22 de abr. de 2014

Resenha: Madness Factory - Follow the Madness (CD)

Microfonia
Nota 9,0/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Existem bandas que realmente são capazes de surpreender na primeira ouvida, pois logo de cara, todos possuem o hábito de ouvir e classificar logo a banda em uma vertente do Metal. Se não administrado com coerência, se torna uma mania ruim, pois passa-se a desprezar uma banda apenas porque está em uma vertente, sem lhe dar o crédito por seu talento. E o MADNESS FACTORY, vindo lá de João Pessoa (PB) resolveu desafiar os fãs com "Follow the Madness", seu primeiro álbum.

Depois de uma análise bem cuidadosa e calma (e várias ouvidas), podemos caracterizar a banda como Thrash/Crossover, com um pé na Old School dos anos 80 e algumas doses de elementos um pouco mais modernos. Sim, o grupo se preocupa em fazer música pesada de alto nível, sem se preocupar demais com rótulos, com ótimos vocais (em tons naturais bem roucos), ótima dupla de guitarras (com riffs raçudos e técnicos, e certa dose do bom e velho MOTORHEAD nos solos), baixo e bateria extremamente afiados e coesos, pois manter a base rítmica técnica e pesada que eles possuem não é lá algo simples.

Produzido pelo trio Wilheim Jansen, Diego Nóbrega e Victor Hugo Targino (com este último mixando e masterizando o CD), a sonoridade que ouvimos é clara e bem cuidada, embora um pouco oca, mas é consequência dela estar seca. Ou seja, o grupo tem uma sonoridade bem clara, com todos os instrumentos bem audíveis, e os arranjos musicais foram bem evidenciados. E a arte, com a capa pelos irmãos Josafá e Jader Porfírio, mais o design feito pela Corona Artwork ficou muito legal, e o uso do formato Digipack que eles fizeram é bem diferente do que vemos no Brasil (embora bandas de outros países da América do Sul já lancem mão dele há um bom tempo), mais econômico e bem funcional.

Madness Factory
O MADNESS FACTORY, pelo lado das composições, mostra-se uma banda que faz a música que quer e gosta sem dar a mínima para o que se pode pensar deles, de forma bem espontânea, mas sem deixar de ter cuidado com suas composições. Cada arranjo parece ter sido bem lapidado e pensado, e isso dá um tom de homogeneidade ao trabalho, fazendo com que as nove composições (a primeira, "The Factory", é uma introdução toda instrumental) soem niveladas.

Melhores momentos: a ótima e ganchuda "Follow the Madness" (uma faixa rápida e com doses generosas de melodias e arranjos não convencionais ao Thrash/Crossover), a trabalhada "Maligna" (a cozinha baixo/bateria está fantástica, inclusive com algumas quebradas de tempo bem jazzísticas), a mais refreada e bruta "Grito ao Silêncio" (cantada em português, com excelentes riffs e vocais), a trampada e mais cadenciada "I Am a Renegade" (reparem bem como os vocais soam azedos e as guitarras mostram uma técnica não convencional ao gênero), a modernosa "Matadores de Gigantes", e a curta e "motoheadiana" "First Song", embora o trabalho seja bom como um todo.

Um belo trabalho, e um grupo merecedor de elogios por trabalho tão empolgante e longe do convencional, logo, ousado.



Tracklist:

01. The Factory
02. Follow the Madness
03. Maligna 
04. Grito ao Silêncio
05. Le Monde Bizarre
06. I Am a Renegade
07. Matadores de Gigantes
08. Estação Paradoxo
09. First Song
10. Earthquake


Banda:

Fillipe Alves - Baixo, vocais
Diego Nóbrega - Guitarras
Vannucci Oliveira - Guitarras
Jorge Augusto - Bateria


Contatos:

Metal Media (Madness Press)