18 de out. de 2012

Pagan Throne, Morbid Symphony, Tamuya Thrash Tribe, deCifra me, ForKill, Mysttica (Teatro Odisséia, Rio de Janeiro, 14/10/2012)



Por Marcos Garcia

E lá fomos nós para mais um evento do Garage, mais uma vez no Teatro Odisséia, na Lapa, em uma tarde/noite de domingo, onde pudemos ver seis bandas de estilos diferentes.

Mysttica
Subindo ao palco como primeira banda, veio o quarteto MYSTTICA, que faz uma mistura de Doom com nuances sinfônicas/operísticas, graças ao vocal de Bia Coutinho. O set da banda é bem legal, seu trabalho é consistente, mas a banda foi castigada por um som não muito bom, bem como ainda necessita de mais experiência de estrada para poderem assentar algumas idéias e trabalhar mais a postura de palco. Mas tem potencial, e muito, como mostrado em músicas como 'Ballet of the Souls' e 'Empire of the Sun', e em breve, será uma grata surpresa para muitos.

ForKill
Em seguida, veio o quarteto thrasher da 'Guabanabara Bay' FORKILL, destilando uma música que oscila entre TESTAMENT e SLAYER sem nenhum pudor, com boa presença e muita energia, especialmente do guitarrista Ronnie Giehl, que não pára de agitar um segundo que seja. Mostrando as canções de seu EP que já está no forno, como 'Brainwashed' e Breathing Hate', a banda convenceu e ganhou mais alguns fãs. E como se não bastasse, ainda fizeram um cover para 'Seasons in the Abyss', do SLAYER, que fechou o set.

deCifra me
Em seguida, veio o complexo grupo DECIFRA ME  com um misto de Doom, Sinfônico, alguns elementos mais Gothic, com uma música intensa, emotiva, bela e bem trabalhada. Uma boa banda, mas carece de uma postura de palco mais envolvente, bem como sua música pode ser um pouco mais objetiva e polida. Não estamos dizendo 'mudem', mas que sejam mais objetivos, pois talento a banda tem de sobra, como pode ser visto na música 'Shout'.

Tamuya Thrash Tribe
Após um intervalo, veio outra banda do 'Guanabara Bay' Thrash Metal, o quarteto TAMUYA THRASH TRIBE, que fez uma apresentação ótima, mostrando o motivo de estarem cada vez mais em evidência e de serem o 'opening act' do BLACK LABEL SOCIETY no RJ e em SP.
Destilando músicas do EP 'United', mostrando uma música agressiva, trabalhada na medida certa, vocais mais urrados e com bastante 'feeling' e 'groove', mostrando boa postura e levando os presentes ao delírio com músicas como '1814' e a famosa 'Immortal King', que inclusive tem um vídeo oficial (e que pode ser visto aqui). Destaque para o ótimo baterista Guilherme Pollig, um monstro nos dois bumbos e viradas.

Morbid Symphony
Em seguida, veio o quarteto MORBID SYMPHONY, que após um hiato de alguns anos, retorna à ativa, com seu seu Black Metal mais focado na climática soturna e musicalidade ríspida e seca, mas uma pena que seu set foi bem curto, já que a banda retornou há pouco tempo, e a nova formação precisa de mais alguns ensaios, pois ainda está um pouco desentrosada, mas nada muito sério.

Pagan Throne
Fechando a noite, veio o PAGAN THRONE, tocando seu Viking Black Metal intenso e agressivo, mas bem tocado e com algumas melodias aqui e ali, mas infelizmente, para um público bem pequeno. Caracterizados à rigor, e tocando músicas do CD 'The Way to the Northern Gates', sendo que a postura da banda é ótima e se sentem à vontade no palco, especialmente o vocalista Rodrigo Garm, que é um ótimo frontman.

Um ótimo evento, e que venha muitos outros.





Notícias: Metal Media Management (18/10/2012)



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Makinária Rock: Em compilação da webradio Stay Rock Brasil


A MAKINÁRIA ROCK confirmou presença em mais uma compilação. Desta vez o grupo participa de um compêndio feito pela Rádio Online Stay Rock Brasil (www.stayrockbrazil.com.br).

Intitulado ‘Stoner Rock’n Roll’, o projeto está em seu volume de número cinco e, assim como os outros, será lançado de forma virtual. O lançamento está programado para o dia 28 deste mês, em comemoração ao aniversário da rádio.

A MAKINÁRIA ROCK participará com a música ‘Cansado’ de seu primeiro álbum. Também participam da compilação bandas como Goatlove, Baranga, Patrulha do Espaço, Blues Riders, entre outras.

