20 de ago. de 2016

KATAKLYSM - Of Ghost and Gods (álbum)


2016

Shinigami Records / Nuclear Blast Brasil
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Músicas:

1. Breaching the Asylum
2. The Black Sheep
3. Marching Through Graveyards
4. Thy Serpent's Tongue
5. Vindication
6. Soul Destroyer
7. Carrying Crosses
8. Shattered
9. Hate Spirit
10. The World is a Dying Insect
11. Fire 
12. Push the Venom 
13. Elevate
14. Blood in Heaven


Banda:


Maurizio Iacono - Vocais
J-F Dagenais - Guitarras
Stéphane Barbe - Baixo
Oli Beaudoin - Bateria


Contatos:

http://kataklysm.ca/
https://www.facebook.com/kataklysm
http://twitter.com/kataklysmband
http://www.youtube.com/user/kataklysmrocks

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


O Canadá é uma das maiores potenciais em termos de Metal do mundo.

Há anos, o país cede bandas excelentes, e muitas que marcaram a história do Metal, e em cada uma de suas vertentes. Chega a ser tão absurda a contribuição do Metal canadense para o mundo que só de saber que a banda é daquelas terras já cria expectativas bem grandes.

E chega a ser repetitivo falar do quarteto KATAKLYSM. O nome já virou sinônimo de qualidade, já que sua longa carreira e uma discografia irrepreensível os credencia como um dos maiores expoentes do Death Metal da atualidade. 

Tendo isso em vista, podemos afirmar que "Of Ghost and Gods" vem para surpreender os fãs, mas ao mesmo tempo, para fazê-los conquistar ainda mais território no que se refere à música. E a Shinigami Records, junto com a Nuclear Blast Brasil, nos presenteia com essa excelente versão nacional.

Ainda mantendo os pés firmes no Death Metal, o grupo desta vez imprimiu uma diversidade musical enorme. Sim, o KATAKLYSM está sendo mais complexo em suas canções, enriquecendo seu trabalho, já que a simplicidade de antes deu espaço a arranjos mais dinâmicos e bem acabados. Mas isso não os tornou menos agressivos por isso, apenas permitiu que aquelas melodias abrasivas de antes se tornassem um pouco mais evidentes. Preparem os pescoços, pois é impossível ficar parado!

Produzido pelo próprio quarteto, e tendo mixagem e masterização feitas pelas mãos de Andy Sneap, não é de surpreender que a qualidade sonora de "Of Ghosts and Gods" seja algo absurdamente bom, sabendo unir a agressividade sonora da banda com uma clareza enorme. O resultado é uma esporreira infernal com todos os instrumentos audíveis, onde se percebe que o trabalho do guitarrista J-F Dagenais na gravação dos instrumentos é um ponto crucial para o grupo ter esta agressividade toda, mas sem abrir mão de uma sonoridade mais clara.

A arte criada por Surtsey para a capa e layout é toda focada em tons escuros, buscando os contrastes mais básicos entre preto, branco e cinza, e se sai muito bem. Esta apresentação, que aparenta ser simples, dá corpo ao som da banda perfeitamente.

No que tange à musicalidade, o KATAKLYSM fugiu dos ritmos acelerados e constantes, o que permite mostrar que a brutalidade do grupo pôde ser aliada à uma técnica mais refinada sem danos ao que todos já conhecemos (e gostamos) do trabalho da banda. E isso transforma "Of Ghost and Gods" em um dos grandes discos do ano, mais uma obra-prima na discografia da banda.

Melhores momentos?

Nem a pauladas! O disco é ótimo de ponta a ponta!

"Breaching the Asylum" - O disco já abre com uma faixa que foge do padrão de velocidade que lhes é costumeiro, preferindo algo mais cadenciado ou com uma velocidade mais próxima ao Thrash Metal. Destacam-se o trabalho de Oli nas baquetas e bumbos, e a interpretação furiosa de Maurizio.

"The Black Sheep" - As guitarras de J-P usam de timbres fortes e intensos, e despejam riffs memoráveis, com muitas mudanças rítmicas de primeira, e partes com melodias agressivas de primeira.

"Marching Through Graveyards" - Nesta, temos o trabalho mais clássico da banda em termos de explosão, ou seja, existem momentos muito velozes como estamos acostumados. Mas é bom tomarem cuidado, pois o nível de mudanças de velocidade é grande, mostrando que Stéphane está em grande forma em momentos em que o baixo fica evidenciado.

"Thy Serpent's Tongue" - Outra que privilegia andamentos não tão velozes, mas com a bateria usando uma pegada bem técnica. E mais uma vez, os vocais estão dando uma aula de como usar o gutural de forma interpretativa.

"Vindication" - Como a banda sabe criar arranjos empolgantes! É incrível ver os riffs de guitarra contrastando perfeitamente com a velocidade brutal da bateria em alguns momentos. E é interessante ver melodias mais secas aplicadas sobre a base baixo/bateria esbanjando velocidade e peso em alguns momentos, bem como naqueles mais cadenciados. 

"Soul Destroyer" - Aqui já se vê um andamento mediano e empolgante, daquele que leva a cabeça a se mover espontaneamente. Se percebe que as guitarras estão muito bem trabalhadas em termos de riffs. 

"Carrying Crosses" - Mais uma vez, a banda consegue aglutinar elementos de Thrash Metal à sua música brutal e agressiva. E mais uma vez, os vocais estão muito bem em termos de interpretação, já que se entende o que ele está cantando com facilidade (algo que Maurizio é um dos poucos a conseguir no gênero).

"Shattered" - Se há algo que o quarteto aprendeu com a experiência é a usar andamentos mais lentos como uma alternativa para a velocidade explosiva, e sem perder sua brutalidade característica. E é possível ver belas melodias surgindo das guitarras enquanto os vocais urram ferozmente. É uma das melhores canções dos disco, sem sombra de dúvidas!

"Hate Spirit" - No meio da alternância de ritmos, percebe-se o uso de timbres de voz mais esganiçados, que encaixam muito bem com a canção. Mas o ponto mais forte da canção fica com a base rítmica da banda. Baixo e bateria estão excelentes, usando passagens bem modernas.

"The World is a Dying Insect" - Fecha o disco com chave de aço. Outra permeada com belas melodias nas guitarras, e um trabalho bem técnico da parte de baixo e bateria (especialmente as quatro cordas na parte mais lenta e intimista que possui quase no final). E como os vocais se mostram bem.

Aqui, fecha a edição comum. Mas se comprar a nacional, ela tem quatro faixas extras: "Fire", "Push the Venom", "Elevate", e "Blood in Heaven", quatro dos maiores hinos do quarteto, gravados ao vivo na Cidade do Cabo, em 18/07/2014, no que se chama de "Live in South Africa". A qualidade de gravação é ótima, mostrando o poder de fogo do grupo ao vivo, algo que aqueles que já viram conhecem bem (este que vos escreve é um destes afortunados).

E assim, com "Of Ghosts and Gods", o KATAKLYSM se firma ainda mais como um dos pilares do Metal extremo mundial, e com esta versão nacional, o CD é item obrigatório!



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