2017
Selo: Independente
Nacional
Nota: 9,0/10,0
Tracklist:
1. Realidade
2. Massacrados
3. Corrupto
4. Conflitos Sociais
5. Humanidade
6. Sociedade é uma Prisão
7. Meu Filho
8. Desconstrução
9. Medo
Formação:
Germano Duarte - Vocais, guitarras
Rafael Feldman - Baixo
Marcio Duarte - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/bandatumultobr/
Twitter: https://twitter.com/BandaTumulto
Instagram: https://www.instagram.com/bandatumulto
Bandcamp:
Assessoria: http://roadie-metal.com/tumulto/ (Roadie Metal Press)
E-mail: tumultobr@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Existem discos que conseguem transcender o tempo, que são
sempre atuais por conta da identidade musical da banda que o lança. Alguns se
tornam pedras angulares de seus estilos, enquanto outros ficam dentro do underground,
virando “cult” para muitos fãs que conseguem ter acesso à obra. Agora, quando
um disco como “Conflitos Sociais”, da banda TUMULTO, de Foz do Iguaçu (PR) nos
chega às mãos, é preciso ter todo respeito possível pela obra.
O trio foi fundado em 1991, logo, possui uma longa
experiência em seus ombros. Tendo raízes no Punk Rock e no Hardcore, o grupo
foi migrando cada vez mais para o Crossover e o Thrash Metal conforme a
formação foi se alterando com o passar dos anos. Mas verdade seja dita: ouvimos
uma mescla entre o passado e o presente, sem existir contradição, apenas
evolução. E “Conflitos Sociais” é um disco regravado, ou seja, tem a fúria da
época de seu lançamento (1992, quando saiu como um Split dividido com a banda
MORTHAL), mas a gravação mais atualizada, o que nos permite ver como a banda
evoluiu.
Ou seja, “Conflitos Sociais” mostra que o TUMULTO continua raivoso
e indomável, como há 25 anos.
Emerson Pereira (do EMBRIO) fez a produção desse remake de “Conflitos
Sociais” (que originalmente foi produzido por Rédson, do CÓLERA), que teve
Anderson Vieira fazendo a mixagem e masterização. Óbvio que a qualidade é muito
superior ao original, mas sabendo manter a agressividade orgânica do trio
intecta, apenas optando por uma gravação mais seca e bem feita, mas com timbres
muito ríspidos e claros, dando definição sonora ao trabalho do trio. E é bom citar que o trabalho teve suporte da Fundação Cultural Foz do Iguaçu.
A arte é uma releitura da original, sendo que Elielcio
Dreher (da Elicartoon) deu uma melhorada sensível, e o acabamento ficou ótimo.
O encarte está muito bem feito, com tudo nos devidos lugares.
E podem ir se preparando, pois o objetivo do TUMULTO é criar
um Crossover caótico e empolgante, de deixar o pescoço dolorido e de
desencadear moshpits insanos. A energia que flui das músicas do trio é algo de
absurdo bem como sua agressividade natural, mas tudo encorpado Graças à
sonoridade mais bem acabada. A banda não faz algo extremamente rebuscado em
termos técnicos, pois nem é preciso: as músicas de “Conflitos Sociais” são
ótimas como elas estão aqui.
Riffs insanos, solos com boas harmonias, baixo e bateria
firmes na marcação e criando uma base rítmica sólida, e vocais raivosos muito
bem assentados são os elementos que o TUMULTO usa, logo, se deixem entrar nesse
caos que só faz bem aos nossos ouvidos.
Melhores momentos:
“Realidade” - Guitarras com riffs raivosos à lá “Show No
Mercy” e vocais insanos, tudo coeso e firme sore um andamento que não é lá
extremamente veloz (e nem precisa ser), e a energia é de deixar o queixo caído.
“Massacrados” - Se preparem, pois essa canção é empolgante,
justamente porque o ranço HC/Punk do grupo está evidenciado em boas linhas
melódicas e no trabalho de primeira de baixo e bateria. É ouvir e sair cantando
junto!
“Corrupto” - Aqui, mesmo com vocais tão ferozes, se percebe
uma linha harmônica mais próxima ao Post Punk em alguns momentos, já que a
simplicidade de arranjos e melodias envolventes são grudentas de uma forma
ótima.
“Conflitos Sociais” - Um Thrash/Crossover de trincar os
dentes, empolgante e cheio de riffs envolventes. Não dá para ficar parado!
“Humanidade” - Uma introdução ótima, com riffs e peso bem “sabbáthicos”,
andamento em velocidade mediana, mas logo aquele ritmo mais Punk/HC empolgante e
que nos leva ao pogo começa e nos arrasta, causando torcicolos. Mais uma vez, a
base rítmica está ótima, além de belos backing vocals Punk.
“Sociedade é uma Prisão” - Outra com forte ranço
Hardcore/Punk de raiz, com certo que de RDP antigo. Andamento nada veloz, peso
absurdo e belos arranjos de baixo e bateria, sem mencionar que os riffs estão
muito bem.
E não, não acabou. Como aqui temos um álbum, a banda nos
concedeu as versões insanas para “Meu Filho” (do CÂMBIO NEGRO HC), “Desconstrução”
(do AÇÃO DIRETA) e “Medo” (um dos hinos do CÓLERA), todas elas mostrando
claramente que HC e Thrash Metal têm tudo um com o outro.
Se já conhece a versão original de “Conflitos Sociais”, eis
uma hora boa para ver e ouvir como a banda evoluiu, mas continua consensual.
Mas não conhece o TUMULTO, nunca é tarde e eis uma ótima oportunidade!
Um puta disco!