20 de ago. de 2016

AGATHOCLES - PEIA BRABA (Split CD)



2016
Nacional

Nota: 8,5/10,0


AGATHOCLES

Músicas:

1. My Ride Goes On 
2. The Only Judge
3. Zie Mijn Gelaat
4. Emptiness
5. The Only Smile
6. Arty Farty Poetry
7. Frontal Confrontations
8. Keep Them

Banda:


Jan - Baixo, vocais
Koen - Guitarras
Nils - Bateria, vocais

Contatos:



PEIA BRABA:

Músicas:

9. Armas da Revolução 
10. Apoiadores
11. Atos de Covardia
12. Infecção Silenciosa
13. Evolução/Devastação
14. 10%
15. Verme Ambulante
16. Escória
17. Doutores da Morte
18. Estigmas da Ignorância
19. Filantropo de Internet
20. Pobre Criança

Banda:


El Matón - Vocais, bateria
El Chancho - Vocais
El Gerente - Guitarras

Contatos:


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Algumas pessoas se sentem ofendidas com a diversidade que o Metal possui. Alguns ofendem os fãs de estilos extremos, chamando-os de "fãs de barulho". Outros, por sua vez, chamam os fãs de gêneros mais melodiosos de "frescos".

Poderiam para com esta palhaçada e compreender que o Metal é um estilo com uma grade diversidade musical, e é justamente este aspecto que o faz ser tão cultuado e respeitado?

Que música/arte pode ter aspectos diferentes, e ainda assim, continuar sendo uma manifestação única?

Coisa chata de gente chata, e que deve viver uma vida bem chata!

Assim, após estas palavras, podemos falar sobre este ótimo Split CD que acaba de sair pela Cold Arts Industry Distro Records, que nos brinda com dois baluartes da música extrema: os belgas mais insanos do mundo, o AGATHOCLES, e os brazucas do PEIA BRABA, de Macapá, no Amapá.

O AGATHOCLES é lendário pela fúria musical que despeja com seu Mincecore/Grindcore, e por ter uma das mais extensas discografias que se tem notícias, e esbanja categoria em nos deixar com dores de ouvidos com uma esporreira clássica da melhor espécie. Já o PEIA BRABA prefere fazer um Grindcore/Noise extremo e bruto, sem concessões, cheio de vocais insanos e tempos que se alternam entre velocidade extrema e cadência azeda. E ambas as bandas fazem seus trabalhos com autenticidade, sem darem a mínima para quem os chama de sujos e extremos. Aliás, no caso dos trios, isso é um elogio.

Se vocês estão procurando algo super produzido, não irão achar aqui neste Split. Não é a proposta dos grupos, e justamente por serem tão extremos e espontâneos, funcionam bem. As propostas musicais são simples, mas longe de serem acessíveis aos menos iniciados. É podreira em cima de podreira, paulada em cima de paulada.

O AGATHOCLES não se contém e solta a serra elétrica em nove canções, entre as quais as melhores são a explosiva e esporrenta "The Only Judge" (muito bom o contraste entre vocais guturais, e os riffs insanos do trio), a empolgante "Emptiness" (na simplicidade, o batera mostra uma técnica simples e muito boa), a curta e pogante "The Only Smile", a mais cadenciada "Arty Farty Poetry" (que mesmo não sendo tão veloz, empolga e causa moshs e pogos sem limites), além das icônicas "Frontal Confrontations" e "Keep Them". O AGATHOCLES sempre arrasa, não tem jeito!

Já o extremismo bruto e grosseiro do PEIA BRABA se sai bem em "Armas da Revolução" (graças aos tempos extremados e ótimos vocais guturais), na empolgante "Apoiadores", a irônica e agressiva "Infecção Silenciosa" (a intro e o final são de uma reportagem, mas a música em si tem riffs ótimos), a instigante e excelente "Escória" (que foge do esquemão de pura velocidade, investindo bastante na cadência pesada e azeda), e a explosiva "Filantropo de Internet". É direto, reto, sem frescuras, e assim, ótimo.

Fora estes aspectos, o trabalho gráfico mais simples e despojado realmente está muito legal. O encarte em folha de papel avulsa da capa retoma uma tradição antiga do Hardcore e do Grindcore em seus tempos iniciais, onde tudo era mais amador, mas ainda assim, funcional.

No mais, é mais um ótimo lançamento, e vale a aquisição.
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