2 de abr. de 2017

ANEUROSE - Juggernaut (álbum)



2017
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Tracklist:

1. Glory to the Goddess of the War, Here Are the Gurkhas
2. Closer to God
3. Butcher
4. Rapriest
5. To Lemmy
6. Speeding Up!
7. Juggernaut
8. Drunk as Skunk
9. Enslaved
10. Deathly, Cold, Chill
11. Warrior
12. Arcade
13. Prelude to Apocalypse
14. Magnata da Fé


Banda:


Wallace Almeida - Vocals
Sávio Chaves - Guitarras
Raphael Wagner - Guitarras
Sthefano Dias - Baixo
Frederico Ciociola - Bateria


Contatos:

Twitter: 
Bandcamp:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O Metal brasileiro tem problemas de infraestrutura e mesmo o desdém dos fãs com as bandas nacionais. Mas como este autor já citou incontáveis vezes, o brasileiro de hoje ainda vive com a cabeça no período Brasil colônia, acreditando que tudo que é bom tem que vir de fora. Ou então, vive falando que tudo que já foi feito de bom, foi feito nos anos 80. No caso do primeiro pensamento, devo dizer que precisa sair e pensar fora da bolha; no segundo, eu me pergunto como podem estar no meio pensando assim, já a existência do cenário, se tudo de bom já foi feito, é totalmente dispensável. Mas ambas as formas de pensar são irreais, já que o Metal continua indo bem, forte e vigoroso, com bandas ótimas surgindo de todos os cantos do Brasil. E um ótimo exemplo é o quinteto ANEUROSE, de Lavras (MG), que vem detonando tudo e todos com “Juggernaut”, seu segundo álbum.

O grupo continua destilando o mesmo Thrash Metal de seu primeiro álbum, o ótimo “From Hell”, mas diferente. Se no primeiro tinha-se uma agressividade extrema e um trabalho um pouco mais direto, em “Juggernaut” se percebe que a banda deu uma melhorada em termos de arranjos e ganhou maior diversidade sonora. Ou seja: se não é tão bruto, está bem mais trabalhado e bem feito. Mas cuidado, pois a banda continua detonando tímpanos!

A banda trabalhou no Kólera Estúdio, tendo as mãos de Celo Oliveira na produção, mixagem e masterização do disco. E nisso, a banda ganhou uma formatação musical mais bem acabada e encorpada, e mais limpa. Mas não deixou de ser pesado e agressivo nas medidas certas, já que os trabalhos de Celo são sempre de alta qualidade.E a capa, feita pelo designer Marcus Lorenzet, é muito boa.

Há duas estreias na banda em “Juggernaut”: Frederico Ciociola na bateria e de Raphael Wagner nas guitarras. E talvez isso seja o fator determinante na evolução musical da banda, uma vez que a banda está mostrando uma técnica mais apurada, e o alinhavo melódico que une todos os elementos da música da banda está mais evidenciado. Mas como já dito, eles mostram a mesma identidade musical de antes, apenas mais bem burilada. Ou seja, pode-se aferir que “Juggernaut” é um passo adiante de “From Hell”.

O disco possui 14 músicas, sendo os destaques: a trampada e forte “Closer to God” (um Thrash Metal tradicional, bem trabalhado e com o ritmo levado em tempo mediano, permitindo sentir-se a força do trabalho das guitarras do grupo, seja nos riffs ou nos solos), a força rítmica pesada e bem trabalhada de “Butcher” (sim, pois baixo e bateria estão criando uma base rítmica sólida e técnica, sem deixar buracos na música), o azedume dos riffs e vocais bem encaixados em “Rapriest” (ótimo refrão e que guitarras bem feitas), a bela homenagem ao Mr. Rock ‘n’ Roll em “To Lemmy” (que tem uma pegada bem Thrash’n’Roll, mostrando vocais muito bons, além de mostrar como a influência do MOTORHEAD no Thrash Metal é uma realidade), a cadência envolvente de “Juggernaut”, a divertidade e com toques de Crossover “Drunk as Skunk” (finalmente alguém traduz a boa e velha frase “bêbado que nem um gambá” para o inglês), e o mix de passado e presente ouvido nos ritmos de “Deathly, Cold, Chill” e “Arcade” (em ambas, baixo e bateria mostram suas garras). Óbvio que é preciso falar de “Magnata da Fé”, cantada em português, e em que existem percussões tribais, mistura de ritmos (inclusive doses de HC e Crossover bem claras), vocais que alternam os momentos agressivos normais e uma voz narrativa mais limpa, e que dá um toque experimental ao CD.

Sim, “Juggernaut” nasceu ótimo, e vai causar muitos torcicolos por aí.

Ouçam bem alto!





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