31 de jul. de 2017

NEPTUNIAM - Poetry of Creation (Álbum)



2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 8,2/10,0

Tracklist:

1. Primitive Origin
2. Cosmic Knowledge
3. The Eighth
4. Poetry of Creation
5. Afterlife Experience
6. Individual Illusion
7. Formless Entity
8. Continuos Evolution
9. Nature Untouchable
10. Quantum Existence
11. Self Martyring
12. Until Nothing Remains
13. Into the Unknown


Banda:



Victor Fortes Rodrigues - Guitarras, vocais
Matheus Scarlate Alves - Guitarras, urros
Nando Ferreira - Baixo
Lucas Castro - Bateria


Contatos:

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Assessoria: 


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O Death Metal brasileiro ainda jaz sob um jugo extremamente conservador. Se a banda não estiver com uma sonoridade entre o meado dos anos 80 e o final dos anos 90, fatalmente será desprezada por muitos fãs do gênero, ou seja, uma parte do público que prefere o “mais do mesmo” enjoativo e sem vida. Mas mesmo assim, como plantas que teimam em rachar o concreto e brotar em meio às fissuras, novos talentos vão surgindo e renovando o estilo. E um ótimo nome é o do quarteto NEPTUNIAM, de Sorocaba (SP), que vem destilando seu trabalho no ótimo “Poetry of Creation”, seu primeiro disco.

Para início de conversa, a banda faz o que se convenciona chamar de Progressive/Techno Death Metal, algo que nos remete ao DEATH da época do “The Sound of Perseverance” com os elementos “heavyssívos” do VOIVOD e melodias vocais que mostram variações entre o urrado clássico, e vocais limpos e melodiosos à lá ULVER antigo. Mas não se prendam a esta descrição, pois o som do quarteto transcende as meras palavras.

Traduzindo: é complexo, técnico, mas ótimo. 

O trabalho da produção sonora é bom, mas a banda merecia bem mais. Sim, não está ruim, pois se percebe bastante o que eles estão tocando com clareza, tem suas doses devidas de peso e agressividade, mas os timbres dos instrumentos poderiam ter sido melhores, além da qualidade como um todo poder estar mais bem acabada. Mas lembremos que é o primeiro trabalho deles, além de ser totalmente independente (e lembrando também que a crise econômica que assola o Brasil anda prejudicando demais qualquer coisa que necessite de investimento financeiro massivo). Está bom, mas longe de ser excelente.

Já a arte de Matheus Scarlate Alves (da ART V) pegou muito bem para “Poetry of Creation”. É bem feita, mesmo usando de uma paleta de cores longe da diversidade (mesmo porque nem chega a ser essencial).

Agressivo, técnico e melodioso nas proporções devidas, a criatividade do quarteto é enorme, bem como seu potencial. É o que se percebe em “Poetry of Creation”, e podemos estar vendo o nascimento de um gigante no cenário nacional. Bons arranjos, músicas bem feitas e pés no chão, com a chance certa, eles chegam lá.

Por agora, músicas como o mix agressivo e progressivo de “Cosmic Knowledge” (como as mudanças de andamento são bem feitas) e de “The Eighth” (os vocais limpos podem melhorar, mas já são muito bons, e reparem como baixo e bateria estão bem), os momentos extremamente técnicos e jazzísticos das guitarras em “Poetry of Creation”, a pegada um pouco mais tradicional (em termos de Death Metal, por favor) da seca e brutal de “Afterlife Experience” (mais uma vez, baixo e bateria dando uma aula de peso avassalador), a energia e empolgação de “Continuos Evolution” (que belas passagens das guitarras em solos interessantes), a diversidade técnica temperada com brutalidade de “Quantum Existence”, as belas linhas melódicas complexas de “Until Nothing Remains”, e o contraste dos vocais urrados e timbres mais suaves ouvidos em “Into the Unknown” são mostras de como o NEPTUNIAM deve ser levado a sério por todos

Uma banda com muito potencial, e com o apoio e acertos (que a própria evolução irá ajeitar), poderá ser um nome brilhante.

Por agora, aproveitem que “Poetry of Creation” pode ser ouvido gratuitamente no perfil da banda no Bandcamp.

Ponho fé!


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