Doomsayer's... seria o melhor título. Ele tem a ver com as belas visões distópicas do mundo ao nosso redor, bem parecido com o título Rotting Paradise.
Metal Samsara – A música de vocês, mesmo com alguns rotulando como Deathgrind, não é tão simples, pois existem alguns riffs de guitarras bem complexos e intrincados, bem como algumas estruturas harmônicas muito bem definidas. Você concorda com este tipo de hábito, de pôr rótulos que limitam o trabalho musical de uma banda, em especial no caso da música do Coldworker?
Daniel Schröder – Não concordaria com o rótulo ‘Deathgrind’, porque o núcleo de nossa música não é o Grindcore, mas o Death Metal. Rotule ou não, gostamos de chamar nossa música de ‘Full blasting Death Metal’. Isso a descreve muito bem.
Metal Samsara – Desde o primeiro CD da banda, a produção é feita por vocês, tendo uma mão de Dan Swanö na mixagem, nos Unisound Studios. Ele é aquele cara que sabe como seu trabalho deve soar, ou ele é apenas mais um trabalhador como outro qualquer?
Daniel Schröder – Somos muito afortunados por termos Dan cuidado da mixagem e da masterização em todos os nossos álbuns. Nós o conhecemos bem, é fácil de trabalhar com ele e é extremamente professional quando se fala no que ele faz. Certamente ele não é ‘só mais trabalhador’.
E claro que muito crédito também deve ser dado a Johan Berglund que cuidou das gravações das guitarras e do baixo!
Metal Samsara – O primeiro e o segundo CDs foram lançados pelas Relapse records, mas The Doomsayer’s Call foi lançado pela Listenable Records. Por que ele não foi lançado pela Relapse? Vocês não estavam satisfeitos com o trabalho deles, e como tem sido as coisas com o novo selo?
Daniel Schröder – Certo, os dois primeiros álbuns foram lançados pela Relapse. Eles deveriam ter lançado também o The Doomsayers Call, mas decidiram não fazê-lo. Então, tivemos que encontrar outro lar para o álbum. Contatamos a Listenable, e eles pareceram interessados de cara. Tudo tem funcionado otimamente bem com Listenable até agora. Eles têm dado suporte e estão por dentro do álbum.
Metal Samsara – Ainda falando do The Doomsayer’s Call, você sabia que ele foi lançado no Brasil, em outro bom trabalho feito pela Shinigami Records? E como vocês têm se sentido sendo mais conhecidos pelos fãs brasileiros?
Daniel Schröder – Sim, eu soube disso e acho fantástico! Sempre quis visitar a América do Sul, e espero que possamos fazer isso em um future não tão distante. Nós ficaríamos completamente encantados em ir aí, fazer alguns shows e conhecer os fãs brasileiros!
Metal Samsara – CD nas lojas significa que está na hora de alguns shows? Existem alguns certos no momento? Alguns contatos para os EUA, e mesmo para a América do Sul?
Daniel Schröder – Bem, sim. É isso que isso deve significar. Agora mesmo as coisas estão um pouco complicadas, com Jakobson excursionando com o Nasum em sua tour de despedida. Mas tenho certeza que assim que terminar, poderemos focar 100% no Coldworker e sair em excursão. Então ainda não existem planos específicos ou datas marcadas por agora, mas estamos planejando e saindo assim que for possível.
Metal Samsara – Agradecemos por sua atenção e palavras gentis, então, por favor, deixe sua mensagem para seus fãs brasileiros e leitores do Metal Samsara.
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Daniel Schröder – Obrigado, Brasil, por seu apoio, e esperamos ver vocês muito em breve!!! Chequem em coldworker.com and facebook.com/coldworker por novidades sobre tours e todos os outros tipos de informação, e não esqueçam de adquirir suas cópias de The Doomsayers Call! Salve!