Nota 10/10
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Sempre que uma banda nova surge das cinzas de uma antiga, ainda mais com integrantes experientes e calejados, a expectativa é enorme. Mas é sempre um enorme prazer constatar que o novo travalho carrega a energia, a essência e força do antigo, só que com novidades absurdas. E esse é o caso do quarteto paulista STATUES ON FIRE, nascido das cinzas do finado NITROMINDS, que leva o nome icônico de "Phoenix".
O estilo do grupo carrega o estigma Punk/HC raivoso dos trabalhos anteriores de seus membros, mais alguns toques de Thrash Metal aqui e ali, com ótimos passagens melodiosas e pesadas, mostrando que não é uma continuidade do passado, mas um grupo coeso, e pronto para lutar por seu lugar ao Sol nem que seja na base do tapa, porque som eles tem, e MUITO!
Os vocais estão melodiosos e fortes (tanto em momentos mais agressivos quanto outros mais amenos), os riffs oscilam entre a rispidez e a melodia sem pudores (e em momento algum o ouvinte percebe, pois é bem sutil e flui naturalmente), baixo e bateria formando uma base rítmica pesada e com boa diversidade. A experiência fala alto, a música é ótima e extremamente viciante!
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Statues On Fire |
Gravado no estúdio Mr. Som, com produção feita por Heros Trench (guitarrista do KORZUS), logo, a agressividade e peso do grupo ficou bem evidente, sonoridade seca e com timbres extremamente bem escolhidos e soando claros, sem deixar que os instrumentos fiquem soando embolados, ou seja, ficou tudo certo e em seus devidos lugares.
Sonoramente, a pergunta que sempre é feita pelos fãs e viciados em boa música nunca foge da regra: O que esperar de "Phoenix"?
A resposta é bem simples: raiva, peso, muita fúria e vontade de fazer algo sonoramente relevante transformada em realidade, e isso garante a qualidade distribuída em 11 músicas essenciais.
Melhores momentos aqui fica bem difícil, pois o nível de composição deles é bem alto, e o grupo mostra que tem muita lenha para queimar. O CD já abre com uma pancada energética e melódica, "Statues on Fire", seguida da não tão veloz e mais ganchuda "You Can't Tell the Reason", a ótima e sinuosa "By What You Die" (que belo trabalho de guitarras!), a stagediving "Free Sample" (ótimo refrão e backing vocals), e a mais melodiosa "Dear" (onde o baixo fica bem evidente, mostrando sua força). Seguem-se a raivosa e dura "Rules on Demand" (novamente temos uma faixa mais ganchuda), por World Without Kindness" (os vocais encaixam como uma luva sobre as linhas melódicas), a um pouco mais moderna e com certo toque de HC californiano "Phoenix", a meio melodia e meio agressiva "Flying Boats", a moderada em termos de andamento "Little Remarks" (baixo e bateria se destacando bastante), e fecha com "Sent You a Letter", outra pancada HC bem empolgante e que vai causar pogo e stagedives infinitos no show (e se ouvir atentamente, verá a influência claríssima do Thrash nos riffs de guitarra). 11 músicas bem obrigatórias, quase um dicionário para se entender o que é a fusão do HC com elementos do Metal.
O STATUES ON FIRE veio para ficar, e se cuidem: este disco causa torcicolos extremos e queixas constantes de vizinhos não adeptos. E lembrem-se que a versão em vinil sairá na Europa dia 28/03, e o CD em Maio, sem data definida ainda, no Brasil. A ansiedade nos corroerá até lá, logo, haja unhas...
Tracklist:
01. Statues on Fire
02. You Can't Tell the Reason
03. By What You Die
04. Free Sample
05. Dear
06. Rules on Demand
07. World Without Kindness
08. Phoenix
09. Flying Boats
10. Little Remarks
11. Sent You a Letter
Banda:
André Alves - Vocais, guitarra
André Curci - Guitarras
Lalo - Baixo
Alex - Bateria
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