2016
Independente
Nacional
Músicas:
1. Don’t Try Me
2. Forbbiden Grace
3. My Dark Passenger
4. Z.3.R.O.
5. Hopeland
6. The Muse
7. Faithless Alley
8. Future Paradise
9. The Blue Bird
Banda:
Fabiano Negri – Vocais, todos os instrumentos, programação
Contatos:
Nota:
10/10
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Sabem quando um disco fala fundo ao coração?
Aquele tipo de disco que transcende meras descrições e rótulos, quando nos damos o prazer de ouvir um trabalho com espectro musical mais amplo, e que enche nossos corações de júbilo, daquela sensação prazerosa que os problemas ficaram para trás?
Bem, é o que encontramos em “Z.3.R.O.”, disco do conhecido cantor/produtor FABIANO NEGRI, que nos chega às mãos para resenhar.
O que “Z.3.R.O.” nos trás é uma música que é Rock’n’Roll, só que de um jeito mais intimista, com momentos em que sentimos como se os espírito criasse asas e voasse para algum lugar diferente, longe de todos os problemas do cotidiano. A base disso é uma música melodiosa, composta de maneira espontânea e despretensiosa, por um músico extremamente competente e com muitos calos da experiência (para quem não sabe, Fabiano foi vocalista do conhecido rupo REI LAGARTO). Ou seja, o ecleticismo impera, mas sem causar desgostos nos fãs de Rock’n’Roll.
A produção é toda de Fabiano, que gravou e mixou o álbum no estúdio Cultura Pop, em Campinas (SP), enquanto a masterização e alguma mixagem adicional foram feitas por Ric Palma no estúdio Minster, também em Campinas. O resultado é uma sonoridade limpa e bem cuidada, e que funciona bem para que tanto ecletismo melodioso flua sem problemas, e nos permitindo entender suas composições claramente. Só o timbre dos instrumentos programados poderia ser melhor (em especial a bateria).
A arte é de Wagner Galesco, que possui em sua simplicidade o esboço de tudo que Fabiano expõe em suas músicas e letras.
Muito de “Z.3.R.O.” tem referência em viagens de Rock Progressivo dos anos 70, mas existem influências claras de Pop, Soul, Blues e outros gêneros. Mas tudo soa consensual, forte e vigoroso, com arranjos bem feitos em cada instrumento, e boa dinâmica entre vozes e instrumentos.
Melhores momentos:
“Don’t Try Me” – Efeitos eletrônicos em passagens mais pesadas, e uma abordagem Post Punk/Gothic Rock em momentos mais suaves se contrastam bastante, cheia de partes vocais muito bem feitas e arranjos de pianos assentados com maestria. Mas não pensem que é uma canção simples, pois embora acessível, ela desafia nossos sentidos a cada momento.
“Forbbiden Grace” – A beleza do Pop e da Soul Music estão presentes e dão a tônica desta música, que é bela e bem intimista. Reparem que existem momentos grandiosos, onde nos vem à mente alguma influência do QUEEN em seus momentos mais ecléticos.
“My Dark Passenger” – Ainda mais intimista que a anterior, com belas partes de piano e arranjos com efeitos eletrônicos mais suaves; e mesmo momentos mais dançantes surgem e se mesclam harmoniosamente. As melodias são evidenciadas, permitindo que o canto melodioso de Fabiano seja aproveitado em sua plenitude.
“Z.3.R.O.” – Por ter mais de nove minutos de duração, ela tem momentos mais intimistas, outros com maior dose de energia. O instrumento que rege esta canção é sem sombra de dúvidas a guitarra, cheia de arranjos que trazem toques de vários estilos musicais. Mas mais uma vez, temos canção é sólida e consensual, não vai exasperar os ouvintes.
“Hopeland” – Outra canção bem macia, diferente e cheia de toques Progressivos de primeira, mais uma vez com uma bela exibição de talento nos vocais, e nas guitarras e suas belas passagens limpas.
“The Muse” – Mais uma vez, a criatividade de Fabiano não reconhece limitações estilísticas, criando uma música introspectiva, cheia de momentos que vão do Soul ao groove funkeado do Rock setentista, mas sem deixar de ter boa dose de acessibilidade.
“The Blue Bird” – Dividida em quarto partes bem distintas (que são “Mortality”, “Come Back Home”, “Pain”, e “Farewell”), temos mais uma canção longa, que permite grande expressividade por parte de Fabiano nas vozes. Ela nos evolve em cada um de seus momentos.
Só nos resta afirmar que “Z.E.R.O.” é um disco muito bom, que merece a audição e aquisição, pois pode ser aquele disco que você quer ouvir quando e cansa do cotidiano que nos estressa. Pelo contrário, nos alivia do fardo.