Contato para shows e merchandise: contato@makinariarock.com.br

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Yekun: Gravações de primeiro EP finalizadas


O primeiro registro da banda paulista YEKUN está finalizado. A mixagem e masterização estão feitas e em breve o grupo divulgará a data de lançamento.


O trabalho tem o título de ‘Inside My Headache’ e conta com três músicas:
1.Around
2. Inside My Headache
3. Psy Etica (Immolated)

O estúdio escolhido para a gravação de seu EP foi o DaTribo, lendário estúdio liderado pelo renomadíssimo produtor musical Ciero. Local esse que já passaram bandas como Krisiun, Unearthly, Torture Squad, Ratos de Porão, Claustrofobia, entre outros.

A música do grupo é recheada de psicodelia, abstracionismo, um leve toque soturno e peso, muito peso, um estilo com fortes tendências para o Stoner Metal. Mas o peso e a complexidade não se restringem só a música do grupo, suas letras também representam bem o lado tétrico e profundo do ser humano.

Contato para shows e merchandise: yekunmusic@gmail.com

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Unearthly: Confira vídeo de baterista tocando trechos de 'Flagellum Dei'

Foto: Maria Fernanda Cals

B. Drumond, baterista do UNEARTHLY, acaba de disponibilizar através do canal oficial da banda no You Tube um vídeo de cerca de 6 minutos de duração no qual toca um medley de músicas do álbum 'Flagellum Dei'.


Recentemente a banda anunciou sua primeira turnê europeia. Esta excursão será totalmente focada no Leste Europeu. A turnê se inicia dia primeiro de novembro e segue até o dia 17 do mesmo mês, em quinze apresentações sem parada para descanso. O UNEARTHLY promete levar a devastação para a Rússia e Ucrânia.

‘Flagellum Dei’, mais recente álbum do quarteto, tem sido considerado um clássico nacional imediato, colecionando ótimas resenhas mundo afora com muitas notas máximas, não apenas no seu país natal como fora dele.

Contato para shows e merchandise: shows@theunearthly.com

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Gestos Grosseiros: “tocamos com a emoção e o apoio dos Bangers!” – exclusiva


O GESTOS GROSSEIROS foi formado em meados de 1998 e de lá pra cá vem criando diariamente uma reputação sólida, baseada no respeito pelos fãs, pelos seus ideais e em compor música de forma honesta. Com seu Death Metal pesadíssimo e uma postura muito consciente em suas letras, a banda chega ao seu ápice com o novo trabalho ‘Satanchandising’ que não deixou banger parado, tanto pela alta qualidade das composição com pelos temas que nos fazem refletir sobre nossa visão da sociedade.

Conversamos com o trio todo, pessoas extremamente educadas, solícitas e de opinião clara quanto a sua ideologia e postura. Sem mais delongas, confira esta ótima entrevista:

O novo álbum ‘Satanchandising’ foi um salto na carreira da banda, não só musicalmente, mas também de reconhecimento da mídia e do público. Qual é a visão de vocês sobre o lançamento?

Kleber: O novo lineup da banda foi decisivo na evolução musical da banda, principalmente nas composições de Satanchandising, pois este é o meu ponto de vista.

Andy: Este álbum superou nossas expectativas, pois queríamos que Satanchandising chamasse a atenção, não só pela gravação, mas por tudo que o incorpora. O álbum, em seis meses, já estava muito bem falado pela mídia e pelos hellbangers, e isto, começou a se espalhar de tal forma que realmente nos surpreendeu.

Apesar do nome ‘Satanchandising’, me parece que a temática em si não é satânica, correto? Qual a mensagem que a banda quer passar?

Andy: Sim, está corretíssimo. Não somos uma banda satanista, nosso foco, é aplicar uma crítica bem forte as coisas que pensamos ser injustas ao redor do mundo, tais como: ganância e hipocrisia (em excesso) e principalmente sobre as religiões em si. Porém, gostaríamos de enfatizar que nossas letras não são diretas, gostamos de expô-las de tal forma que cada um interprete de sua maneira e, isto, não significa que cada um pode achar o que bem entender.

