23 de ago. de 2014

Resenhas: The Haunted - Exit Wounds (CD)

Nota 10,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Na atualidade, os rótulos existem em uma tentativa fracassada de categorizar o trabalho musical de bandas. E em geral, muitas são abandonadas por isso, já que fãs de Metal tendem a ter uma mentalidade um pouco limitada por rótulos. Se disser que uma banda é de Metal trabalhado, surge um modelo na mente do indivíduo; se chamamos de Metal extremo, é outro. E não é de hoje que trabalhos maravilhosos são categorizados sem nem ao menos serem ouvidos. E isso é uma pena.

Mas ainda bem que existem bandas que fogem de rótulos, como o THE HAUNTED, que de tantas tentativas, o povo já desistiu, pois a banda evolui de disco para disco sem se importar nem um pouquinho com o desespero dos “marcadores” de plantão. E seu novo trabalho, “Exit Wounds”, eles mostram que não estão nem aí para os rótulos, mas apenas em seguir adiante, e deixar o máximo de queixos caídos e ouvidos apitando.

A banda continua com um trabalho forte e bem diversificado dentro do vácuo que ocupam entre o Thrash e o Death Metal, só que preenchido por melodias e aspectos técnicos vindos de outros gêneros. É algo absurdo, pesado, denso, com técnica e muito feeling. Um murro nos dentes, um ataque feroz de vocais urrados, riffs cavalares, baixo e bateria pesados e técnicos, e tudo isso vira um apocalipse sonoro de primeira qualidade. E digamos que o arsenal de riffs do grupo parece inesgotável!

The Haunted
A qualidade sonora que foi postada no trabalho é perfeita, clara o suficiente para que tenhamos acesso aos detalhes e arranjos sem dificuldades, mostrando uma timbragem bem seca e ríspida, mas a agressividade do disco chega a ser rascante e dura, sem abrir uma concessão que seja às más línguas.

E nem é preciso dizer que o grupo se mostra sólido, firme e evoluído, sabendo arranjar suas músicas com sabedoria, de forma que a música soe abrasiva, técnica e muito agressiva, mas sem obliterar as melodias que surgem, em especial nos solos de guitarra.

Bem, o disco é perfeito, uma obra bem pensada, composta e executada em termos musicais. Mas os destaques mais óbvios são a brutal “Cutting Teeth” (um espetáculo da bateria e das guitarras), a rasgada e bruta “My Salvation” (mais uma vez com excelentes riffs e vocais insanos, mantendo a agressividade e nível técnico nas alturas), a mais técnica e modernosa “Eye of the Storm” (mais cadenciada, um murro na cara, com um trabalho de baixo e bateria perfeito, fora ótimos solos de guitarra), a terrorosa e com pique de HC “Trend Killer”, a azeda e meio Thrash anos 90 “All I Have” (belíssimos riffs), “Kill the Light” e sua velocidade rasgada (mais uma exibição ótima do baixo e dos vocais, além de solo caprichado), e a insana e devastadora de ouvidos “Ghost in the Machine”.

Não adianta: THE HAUNTED é um nome que por si só é sinônimo de qualidade.



Tracklist:

01. 317  
02. Cutting Teeth
03. My Salvation
04. Psychonaut
05. Eye of the Storm
06. Trend Killer
07. Time (Will Not Heal)
08. All I Have
09. Temptation
10. My Enemy
11. Kill the Light
12. This War
13. Infiltrator
14. Ghost in the Machine


Banda:

Marco Aro – Vocais
Patrik Jensen – Guitarras 
Ola Englund – Guitarras 
Jonas Björler – Baixo 
Adrian Erlandsson – Bateria 


Contatos: