Drake Chrisdensen, vocalista de uma das bandas mais diferenciadas do Brasil e do mundo – o RUINS OF ELYSIUM –, prestou uma interessante entrevista ao blog da Morticínio Produções. O bate-papo foi publicado nessa quinta-feira, 13.
A conversa passou por assuntos como a própria banda e sua formação e trajetória, repercussões de seus trabalhos, além da militância em favor da igualdade de gênero, posicionando-se a favor de minorias, como LGBT.
Confira alguns trechos:
MORTICÍNIO PRODUÇÕES: provavelmente o grande diferencial da RUINS OF ELYSIUM para as demais bandas é a presença de um tenor nos vocais. Gostaria que você nos contasse um pouco sobre a sua formação musical e seus gostos também.
DRAKE CHRISDENSEN: olá Flávio e leitores da Morticínio, primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de participar dessa entrevista. Bom, eu comecei a cantar quando entrei no coral da minha escola, isso 14 anos atrás e nunca parei. Estudei canto popular e me encontrei no lírico, onde tive a honra de aprender com grandes nomes como Fernanda Araújo, Eliseth Gomes, Janet Williams e Melissa Ferlaak, que começou sendo uma inspiração pra mim, depois minha professora e hoje é uma das minhas melhores amigas. Morei em Berlin por um ano para dar continuidade aos meus estudos e também já me aventurei pelo belting e pelo teatro musical. Basicamente, erudito, metal e algumas coisas do pop como Elton John, Sarah Brightman e Lady Gaga são meus estilos favoritos.
MORTICÍNIO PRODUÇÕES: algumas causas vêm ganhando força ao longo do tempo, especialmente nas redes sociais. Provavelmente nunca se combateu tanto o machismo e a homofobia como tem acontecido atualmente. Como você analisa o quadro do Brasil nesses assuntos? Você acredita que é possível olhar para a situação de uma forma otimista?
DRAKE CHRISDENSEN: o metal e o rock surgiram como forma de contestar dogmas sociais, qualquer tipo de preconceito ou conservadorismo nesse estilo é um absoluto contrassenso, então me choco vendo headbangers que se orgulham de serem conservadores e até mesmo se taxarem de “opressores” como se isso fosse algo a se ter orgulho. Então, em alguns momentos, eu me chateio muito mas me lembro do quanto estamos nos impondo e reivindicando nossos direitos...e conseguindo esses direitos! Representatividade importa demais e eu não sou o único gay no metal no Brasil, pelo contrário, somos muitos e estamos conquistando espaço na sociedade brasileira.
MORTICÍNIO PRODUÇÕES: o EP “Daphne” foi lançado recentemente. Em maio deste ano, certo? E sem perder tempo, vocês já estão gravando o próximo trabalho. Como foi a recepção do público em relação ao EP?
DRAKE CHRISDENSEN: foi excelente. Muito melhor do que eu esperava, sendo sincero, porque Daphne foi o primeiro lançamento realmente grande nosso e que possibilitou às pessoas ouvirem e pensarem “então ISSO é a RUINS OF ELYSIUM: é épico, é ativista, é sem fronteiras” e pode ser difícil de agradar nessa primeira impressão. Acho que o que chamou atenção é que não tivemos medo de dar tudo de nós nesse lançamento, não teve um “ah, acho que ainda não estamos preparados pra isso”, NÃO, vai ter épico de 10 minutos, vai ter música puxando pro death metal sobre homofobia, vai ter ária de ópera versão metal e mais, muito mais! Então acho que a ousadia de Daphne chamou atenção.
Para conferir essa interessantíssima entrevista na íntegra, basta acessar o seguinte link:
Lembrando também que a banda está organizando uma campanha de crowdfunding para arrecadar fundos para o lançamento físico do EP “Daphne”, lançado em maio, com faixas bônus, e principalmente para materializar o álbum de estreia, que se chamará “Seeds of Chaos and Serenity”
Contribua através do link:
O RUINS OF ELYSIUM executa um diferenciado Symphonic Metal cantado em tenor, e cujas letras se direcionam a todos aqueles que se sentem oprimidos de alguma forma, para que se sintam representados, sejam minorias raciais, LGBT, mulheres ou outros. A formação é de nacionalidade mista, já que a dupla de guitarristas é também composta por uma holandesa e um italiano.
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