2017
Selo: Secret Service Records
Importado
Nota: 10/10,0
Tracklist:
CD 1:
1.
DISTRAUGHT - Living in the Past
2.
DEMOLITION - Stay Out of Jail
3.
NERVOCHAOS - Traitor
4. INFESTED BLOOD - Iron Fist
5. TAILGUNNERS
- Jack the Ripper
6. UGANGA -
Damage Case
7.
HATEFULMURDER - No Class
8.
VOODOOPRIEST - In the Name of Tragedy
9. OBSKURE -
Devils
10. SILVER MAMMOTH - White Line Fever
11. ORQUÍDEA NEGRA - I Ain’t no Nice Guy
12. BLACK TRIAD - Born to Lose
13. VULTURE
- Wake the Dead
14.
REVENGIN - Bad Religion
15.
ATTOMICA - Dr. Rock
CD 2:
1.
GENOCIDIO - Metropolis
2. MX -
Speedfreak
3.
JACKDEVIL - Killers
4.
CLAUSTROFOBIA - Ace of Spades
5. RATOS DE PORÃO - Stone Dead Forever
6.
REBAELLIUN - Rock Out
7.
CRUCIFIXION BR - Bomber
8.
PENTACROSTIC - Hellraiser
9. HICSOS -
Sacrifice
10.
THUNDERSPELL - One Night Stand
11.
LEVIAETHAN - Stay Clean
12.
MOTORBASTARDS - Mean Machine
13.
SCELERATA - Asylum Choir
14. MATANZA
- We Are Motorhead
15. TORTURE SQUAD - Overkill
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Assessoria: http://www.metalmedia.com.br (Metal Media)
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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Infelizmente, no dia 28/12/2015, o Rock ‘n’ Roll e o Metal
perdiam um de seus maiores vultos: Ian Fraser Kilmister, nosso querido e amado
Lemmy, após longos anos de sofrimento. A pancada foi muito forte, pois além de
ser um dos maiores sacanas e filhos da puta (no bom sentido) do meio musical,
ela era o Mr. Rock ‘n’ Roll, a encarnação viva do que o estilo musical em questão representa. Fora isso,
basta dizer que o Metal como um todo é construído em cima de três pilares
principais: BLACK SABBATH, JUDAS PRIEST e MOTORHEAD. Sem o terceiro, o Metal
extremo seria mero sonho, e o próprio Metal tradicional seria chato.
Em termos de sonoridade, é de se esperar que existam
variações de uma banda para outra. É algo óbvio, já que cada bem tem suas
próprias vicissitudes e estilo de fazer sua música. Mas há um ponto comum:
apesar do alto nível que algumas bandas precisam em termos de sonoridade, todos
optaram por algo mais cru e sem firulas, uma das características mais marcantes
do MOTORHEAD. E funcionou bem para todas, diga-se de passagem.
A arte da capa é icônica: um motoqueiro indo sabe-se lá para
onde (talvez para o Brasil mesmo). E é muito bem feita, por sinal.
Antes de apupos e protestos por conta dos grupos que estão
no tributo, é preciso deixar algo claro: “Going To Brazil… The Brazilian Tribute
to Motorhead” vai mostrar para muitos a universalidade da herança de Lemmy.
Sim, ela é universal, como Lemmy era um sujeito que estava cagando e andando
para regras e maneiras de tocar/soar. Provavelmente, ele mandaria qualquer
metidinho a ditar regras no underground ir tomar no centro vocacional do
traseiro, no olho seco, e sem dó.
Aliás, no trabalho das bandas presentes, não há o que se reclamar.
Todas fizeram tudo de de primeira, honrando o MOTORHEAD e a si mesmas.
DISTRAUGHT - Os mestres do Thrash Metal gaúcho resolveram
sentar a marreta e abrir o disco na base da ignorância, detonando uma versão
rasgada e opressiva de “Living in the Past”, do CD “Kiss of Death”. Os vocais rasgados estão alucinantes, mas a surra de riffs e solos de guitarra é animal, sem falar
no massacre de baixo e bateria. É porrada em cima de porrada, sem dó dos ouvidos alheios!
DEMOLITION - Direto de Governado Valadares (MG), o quarteto
de Thrashers resolveu arregaçar os ouvidos alheios com uma versão agressiva, rasgada e azeda de “Stay
Out of Jail”, vinda de “We Are Motorhead”, mostrando vocais ótimos e bem
encaixados (sem desmerecer baixo, guitarras e bateria).