Para ler a entrevista completa, por favor, visite:

Contato para shows e merchandise: gestosgrosseirosband@gmail.com

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Exodus - Pleasures of the Flesh (CD)

Shinigami Records - Nacional
Nota 9,5

Por Marcos Garcia

Bem, falar deste disco do EXODUS requer retornar ao hiato de tempo entre o lançamento do 'Bonded by Blood' e o lançamento de 'Pleasures of the Flesh', que originalmente é de 1987, mas que ganhou versão nacional recente pela Shinigami Records, com algumas surpresinhas.
Após a tour de 'Bonded by Blood' (que chegou a tocar com VENOM e CHARIOT no Reino Unido, e VENOM e SLAYER nos Estados Unidos, de onde veio o vídeo 'The Ultimate Revenge'), em 1986, o vocalista Paul Ballof saiu da banda, sendo que sua forma de cantar era tão característica e carismática que os fãs sentiram o golpe. E isso se deu quando a banda já estava fazendo a pré-produção de 'Pleasures of the Flesh', e a recepção a Steve 'Zetro' Souza (ex-LEGACY, que viria a se chamar TESTAMENT após problemas com o nome original) não foi das melhores pelos fãs da banda radicados na Bay Area, já que Steve era de fora. Mas o próprio Paul intercedeu por ele e pela banda, então o problema foi contornado.  Mas mesmo assim, o material inicial, na voz de Paul, teve que ser refeito, e como ainda estavam na segunda metade dos anos 80 e as gravações digitais só viriam a se popularizar no início dos anos 90, tome trabalho no estúdio.

Capa original censurada

Outro problema foi fechar um contrato para lançamento, já que a banda possuía sucesso no underground, mas isso foi um parto, já que uma gravadora major lhes oferecia contrato para 5 discos, mas eles não queriam ficar presos por tanto tempo, ao passo que poderiam ficar na Combat Records (famoso selo independente americano nos anos 80), mas ficariam muito restrito. Uma parceria entre a Combat e a Sony Records resolveu este problema.

Produzido pela banda em conjunto com Marc Senesac, e tendo novamente Mark Whitaker (que produziu 'Bonded by Blood') fazendo a produção da bateria, e a sonoridade ficou bem mais limpa e clara que no anterior, o que ajudou a banda em seu enfoque musical para este disco. A visual é outra estória: a capa original mostra uma gravura dos integrantes do EXODUS em meio a um banquete com canibais, onde o prato principal é carne humana. Obviamente ela foi banida (embora usada em uma versão limitada de 500 cópias do Picture Disc), e trocada pela conhecida capa da banda com caveiras, que no encarte receberam até nomes.
 
Musicalmente, aí é que o caldo engrossa...
 
Na época, 'Pleasures of the Flesh' teve uma recepção um pouco fria em relação ao alarde feito por 'Bonded by Blood', já que mesmo mantendo suas características musicais, os rapazes inseriram um pouco mais de melodia do que já havia antes, ou seja, apesar da da rapidez e pegada bruta de antes, há doses generosas de melodias bem explícitas, mas o fato é que 'Pleasures of the Flesh' é um disco memorável, especialmente pela presença de faixas antológicas como a veloz e furiosa 'Deranged', com 'Zetro' mostrando trabalho; a clássica ''Til Death Do Us Part', não tão veloz quanto a anterior, mas uma pancada bem dada, com um trabalho de guitarras esmagador de pescoços; a empolgante e com backing vocals bem semelhantes aos vistos no 'Bonded by Blood';  'Brain Dead', outra cacetada mais cadenciada; a bem trabalhada 'Pleasures of the Flesh', onde a cozinha mostra peso e variedade; a intensa e pesada 'Seeds of Hate', mais uma vez com as guitarras ganhando destque e dando fôlego à canção; e a pogante 'Choose Your Weapon'. Mas ainda temos alguns bônus, as surpresinhas antes citadas: as versões ao vivo para 'Chemi-Kill', ''Til Death Do Us Part', e 'Brain Dead', mais a versão ao vivo para 'Dirty Deeds Done Dirt Cheap', do AC/DC, em uma versão mais pesada e azeda, evidenciando qual a maior influência de 'Zetro' Souza, ou ninguém reparou que nosso herói é uma incorporação thrasher do saudoso Bon Scott?
 
Ou seja, um ótimo disco, que merece aquele carinho, ao mesmo tempo em que preparou terreno para um disco aniquilador, que viria a ser 'Fabulous Disaster', que também saiu por aqui via Shinigami Records.
 
Boa diversão!



Tracklist:

01. Deranged
02. 'Til Death Do Us Part
03. Parasite
04. Brain Dead
05. Faster than You'll Ever Live to Be
06. Pleasures of the Flesh
07. 30 Seconds
08. Seeds of Hate
09. Chemi-Kill
10. Choose Your Weapon
11. Chemi-Kill (Live)
12. 'Til Death Do Us Part (Live)
13. Brain Dead (Live)
14. Dirty Deeds Done Dirt Cheap (Live, AC/DC cover)


Formação:

Steve 'Zetro' Souza - Vocais
Gary Holt - Guitarras
Rick Hunolt - Guitarras
Rob McKillop - Baixo
Tom Hunting - Bateria