2017
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
1. Great
Heathen Army
2. Black
Flag
3. Raven
Wing
4. The Veil
5. Seven
Headed Whore
6. The
Relic (Part 1)
7. Ghost
Dance (Awaken the Ancestors)
8. Brothers
9. Defiance
10. Clear
the Way (December 13th, 1862)
Banda:
Stu Block - Vocais
Jon Schaffer - Guitarras, teclados, vocais
Jake Dreyer - Guitarras solo
Luke
Appleton - Baixo
Brent
Smedley - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.icedearth.com/
Facebook:
https://www.facebook.com/BrazilUnderIce/ (Brazil Under Ice)
Twitter:
https://twitter.com/_IcedEarth
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto:
Marcos “Big Daddy” Garcia
Existem bandas que imprimem tanta qualidade naquilo que
fazem que a dúvida logo surge: por que raios elas não se tornam gigantes?
Em tempos de downloads ilegais, de fragmentação de cenário,
e infindáveis tretas e reclamações desnecessárias, muitos se perdem em
infindáveis reclamações, enquanto outros resolvem se concentrar e trabalhar.
E um desses que sempre vem nos mostrar como se faz música de
alto nível é o ICED EARTH, quinteto de Tampa, na Flórida (EUA), que vem para
deixar pescoços doídos e nos fazer ficar boquiabertos com “Incorruptible”, seu
mais recente álbum.
Em tudo, se percebe que o título é uma declaração da banda:
eles não se corromperão, não vão entregar os pontos e fazerem algo mais
palatável. Antes de tudo, por trás do grupo está a atitude sincera de Jon
Schaffer, líder e guitarrista do grupo, que prefere fazer música em alto nível
a amaciar. E em tudo, “Incorruptible” é um disco honesto e muito bem feito.
Musicalmente?
Ora, o ICED EARTH não é muito de mudar seu estilo, o bom e
velho Heavy/Power Metal clássico de antes, com ótimas e bem construídas melodias
e a dose certa de agressividade. Mas a capacidade do quinteto explorar os
limites de sua música parece inesgotável, pois eles não se repetem, continuam
criativos após 12 discos de estúdio. E sempre em alta performance, com tudo
basicamente perfeito, sem soar datado ou repetitivo.
A sonoridade de “Incorruptible” é um misto de algo com a
clareza moderna e o peso tradicional da banda. Mas ao olhar que as mãos de
Zeuss fizeram a mixagem e a masterização do disco, tendo a tutela de Jon na
produção, não é de estranhar que aquilo que ouvimos é de alta qualidade. Sim, tudo
é perfeitamente audível e pesado, com aquele toque essencial de peso e
agressividade.
A arte da capa é um trabalho da dupla David Newman-Stump e Roy
Young, trazendo Set mais uma vez, dessa vez no meio de chamas, quase uma alusão
de que nem mesmo o fogo é capaz de fazer o trabalho do grupo fugir daquilo que
foi estipulado em suas origens.
Fora a paixão por história mostrada nas letras, a classe e
peso das 10 músicas que compõem “Incorruptible” são algo maravilhoso, sem
mencionar que o ICED EARTH consegue soar moderno e atual, mas com uma pegada
que remete bastante à segunda metade dos anos 80. Vocais ótimos (talvez seja o
melhor trabalho de Stu com a banda), guitarras em bases ótimas, duetos
inspirados e solos de primeira, além de baixo e bateria estarem mostrando uma
técnica muito boa e peso absurdo. Aliás, não pode-se deixar de mencionar que a
energia que flui do disco é algo absurdo.
Não dá para ficar citando esta ou aquela canção como “as
melhores”, não dá. O disco é bem homogêneo, mas para que o leitor tenha uma
referência inicial, vale citar:
“Great Heathen Army” – Introduzida por uma sequência de
teclados, vocais e efeitos, logo tem-se uma canção veloz e com melodias mais
intrincadas, um festival de riffs bem feitos e pesados (uma especialidade do
grupo), sem mencionar que os vocais e o refrão são maravilhosos.
“Black Flag” – Um pouco mais amena e com lindas melodias, é
uma canção que mostra a força rítmica de baixo e bateria, a sua importância na
questão de peso. Reparem nas passagens que misturam agressividade e lindas
harmonias.
“Raven Wing” – Aquela típica canção com partes mais
introspectivas e melódicas que tem um refrão mostrando mais peso. É isso que
temos aqui, mas reparem como as guitarras tanto distorcidas como limpas estão
de primeira (e que solos!).
“The Veil” – O grupo sempre mostrou músicas com passagens
mais acessíveis em termos de melodia com crescendo que culminam no peso do
refrão. Ou seja, a balada com partes pesadas, e são estes os elementos que se
ouvem aqui. Mas como já dito, nas mãos do quinteto, é sempre uma ótima pedida.
“Seven Headed Whore” – O contraste de peso, agressividade e
melodia dessa música é algo fantástico, com aquele pique Thrasher que o grupo
apresenta em partes mais intensas, e mais uma vez, ótimos solos e vocais.
“Ghost Dance (Awaken the Ancestors)” – Uma instrumental
diversificada e com linhas melodiosas que remetem bastante à NWOBHM em muitas
partes, apenas como aquele toque moderno que o quinteto confere às suas
músicas.
“Clear the Way (December 13th, 1862)” – Longa e épica, cuja
letra trata da Batalha de Fredericksburg, enfocando bastante o lado da Brigada
Irlandesa (que provavelmente tem por base o filme 2003, Gods and Generals, ou o
livro em que o mesmo foi baseado). E para um tema complexo como esse, a banda
concebeu uma faixa cheia de ótimas nuances melódicas, arranjos fantásticos das
guitarras, partes excelentes de baixo e bateria, e um trabalho de vocais de
deixar o queixo do ouvinte caído. E isso sem mencionar as mudanças de ritmos.
No mais, o ICED EARTH não decepciona. E “Incorruptible” é um
dos melhores discos desse 2017 já recheado de discos excelentes.
Não é muito minha praia. Porém quanto a não se tornar gigante acho a mesma coisa do NOVEMBERS DOOM
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