NERVOCHAOS - Os Death Metal Devils de SP resolveram diminuir
um pouco o ritmo, detonando em “Traitor”, uma faixa mais simples e de andamento em velocidade mediana. A faixa vem do disco “Rock ‘n’ Roll”, e é forte e destruidora, mostrando o peso e coesão de baixo e
bateria, fora as guitarras estarem ótimas e os vocais estarem em um timbre
gutural de primeira.
INFESTED BLOOD - Pronto! Vindos de Recife, o quarteto de Brutal
Death Metal resolveu sentar a porrada para todos os lados, e mesmo respeitando
a versão original, “Iron Fist” virou um Death’n’Roll extremo, com a bateria
detonando nos bumbos duplos, fora os vocais e backing vocals estarem ótimos
(sem que as guitarras fiquem para trás).
TAILGUNNERS - O primeiro susto do disco, já que essa banda de Sampa é
de Metal tradicional à lá NWOBHM. Mas fiquem tranquilos: a versão deles para “Jack
the Ripper” (do “March or Die”) ficou perfeita, e a aura mais tradicional e melodiosa do grupo casou bem com a canção. Ponto para baixo e bateria, que estão muito
bem (e esses vocais limpos ficaram de primeira, com as guitarras cuspindo riffs
e solos sem dó de quem quer que seja).
UGANGA - E é a vez do quinteto de Thrashcore de Uberlândia açoitar
os ouvidos alheios, embora tenham escolhido uma música com andamento mais comportado. Eles escolheram a clássica “Damage Case”, vinda do clássico “Overkill”. E sim, ficou do caralho,
destruidora, com um trabalho fundamental do instrumental da banda como um todo,
mas com vocais agressivos em tons normais que deram vida nova ao velho clássico
(se é que clássicos ficam velhos!).
HATEFULMURDER - Mesmo praticando um estilo mais moderno de
Thrash Metal, o quarteto carioca mostrou personalidade em imprimir
agressividade explícita em um clássico como “No Class”. Mais uma vez,
instrumental perfeito e vocais insanos, e com uma aura suja e espontânea. E vale uma curiosidade: “No Class” foi
regravada pelo PLASMATICS, com Wendy O. Williams nos vocais, e a vocalista se
mostra uma herdeira e tanto do talento de Wendy.
VOODOOPRIEST - E tome porrada nos cornos, daquelas que
acordam o sujeito na hora, pois o quinteto de São Paulo foi buscar em “Inferno” sua
música, que é a fogosa e cheia de energia “In the Name of Tragedy”. A canção ganhou
uma incorporação mais Death/Thrash Metal insana. Vocais, guitarras, baixo e
bateria resolveram mostrar quem é o VOODOOPRIEST, e ai dos ouvidos e pescoços
alheios!
OBSKURE - Esses cearenses já cansaram de mostrar que são uma
banda de alto nível, sempre detonando com um Death Metal bem feito e técnico.
Mas eles resolveram descer o a peixeira em uma versão matadora de “Devils”, que
vem de “Bastards”. E esses bastardos vão deixar seu pescoço doendo com esse
ritmo lento e destruidor, fora mencionar que as guitarras da banda estão ótimas
(baixo e bateria também, e o vocalzão gutural ficou ótimo).
SILVER MAMMOTH - Mais uma banda bem diferente do esperado. Usando de toda sua força e psicodelia, o
peso de “White Line Fever” ganhou groove e intensidade emotiva um pouco ausentes na versão original. Os vocais
normais ficaram ótimos, fora a presença de um Hammond fazer a música lembrar os
momentos de Lemmy no HAWKWIND. Isso mostra o quanto a influência e legado Lemmy são universais.
ORQUÍDEA NEGRA - O quarteto de Santa Catarina é outra banda
de Metal tradicional, e resolveram fazer uma versão bem pessoal para “I Ain’t no Nice Guy”, de “March
or Die”. E ela ficou ótima, com baixo e bateria muito bem, sem falar que as
guitarras limpas e os vocais normais estão perceptivelmente bem encaixados. Mas
nos momentos mais agressivos, a banda vai muito bem também, dando inveja em
muitos. E reparem nos inserts de filmes, onde a voz do Mr. Rock ‘n’ Roll se faz
presente.
