2017
Independente
Nacional
Nota: 9,1/10,0
Tracklist:
1. Welcome to the Underground
2. Hate to the Bones
3. Metal God
4. Even if It Dies
5. The Last Chance
6. Hot Ginger Woman
7. Bang Your Head
8. Bad Days
9. Rescue Me
10. Unprotected
Banda:
Guilherme Mello - Vocais, guitarras
Guilherme Argenta - Baixo, vocais
Gabriel Quatrin - Guitarras
Eduardo Pegoraro - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/dataveniabanda
Twitter: https://twitter.com/bandadatavenia
Instagram: https://www.instagram.com/dataveniaoficial/
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/datavenia
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Já é de domínio público de todos que o brasileiro, apesar de seus problemas sociais e educacionais, é um povo altamente musical. A base para tal afirmativa vem da capacidade do nosso povo em assimilar influências musicais vindas do exterior, e as colocar para fora de uma forma diferente do que recebeu, e muitas vezes, diferente do que já existe previamente. E o Metal nacional ganha muito com isso, em que pese que a mania de “eu sou europeu” de muitos brasileiros os façam desprezar o que é feito de bom por aqui (mais aulas de Geografia para eles, por favor).
E o DATAVENIA, banda de Frederico Westphalen (RS) mostra justamente esta capacidade no ótimo “Welcome to the Underground”.
A banda faz um híbrido entre o Metal tradicional com o peso e suingue do Groove Metal e um alinhavo Thrash Metal à lá METALLICA da fase “Black Album”. Assim, a banda ganha peso e agressividade, sem perder nunca sua vertente melodiosa e com arranjos musicais bem feitos. Ou seja, há uma propensão, uma necessidade de ser diferente, e de mostrar uma personalidade musical diferente. E quem ganha com isso somos nós.
O trabalho do quarteto é excelente!
Com produção do próprio quarteto e de Moris Drumms, a qualidade sonora de “Welcome to the Underground” é muito boa, soando pesada, intensa e limpa, mas sem que perca peso e agressividade. Tudo está em seu devido lugar; os timbres foram escolhidos sabiamente. Mas ao mesmo tempo, se percebe uma necessidade de não “enfeitar demais o pavão”, ou seja, em soar o mais orgânico e natural possível.
Musicalmente, o DATAVENIA se mostra bastante maduro para um disco de estréia. Mas com 10 anos de experiência nas costas e muita revolta, percebe-se que o grupo andou caprichando no momento de compor, arranjando cada música de forma única, mas sem que elas perdessem a espontaneidade. Vocais agressivos em tons normais, guitarras com riffs ótimos e solos melodiosos, baixo e bateria entrosados e soando com uma dose enorme de peso. E tudo isso se une de forma harmoniosa para formar o trabalho do quarteto, que é adornado por belas linhas melódicas.
E tudo isso transforma canções como a trampada e agressiva “Welcome to the Underground” com seu groove seco e agressivo (reparem bem no refrão ganchudo e nas guitarras esbanjando agressividade nos riffs e melodias nos solos), a opressão envolvente de “Metal God” e seu andamento mais lento (mostrando como baixo e bateria são importantes para a banda, sem falar no belo trabalho dos backing vocals), as mudanças de ritmo de “Even if It Dies” e suas linhas melódicas bem definidas, a belíssima e envolvente “The Last Chance” (uma típica balada de refrão pesado, mas diferentemente do modelo comum, a acessibilidade musical não é quebrada nem mesmo no refrão, e isso nos mostra a versatilidade dos vocais), o groove melodioso, descompromissado e azedo de “Hot Ginger Woman”, a sombria e sentimental “Bad Days” (outra aula de como variar timbres de voz, fora belos arranjos de guitarra), e a rápida e opressiva “Unprotected” em momentos memoráveis, e garantimos que a audição do disco como um todo é algo maravilhoso.
Se no primeiro disco estão nesse nível, o segundo será um clássico do Metal nacional!