4 de jul. de 2017

ALKANZA - O Céu da Boca do Inferno (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 8,7/10,0


Tracklist:

1. Em Coma
2. Paciência V.T.N.C.
3. Escolhas
4. É Só
5. Com Força
6. Sorria
7. Se Comovem Mas Não Se Movem


Banda:


Thiago Bonazza - Vocais, guitarras
André Guterro - Guitarras, backing vocals
Gustavo Jamarini - Baixo
Ramon Scheper - Bateria


Contatos:

Twitter:
Bandcamp:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Depois de ficar muito tempo dependendo de uma única vertente, o Thrash Metal também se fragmentou e começou a permitir que experiências fossem feitas e novas possibilidades sonoras existissem, bem como ainda existe o bom e velho Thrash Metal de raiz. Mas um dos estilos que surgiu da cisão foi o Thrash/Groove Metal, onde temos claras referências ao Southern Rock dentro do estilo (algo que o PANTERA foi um dos pioneiros) e mesmo influências do Blues da Soul Music (onde o MORDRED foi uma das pedras angulares). E herdando toda essa carga de influências, temos o quarteto ALKANZA, de Tubarão (SC), que veio com tudo em seu ótimo “O Céu da Boca do Inferno” para deixar ouvidos surdos.

Como dito, o grupo usa de uma sonoridade híbrida, mesmo com algumas influências vindas do Rapcore e do Hip Hop de nomes como BODY COUNT, mas é evidente a influência do PANTERA e seu jeito Thrash/Groove de ser. Mas a banda usa de uma sonoridade mais limpa e sem tantos timbres gordurosos no instrumental. Desta forma, a banda mostra sua personalidade, buscando romper fronteiras e buscando sua identidade. E eles vão conseguir isso, e no meio do caminho, vão deixar tímpanos apitando e pescoços doloridos!

Ou seja: o som do quarteto é uma porrada seca, dura e ríspida, mas com boa fluência e muita carga de Groove moderno!

Gravado nos B&C Studios, na cidade do grupo, e tendo a produção de Thiago Bonazza (guitarrista/vocalista do grupo) em parceria com Fabrício Eufrásio, a sonoridade de “O Céu da Boca do Inferno” é brutal e sólida, dando ênfase ao som grave e pesado do grupo, mas sem perder de vista a necessidade de certa clareza musical, para que o ouvinte não tenha dificuldades de entender e assimilar o som azedo da musicalidade deles.

A arte gráfica de Márcio Saviano, trabalhada sob um fundo branco e com imagens em tons de vermelho já diferenciam bastante o grupo de uma enxurrada de clones que existem por aí. E ficou muito boa, clara e objetiva.

Moderno, recheado de um linguajar de beco (mas bem pensado e inteligente) e cantado em português, o trabalho sonoro do ALKANZA é feroz e transborda modernidade. Mas ao mesmo tempo, o quarteto está distante de soar como cópia de quem quer que seja, e ainda por cima, mostrando boa técnica instrumental e arranjos bem feitos.

Melhores momentos:

“Em Coma” - Muita agressividade abrasiva sai pelos falantes, mostrando uma dinâmica feroz entre riffs e vocais (que usam timbres rasgados à lá Mille Petrozza com outros bem graves), mas tome porradaria em um ritmo não muito veloz e partes mais “rapcoreadas”.

“Paciência V.T.N.C.” - Um hino Thrash/Groove raivoso e que deixa o pescoço doendo. É outra voadora direta, com um refrão intenso, belo trabalho de baixo e bateria (onde a força do Groove é evidenciada), e a letra é uma machada. Realmente, com certas pessoas, um belo VAI TOMAR NO CU é mais que suficiente, e ainda desestressa!

“Escolhas” - Um andamento que vai lembrar muita gente do METALLICA na fase “Black Album”, ou seja, mais peso e intensidade que velocidade, e pegadas muito fortes, com riffs azedos e solos eficazes. Mas se preparem, pois ela tem dois momentos bem distintos.

“Com Força” - Peso e momentos com “slaps” do baixo fazendo a alegria de muitos fãs além de uma agressividade em um nível bem elevado. É fantástico o trabalho do grupo nos riffs, um peso descomunal e que timbres!

“Se Comovem Mas Não Se Movem” - Essa fecha o disco gotejando agressividade Thrasher moderna e intensa, sem dó de pescoços e ouvidos. A pegada é ganchuda, o ritmo abrasivo e que belo trabalho dos vocais e das guitarras. E mais uma vez, ritmos em velocidade mediana contrastam com momentos mais pesados e bem “Sabbathicos”.

É, o ALKANZA veio para ficar, logo, preparem seus ouvidos devidamente para a porrada!

Ah, sim: “O Céu da Boca do Inferno” pode ser baixado gratuitamente no site da banda, logo aproveitem e se deixem conquistar.

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