2016
Nacional
Nota:
10,0/10,0
Tracklist:
1. Коляда (Kolyada)
2. Масленица (Maslenitsa)
3. К дому Сварога (To the
House of Svarog)
4. Чёрные вороны (Black Ravens)
5. Возрождение (Revival)
6. Русь (Rus)
7. Брате славяне (Brothers Slavs)
8. Солнцеворот (Solstice)
9. Под мечами (Under the Swords)
10. По звериным тропам (On the
Animals’ Paths)
11. Заложный (Pledged)
12. Зов предков (Call of Ancestors)
Banda:
Masha “Scream” Arkhipova - Vocais, teclados, percussão, tamborim,
komuz, violões, bateria xamânica
Sergey
“Lazar” Atrashkevich - Guitarras, balalaika, komuz, yakut, harpa judia, backing
vocals
Vladimir “Wolf” Reshetnikov – Flautas, gaitas de fole,
gaitas, galega, flauta doce, backing vocals
Ruslan
“Kniaz” – Baixo
Andrey
Ischenko – Bateria
Contatos:
Texto:
Marcos “Big Daddy” Garcia
Aqueles que viveram os anos 80 lembram-se do medo causado
ela Guerra Fria. E se lembram de que, quando o Muro de Berlim foi ao chão, as
mazelas e pobreza dos países da antiga U.R.S.S. era de amargar. Mas com o fim
do velho regime, um público de aproximadamente um milhão de jovens pôde
assistir a primeira versão do festival Monsters of Rock. Este foi o estopim para
o surgimento de uma cena metálica forte, e mesmo assim, as bandas que
suportaram o velho regime não conseguem competir com alguns que vieram depois.
E verdade seja dita: o maior nome do Metal russo é o do quinteto de Pagan Metal
ARKONA, que está nessa vida desde 2002, e que nos brinda com “Возрождение” (escreve-se
“Vozrozhdenie” no alfabeto latino). E como a Shinigami Records sempre está ao
lado dos fãs, colocaram o disco no mercado nacional.
Para os que não são muito íntimos do trabalho do quinteto, “Возрождение” é um “remake” do primeiro
disco deles. A diferença está no fato de que esta nova versão possui de forma
mais evidente a essência Pagan Metal do grupo, uma vez que a experiência os
ajudou a rearranjar as músicas de forma atual, mas sem que se perca a beleza
clássica das versões originais.
E por falar em experiência, o próprio Sergey “Lazar”
Atrashkevich mixou e masterizou esse “remake”. E a experiência falou alto, uma
vez que tudo está perfeito e audível, com bons timbres instrumentais. E os
momentos mais extremos também possuem uma clareza enorme. E sim, Sergey acertou
a mão.
A arte gráfica é belíssima, e dessa vez, em um belo Digipack
com capa tripla. A mão de Kris Verwimp mais uma vez é primorosa, sabendo dar um
corpo visual à música da banda. E é antenada com o título do disco, pois “Возрождение” significa “renascimento”,
ou seja, a volta aos temas culturais de outrora.
O velho espírito do grupo se encontra em cada uma das
canções, que mesmo sendo refeitas, fazem a perfeita ligação entre o passado do
grupo com a modernidade atual, sem abrir mão da identidade, dessa música que
mixa melodias introspectivas e teclados perfeitos.
O disco inteiro é maravilhoso. Mas músicas como a épica e
diversificada “Коляда” ( cheia de arranjos climáticos de teclados, mas riffs
ótimos, sejam nas partes mais melódica ou nas mais agressivas), na majestosa “Масленица”
(que segue a mesma linha da anterior, com um trabalho ótimo de baixo e
bateria), o andamento mais cadenciado e melancólico de “К дому Сварога” e em “Возрождение”
(uma música grandiosa, recheada por guitarras excelentes, fora os vocais ótimos
de Marsha indo do normal ao gutural sem problemas), o Folk/Pagan melancólico de
“Русь”, “Солнцеворот” e sua dinâmica charmosa de baixo e bateria (fora as
partes em que instrumentos não convencionais dão o ar da graça), e o peso
triturador de ossos mostrado em “Под мечами” e em “Заложный” são as que
destacam-se.
Depois de ouvir “Возрождение”, fica claro o motive do ARKONA
ser tão respeitado no meio Pagan Metal.
Para quem ainda não conhece o original, é uma ótima oportunidade de conhecer; quem já conhece, hora de mais um item precioso na coleção.