30 de mar. de 2014

Lusferus - Black Seeds ov Obscure Arts (CD)

Nota 9,5/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Em termos de Black Metal, o Brasil sempre revelou grandes bandas. Não há como negar o potencial do estilo em nossas terras, já que nomes como SARCÓFAGO (um dos mais seminais grupos do gênero), MYSTERIIS, OCULTAN e outros surgiram neste território. E mais um nome começa a despontar no estilo em nosso país: LUSFERUS, um quarteto vindo de Ribeirão Preto (SP) e que mostra força em seu segundo álbum, o ótimo "Black Seeds ov Obscure Arts", lançado recentemente pela Eternal Hatred Records. E senhores, que disco excelente, destruidor de pescoços!

Seguindo uma escola não tão tradicional como as da Primeira e Segunda gerações do Black Metal, o grupo mostra potência e peso, sabendo aliar muito bem velocidade, peso, técnica e uma atmosfera soturna em suas composições. Mas ao mesmo tempo, não chegará a escandalizar fãs mais tradicionais com algumas melodias que surgem dos arranjos de guitarra aqui e ali, junto com a base baixo/bateria bem entrosada e firme, e vocais rasgados muito bons. Em certos momentos, eles parecem rebuscar elementos de bandas do underground sueco, como o THORNIUM, e outras mais conhecidas como o DARK FUNERAL. Mas isso tudo sem ser uma cópia, já que personalidade deles possuem, e muita.

Com a produção nas mãos do próprio quarteto, mais a masterização de Rômulo Ramazini (que ainda fez toda a engenharia sonora do CD), mais a masterização de Márcio Herzer, podemos dizer que peso, clareza e muita agressividade não são problemas para os fãs, pois a qualidade dos três itens está muito boa. 

Lusferus
Em termos artísticos, a banda preferiu seguir uma estilística mais tradicional, focada em algo mais simples, priorizando o uso da cor negra com contrastes em tons de marrom esmaecidos e claros, beirando o dourado fosco. Ou seja, os fãs mais ortodoxos do gênero não terão do que reclamar. A designer Ana Cristina Ferreira soube realmente captar e traduzir para a a arte visual o que a banda quer dizer com sua música.

Qualitativamente, o trabalho do grupo mantém um ótimo nível, sabendo ser interessante em cada faixa, mas mesmo assim, a técnica da banda é bem interessante, pois sabem variar e surpreender o ouvinte de forma positiva a cada momento. Sim, as músicas possuem bom nível musical, e os arranjos puxam o resultado final para cima. Resumindo: é bom demais!!!

Melhores momentos: a veloz e variada "The Eye" (uma ótima faixa de abetrura, com velocidade e ótima técnica da bateria, especialmente nos bumbos e viradas), a mais quebrada e instigante "Novam Aetate" (que trabalho absurdo de guitarras e bateria!), a sinistra "Black Seeds ov Obscure Arts" (que começa cadenciada, mas logo ganha velocidade e diversidade instrumental, com excelentes vocais), a mórbida e climática "Voices from Beyond", e a destruidora "The Day that Earth Shall Burn" (essa dupla de guitarras é verdadeiramente excelente! Que arranjos!).

Um disco excelente, que merece ser ouvido, comprado e colocado quando quiser pôr os vizinhos churrasqueiros fãs de pagode para correr.





Tracklist:

01. The Eye
02. Novam Aetate
03. Seasons of the Suffering
04. Path of the Serpent
05. Black Seeds ov Obscure Arts
06. Voices from Beyond
07. Dark Times
08. The Day that Earth Shall Burn


Banda:

Goehrnis - Vocais, guitarra solo
Ivåder - Bateria, Vocais
Solrac - Guitarra base, backing vocals
Mutt - Baixo, backing vocals


Contatos:

MS Metal Press (Imprensa)
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