25 de fev. de 2015

Warshipper – Worshippers of Doom (EP)

Nota 10,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia




Quando se fala em Death Metal no Brasil, podemos ter certeza: é um estilo que, nessas terras, tem um forte apelo.

Mais e mais bandas surgem todos os dias, algumas com um trabalho mais focado em sonoridades antigas, outras mais brutais, e algumas com influências mais novas, e outras ainda ousam fazer uma alquimia sonora insana, que torna um trabalho bem difícil em dizer. E um nome muito forte e que começa a mostrar as garras é do quarteto de Sorocaba (SP) WARSHIPPER, que chega com “Worshipper of Doom”, um autêntico coice no meio dos peitos!

O quarteto foca suas energias em um híbrido entre Death e Thrash Metal, só que no meio da selvageria musical que eles desencadeiam, são evidentes a força de melodias à lá NWOBHM e certo requinte musical que não é comum ao gênero. Assim, a banda conseguiu criar um nicho musical bem pessoal deles, sabendo explorar o que de melhor o Metal oferece para criar sua música. Vocais esganiçados a extremo, uma dupla de guitarra com riffs criativos e brutos (mas sabendo explorar muito bem melodias), baixo e bateria firmes na base rítmica, mas apresentando boa técnica. E tudo isso funcionando em uma máquina bem azeitada de fazer música brutal, opressiva, ora mais veloz e brutal, ora mais cadenciada e opressiva. Um deleite para nossos ouvidos!

Warshipper
A sonoridade tem uma vibração muito boa, com qualidade e peso nas medidas certas. Um belo trabalho de Jr. Jacques na gravação e mixagem (e ainda deu uma canja nos teclados). A masterização é de Brendan Duffey, então, nada mais precisa ser dito. Óbvio que a qualidade poderia ser um pouco melhor, mas já está em um nível muito bom. A arte de capa é de Marcelo Vasco (precisa-se dizer algo de quem já fez capas para BORKNAGAR e OBITUARY?), o encarte de Marcos Cerutti, e podemos dizer que o trabalho gráfico como um todo ficou muito bem antenado com o trabalho musical/lírico do grupo.

A banda mostra que compor músicas diferenciadas no mar de marasmo e clonagens que vemos na cena mundial é seu ponto forte, junto com a capacidade de soar como um grupo, sem exibicionismos técnicos soporíferos. Arranjos bem feitos, músicas com dinamismo, tudo no ponto exato. E ainda temos a participação especial de André Evaristo (do TORTURE SQUAD) nos vocais em “Absence of Colors – Blackened”, dando um toque a mais de brilho a um trabalho ótimo, fora Manoel Hellsen, Adalto M. Xavier do VULTURE e Adriano Perfetto nos backing vocals.

A introdução caótica “Into the Dystopia” vai preparando o fã para o caos absurdo de “Warshipper”, uma faixa veloz e opressiva, com uma pegada Death/Thrash insana, ótimos riffs, excelentes variações de andamentos e melodias bem colocadas. Começando com guitarras mais melodiosas antes de virar um ataque de brutalidade insana com andamento em meio tempo, temos “...and the Darkness Calls”, com vocais abusivamente esganiçados, quase uma mistura personalizada de Shagrath com Mille Petrozza. Após uma pequenina introdução com ruídos, baixo e guitarras dão início à empolgante e brutal “The Theatrical Dissection”, com riffs fantásticos, explorando bem o aspecto mais brutal de sua música, sem deixar algumas melodias de fundo dando aquele toque de refinamento ao trabalho do grupo, isso sem mencionar alguns tempos quebrados muito bons que aparecem em alguns momentos, mostrando a força e técnica de baixo e bateria. “Autumn Mist” é outra introdução, mais climática e opressiva, com arranjos instrumentais e efeitos sonoros, precedendo a animalesca “Paranormal Connection”, cadenciada, um poço de azedume e algumas melodias mais soturnas, mas muito bem trabalhada, com guitarras perfeitas. Mas “Absence of Colors – The Obsolete” é uma faixa perfeita, também focada em algo mais climático, um Death/Thrash com inserts de Black Metal, insana, melodiosa, soturna, que oscila entre momentos mais velozes e outros mais intensos, com vocais fantásticos, e a dinâmica entre guitarras e base rítmica é algo fenomenal. E temos como bônus uma versão mais explosiva e ríspida de “Absence of Colors”, rebatizada como “Absence of Colors – Blackened”, brilhante e tão boa como a anterior.

O WARSHIPPER já chegou em grande estilo, mostrando que tem força, disposição e vontade de ferro para alcançar maior destaque dentro da cena nacional do Metal extremo.

Comprem sem medo e ouçam até os ouvidos sangrarem ou o torcicolo atacar, pois não dá para enjoar desse disco de forma alguma.

Uma revelação surge aqui! Ponto final!





Músicas:

01. Into the Dystopia
02. Warshipper 
03. ...and the Darkness Calls 
04. The Theatrical Dissection 
05. Autumn Mist 
06. Paranormal Connection 
07. Absence of Colors – The Obsolete 
08. Absence of Colors – Blackened 


Banda:

Renan Roveran – Guitarras, vocais
Rafael Oliveira – Guitarras 
Rodolfo Nekathor – Baixo, backing vocals
Roger Costa – Bateria 


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