BLACK TRIAD - “Born to Lose” é o hino que o trio gaúcho de
Porto Alegre resolveu tocar, e ficou muito bem, tão azedo e espontâneo como
original. Óbvio que o arregaço que eles usaram no instrumental, com timbres
gordurosos, ficou ótimo, além de vocais urrados no melhor estilo de Lemmy.
Ponto para eles!
VULTURE - Direto das terras de Itapetininga, o quarteto de Death Metal pegou “Wake
the Dead” (de “We Are Motorhead”) e fizeram as coisas do jeito deles. O velho
clássico continua pesado e azedo como sempre, apenas com uma pegada mais brutal que antes, e
com belas melodias nas guitarras, sem falar que baixo e bateria arrepiaram. E o
vocal urrado buscou pegar referências em Lemmy, e ficaram perfeitos.
REVENGIN - A forma mais melodiosa do grupo carioca encaixou
como uma luva em “Bad Religion”. Os vocais femininos limpos, as guitarras
distorcidas na medida e a técnica de baixo e bateria fora a presença de
teclados bem encaixados deram uma vibração ao velho hino que veio de “March or
Die”.
ATTOMICA - Porrada nos ouvidos e no nariz de uma vez só, sem dó de ninguém!
O quarteto de São José dos Campos (SP) já chegou na voadora no meio dos peitos
com “Dr. Rock”, deixando seu Thrash Metal selvagem mais melodioso, mas
ainda com pegada e nos envolvendo completamente. Essa que é uma das grandes
faixas de “Orgasmatron”, por isso, o instrumental e os vocais normais da banda foram privilegiados.
Acham que acabou?
PORRA NENHUMA, agora vem o CD 2, PUTARDOS e MOCINHAS!
GENOCIDIO - Vindos de São Paulo, temos um dos quartetos mais tradicionais
do Death/Thrash Metal nacional, que resolveu causar enfartes fulminantes com uma
versão altamente brutal e explosiva para “Metropolis”, um dos clássicos mais
seminais do trio britânico. Vocais guturais, guitarras explodindo os falantes,
base rítmica sólida... se sobreviverem a isso, é porque são resistentes!
MX - E os Headthrashers do ABC paulista tiveram a idéia de
fazerem uma versão insana para “Speedfreak”, uma pedrada de “Iron Fist”. E
desceram o facão de Jason Voorhees sem dó dos ouvidos mais sensíveis, mesmo com o ritmo mais cadenciado e privilegiando as
melodias das guitarras. Mas seria uma enorme injustiça não mencionar o ótimo trabalho dos vocais, da bateria e do baixo.
JACKDEVIL - E diretamente de São Luís do Maranhão, os Thrash
Demons vieram para honrar o mestre com “Killers”, que vem de “Inferno”. E ficou
ótima a versão deles, com essa pegada mais Old School que casou muito bem, e a
energia que flui é intensa. Mais uma vez, ótimos vocais, baixo e bateria
perfeitos e guitarras roncando feio para cima de todos. Os Cangaceiros do Metal
mostram suas peixeiras mais uma vez!
CLAUSTROFOBIA - Os senhores do Metal Maloka de Sampa City estão marcando
presença no tributo, e desencadeando dores de pescoço agudas com o clássico “Ace of Spades”, que
ficou soando ainda mais gorduroso que o original. Nem é preciso dizer que as guitarras
da banda estão se destacando, embora os vocais urrados e a base rítmica
estejam fantásticos.
RATOS DE PORÃO - E quem disse que os pioneiros do
Hardcore/Crossover do Brasil iriam ficar de fora? E tome pela cara uma versão
matadora de “Stone Dead Forever”, que está soando tosca e crua como a original, mas
muito bem antenada com a realidade do quarteto. E mais uma vez, se percebe o
quanto o MOTORHEAD foi longe e alcançou músicos de todos os tipos. Reparem como
a cozinha rítmica ficou perfeita, os riffs insanos e os vocais ótimos.
REBAELLIUN - Se alguém achava que o nível de porradaria
estava baixo, agora ele foi na estratosfera. Sem dó e nem piedade de ninguém, o
trio gaúcho de Blackened Death Metal entrou com tudo na roda de moshpit com “Rock
Out”, de “Motörizer”, que ficou explosiva de uma maneira absurda. Os vocais
buscaram se aproximar dos timbres de Lemmy, mas sem descaracterizar os timbres
guturais usuais da banda, fora uma saraivada de riffs e solos matadores, e baixo e bateria
vibrando e deixando os ouvidos apitando como loucos!
