2017
Selo: Independente
Nacional
Nota: 9,1/10,0
Tracklist:
1. Headache
2. Animal
3. Freaks
In Action
4. No… P.A.S.
Banda:
Helbert de Sá - Vocais
Cláudio Freitas - Guitarras
Rodrigo
Boechat - Baixo
Ricardo
Parreiras - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.riv.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/rivcrossover/
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Bandcamp:
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/r-i-v-rhythms-in-violence/
(Roadie Metal Press)
E-mail: rivfreitas@yahoo.com.br
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Desde o surgimento do experimentalismo no Metal, algo que
vem desde os anos 70, mas que se tornou mais comum nos anos 90. Nem sempre isso
é muito bem visto (já que o Brasil jaz eternamente sob o jugo do radicalismo anos
80 “cuecão de couro” de muitos), mas é saudável, revitaliza gêneros e permite
que todas as vertentes sejam preparadas para novos tempos. Mas alguns levam
isso a extremos que não foram sequer cogitados antes, como o RHYTHMS OF
VIOLENCE (mais conhecido pela sigla R.I.V.) faz em seu Demo CD “Welcome to
Prog-Core”.
Vindos de Belo Horizonte, o quarteto esteve na ativa de 1988
até 1996, quando pararam. Mas o vício de se fazer música é algo que depois que
se apossa de nós, não tem jeito. E eis que eles voltaram e estão fundindo
Hardcore/Crossover com mudanças de tempo insanas, elementos de vários estilos
musicais diferentes em uma mistura extremamente insana que leva Jazz,
Progressivo, Death Metal, Grindocre e outras coisas mais. Mas é muito
interessante. Soa pesado e agressivo, mas muito diferente do que estamos
acostumados.
Para muitos, intragável, mas para muitos mais, o R.I.V. vem
em boa hora, para mudar as regras do jogo. E isso é ótimo!
A produção sonora ficou bem crua, pesada e muito azeda. Mas
creio que para a loucura criativa do grupo, ela se enquadrou bem, nos
permitindo entender o que o grupo está tocando. Mas essa crueza, essa sujeira,
parece ser claramente intencional. Vamos ser sinceros: eles estão criando algo
novo, logo, nenhuma possibilidade pode ser descartado.
Sonoramente, o R.I.V. é desafiador, ganchudo e encorpado.
Óbvio que para muitos fãs no estilo “você não conhece o Manowar” e outros “uga-ugas”
da vida, a música do grupo será difícil de ser engolida. Mas para quem conhece
o passado e sabe que o futuro é feito pelos diferentes e não pelos clones,
sabem que um grupo assim é corajoso e capaz de criar muitas possibilidades!
Muita pancadaria e influências de Hardcore e Jazz se
misturam em “Headache”, que ainda possui uns breakdowns e muito peso, com bacteria
e baixo mostrando muitas partes diferentes e ritmos quebrados (até chocalhos
estão presentes); curta e direta é “Animal”, talvez a mais comportada dentro do
Prog-Core do crupo, lembrando bastante o Crossover clássico, com belo trabalho
de guitarras; mas a insanidade retorna à toda em “Freaks in Action”, com vocais
animais no meio do caos criativo e cheio de mudanças de ritmo, que vão do Grind
extremo ao jazzístico sem medo; e ainda insana e bem azeda é “No… P.A.S.”, outra
insanidade fora de controle, pesada e uma exibição de ótima técnica de baixo e
bateria mais uma vez, sem que vocais e guitarras fiquem para trás.
Preparem-se quando forem ouvir “Welcome to Prog-Core”,
porque esses sujeitos vieram para pôr convicções sonoras abaixo na base da
bicuda sem dó!