2017
Selo: Independente
Nacional
Nota: 8,7/10,0
Tracklist:
1. Em Coma
2. Paciência V.T.N.C.
3. Escolhas
4. É Só
5. Com Força
6. Sorria
7. Se Comovem Mas Não Se Movem
Banda:
Thiago Bonazza - Vocais, guitarras
André Guterro - Guitarras, backing vocals
Gustavo Jamarini - Baixo
Ramon Scheper - Bateria
Contatos:
Site Oficial: https://www.alkanzametal.com.br/
Twitter:
Instagram: https://www.instagram.com/alkanza_thrash/
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail: alkanzaofficial@outlook.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Depois de ficar muito tempo dependendo de uma única
vertente, o Thrash Metal também se fragmentou e começou a permitir que
experiências fossem feitas e novas possibilidades sonoras existissem, bem como
ainda existe o bom e velho Thrash Metal de raiz. Mas um dos estilos que surgiu
da cisão foi o Thrash/Groove Metal, onde temos claras referências ao Southern
Rock dentro do estilo (algo que o PANTERA foi um dos pioneiros) e mesmo
influências do Blues da Soul Music (onde o MORDRED foi uma das pedras
angulares). E herdando toda essa carga de influências, temos o quarteto
ALKANZA, de Tubarão (SC), que veio com tudo em seu ótimo “O Céu da Boca do
Inferno” para deixar ouvidos surdos.
Como dito, o grupo usa de uma sonoridade híbrida, mesmo com
algumas influências vindas do Rapcore e do Hip Hop de nomes como BODY COUNT,
mas é evidente a influência do PANTERA e seu jeito Thrash/Groove de ser. Mas a
banda usa de uma sonoridade mais limpa e sem tantos timbres gordurosos no
instrumental. Desta forma, a banda mostra sua personalidade, buscando romper
fronteiras e buscando sua identidade. E eles vão conseguir isso, e no meio do
caminho, vão deixar tímpanos apitando e pescoços doloridos!
Ou seja: o som do quarteto é uma porrada seca, dura e
ríspida, mas com boa fluência e muita carga de Groove moderno!
Gravado nos B&C Studios, na cidade do grupo, e tendo a
produção de Thiago Bonazza (guitarrista/vocalista do grupo) em parceria com
Fabrício Eufrásio, a sonoridade de “O Céu da Boca do Inferno” é brutal e
sólida, dando ênfase ao som grave e pesado do grupo, mas sem perder de vista a
necessidade de certa clareza musical, para que o ouvinte não tenha dificuldades
de entender e assimilar o som azedo da musicalidade deles.
A arte gráfica de Márcio Saviano, trabalhada sob um fundo
branco e com imagens em tons de vermelho já diferenciam bastante o grupo de uma
enxurrada de clones que existem por aí. E ficou muito boa, clara e objetiva.
Moderno, recheado de um linguajar de beco (mas bem pensado e inteligente) e cantado em português, o
trabalho sonoro do ALKANZA é feroz e transborda modernidade. Mas ao mesmo
tempo, o quarteto está distante de soar como cópia de quem quer que seja, e
ainda por cima, mostrando boa técnica instrumental e arranjos bem feitos.
Melhores momentos:
“Em Coma” - Muita agressividade abrasiva sai pelos falantes,
mostrando uma dinâmica feroz entre riffs e vocais (que usam timbres rasgados à
lá Mille Petrozza com outros bem graves), mas tome porradaria em um ritmo não
muito veloz e partes mais “rapcoreadas”.
“Paciência V.T.N.C.” - Um hino Thrash/Groove raivoso e que
deixa o pescoço doendo. É outra voadora direta, com um refrão intenso, belo
trabalho de baixo e bateria (onde a força do Groove é evidenciada), e a letra é
uma machada. Realmente, com certas pessoas, um belo VAI TOMAR NO CU é mais que
suficiente, e ainda desestressa!
“Escolhas” - Um andamento que vai lembrar muita gente do
METALLICA na fase “Black Album”, ou seja, mais peso e intensidade que
velocidade, e pegadas muito fortes, com riffs azedos e solos eficazes. Mas se
preparem, pois ela tem dois momentos bem distintos.
“Com Força” - Peso e momentos com “slaps” do baixo fazendo a
alegria de muitos fãs além de uma agressividade em um nível bem elevado. É
fantástico o trabalho do grupo nos riffs, um peso descomunal e que timbres!
“Se Comovem Mas Não Se Movem” - Essa fecha o disco gotejando
agressividade Thrasher moderna e intensa, sem dó de pescoços e ouvidos. A
pegada é ganchuda, o ritmo abrasivo e que belo trabalho dos vocais e das
guitarras. E mais uma vez, ritmos em velocidade mediana contrastam com momentos
mais pesados e bem “Sabbathicos”.
É, o ALKANZA veio para ficar, logo, preparem seus ouvidos
devidamente para a porrada!
Ah, sim: “O Céu da Boca do Inferno” pode ser baixado
gratuitamente no site da banda, logo aproveitem e se deixem conquistar.