14 de jun. de 2017

ICED EARTH - Incorruptible (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. Great Heathen Army
2. Black Flag
3. Raven Wing
4. The Veil
5. Seven Headed Whore
6. The Relic (Part 1)
7. Ghost Dance (Awaken the Ancestors)
8. Brothers
9. Defiance
10. Clear the Way (December 13th, 1862)


Banda:


Stu Block - Vocais
Jon Schaffer - Guitarras, teclados, vocais
Jake Dreyer - Guitarras solo
Luke Appleton - Baixo
Brent Smedley - Bateria


Contatos:

Facebook: https://www.facebook.com/BrazilUnderIce/ (Brazil Under Ice)
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Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Existem bandas que imprimem tanta qualidade naquilo que fazem que a dúvida logo surge: por que raios elas não se tornam gigantes?

Em tempos de downloads ilegais, de fragmentação de cenário, e infindáveis tretas e reclamações desnecessárias, muitos se perdem em infindáveis reclamações, enquanto outros resolvem se concentrar e trabalhar.

E um desses que sempre vem nos mostrar como se faz música de alto nível é o ICED EARTH, quinteto de Tampa, na Flórida (EUA), que vem para deixar pescoços doídos e nos fazer ficar boquiabertos com “Incorruptible”, seu mais recente álbum.

Em tudo, se percebe que o título é uma declaração da banda: eles não se corromperão, não vão entregar os pontos e fazerem algo mais palatável. Antes de tudo, por trás do grupo está a atitude sincera de Jon Schaffer, líder e guitarrista do grupo, que prefere fazer música em alto nível a amaciar. E em tudo, “Incorruptible” é um disco honesto e muito bem feito.

Musicalmente?

Ora, o ICED EARTH não é muito de mudar seu estilo, o bom e velho Heavy/Power Metal clássico de antes, com ótimas e bem construídas melodias e a dose certa de agressividade. Mas a capacidade do quinteto explorar os limites de sua música parece inesgotável, pois eles não se repetem, continuam criativos após 12 discos de estúdio. E sempre em alta performance, com tudo basicamente perfeito, sem soar datado ou repetitivo.

A sonoridade de “Incorruptible” é um misto de algo com a clareza moderna e o peso tradicional da banda. Mas ao olhar que as mãos de Zeuss fizeram a mixagem e a masterização do disco, tendo a tutela de Jon na produção, não é de estranhar que aquilo que ouvimos é de alta qualidade. Sim, tudo é perfeitamente audível e pesado, com aquele toque essencial de peso e agressividade.

A arte da capa é um trabalho da dupla David Newman-Stump e Roy Young, trazendo Set mais uma vez, dessa vez no meio de chamas, quase uma alusão de que nem mesmo o fogo é capaz de fazer o trabalho do grupo fugir daquilo que foi estipulado em suas origens.

Fora a paixão por história mostrada nas letras, a classe e peso das 10 músicas que compõem “Incorruptible” são algo maravilhoso, sem mencionar que o ICED EARTH consegue soar moderno e atual, mas com uma pegada que remete bastante à segunda metade dos anos 80. Vocais ótimos (talvez seja o melhor trabalho de Stu com a banda), guitarras em bases ótimas, duetos inspirados e solos de primeira, além de baixo e bateria estarem mostrando uma técnica muito boa e peso absurdo. Aliás, não pode-se deixar de mencionar que a energia que flui do disco é algo absurdo.

Não dá para ficar citando esta ou aquela canção como “as melhores”, não dá. O disco é bem homogêneo, mas para que o leitor tenha uma referência inicial, vale citar:

“Great Heathen Army” – Introduzida por uma sequência de teclados, vocais e efeitos, logo tem-se uma canção veloz e com melodias mais intrincadas, um festival de riffs bem feitos e pesados (uma especialidade do grupo), sem mencionar que os vocais e o refrão são maravilhosos.

“Black Flag” – Um pouco mais amena e com lindas melodias, é uma canção que mostra a força rítmica de baixo e bateria, a sua importância na questão de peso. Reparem nas passagens que misturam agressividade e lindas harmonias.

“Raven Wing” – Aquela típica canção com partes mais introspectivas e melódicas que tem um refrão mostrando mais peso. É isso que temos aqui, mas reparem como as guitarras tanto distorcidas como limpas estão de primeira (e que solos!).

“The Veil” – O grupo sempre mostrou músicas com passagens mais acessíveis em termos de melodia com crescendo que culminam no peso do refrão. Ou seja, a balada com partes pesadas, e são estes os elementos que se ouvem aqui. Mas como já dito, nas mãos do quinteto, é sempre uma ótima pedida.

“Seven Headed Whore” – O contraste de peso, agressividade e melodia dessa música é algo fantástico, com aquele pique Thrasher que o grupo apresenta em partes mais intensas, e mais uma vez, ótimos solos e vocais.

“Ghost Dance (Awaken the Ancestors)” – Uma instrumental diversificada e com linhas melodiosas que remetem bastante à NWOBHM em muitas partes, apenas como aquele toque moderno que o quinteto confere às suas músicas.

“Clear the Way (December 13th, 1862)” – Longa e épica, cuja letra trata da Batalha de Fredericksburg, enfocando bastante o lado da Brigada Irlandesa (que provavelmente tem por base o filme 2003, Gods and Generals, ou o livro em que o mesmo foi baseado). E para um tema complexo como esse, a banda concebeu uma faixa cheia de ótimas nuances melódicas, arranjos fantásticos das guitarras, partes excelentes de baixo e bateria, e um trabalho de vocais de deixar o queixo do ouvinte caído. E isso sem mencionar as mudanças de ritmos.

No mais, o ICED EARTH não decepciona. E “Incorruptible” é um dos melhores discos desse 2017 já recheado de discos excelentes. 




Um comentário:

  1. Não é muito minha praia. Porém quanto a não se tornar gigante acho a mesma coisa do NOVEMBERS DOOM

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Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

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