CRUCIFIXION BR - Sirenes de ataque aéreo antecedem o
massacre sonoro do Blackened Death Metal insano desses gaúchos de Rio Grande. “Bomber”
ganhou uma roupagem ainda mais veloz e agressiva que a original, mas sem
descaracterizá-la. Está tão veloz que chega a doer os ouvidos, mas ela é autêntica em
sua homenagem. Riff em cima de riff, base rítmica sólida e bem variada e vocais
guturais doentios.
PENTACROSTIC - Os representantes do Doom Death Metal de
Osasco (SP) não poderiam ficar de fora de tal tributo. E a roupagem mais dura, soturna e agressiva de “Hellraiser”
deu um pouco mais de arregaço à música, mas sem perder suas linhas melódicas
originais. Os vocais ficaram muito bem, assim como baixo e bateria. Mas as
guitarras estão roubando a cena (que riffs)!
HICSOS - Vindo do Rio de Janeiro, o Thrash Metal altamente
hardcorizado do quarteto encaixou como uma luva no velho hino “Sacrifice”, que
ficou gordurosa e rasgada, mas com sua identidade e características originais intactas. É
fantástico o trabalho de baixo e bateria, sem falar que as guitarras vomitam
riffs destruidores e os vocais estão bem.
THUNDERSPELL - E Belém do Pará é terra de Metal, sim senhor. E que versão da banda para “One Night Stand” (De “Kiss of Death”)! Com seu
jeitão à lá NWOBHM bem evidente, a música ficou ótima, especialmente pela dupla de
guitarras muito boa (reparem nos duelos de solos), sem deixar de mencionar que
os vocais limpos também não destoaram (pelo contrário, ficaram ótimos), e baixo
e bateria deram uma dose extra de técnica à canção.
LEVIAETHAN - E o Rio Grande do Sul está em chamas, pois o
quarteto veterano resolveu causa surdez em grande escala com o torpedo Thrasher
que ficou “Stay Clean”. Ouvindo a versão deles, se percebe claramente o quanto
o MOTORHEAD é essencial para a formação do Thrash Metal. Belos vocais com
timbres agressivos normais, guitarras esmerilhando riffs azedos e base rítmica incessante e
massacrando tudo e todos.
MOTORBASTARDS - Curitiba deve ter o estoque de cana e
cigarros em seu nível mais baixo depois disso, já que o trio cover do MOTORHEAD resolveu
causar o caos e desordem com uma versão fiel de “Mean Machine”, dispostos a homenagearem
ainda mais seus mestres. Vocais, baixo, guitarras, bateria, tudo muito próximo
ao que a gangue de Lemmy deixou.
SCELERATA - O famoso quinteto de Heavy Metal de Porto Alegre resolveu honrar o grupo mais famoso do Rock ‘n’ Roll com uma versão
arrasadora para “Asylum Choir”. E mais uma vez: esse jeitão metal tradicional
bem feito casou muito bem, especialmente no que tange os vocais virtuosos da
banda, bem como a suas guitarras roncando com melodias e uma solidez coesa de
baixo e bateria. Ótimo!
MATANZA - E o quarteto de CountryCore do Rio de Janeiro
entrou no tributo dispostos a meterem uma bicuda na porta e despejarem raiva
com a clássica “We Are Motorhead”, que ficou excelente. Os vocais estão em tons
mais baixos e próximos aos de Lemmy, como outros fizeram, mas é de deixar de
queixo caído a maestria com que as guitarras, baixo e bateria estão excelentes.
Amem ou odeiem a banda, mas que eles fizeram muito bonito, isso fizeram, sem sombra de dúvidas!
TORTURE SQUAD - Fechando, a força agressiva brutal e ríspida do
Death/Thrash Metal do quarteto paulista detonou uma versão enlouquecedora para
“Overkill”. As guitarras estão perfeita, assim como baixo e bateria, e os
vocais com esses timbres guturais extremos ficaram muito bem encaixados.
Se há anos eu sempre reclamei da ausência de um tributo
digno ao MOTORHEAD, agora não tenho mais do que reclamar. Está “49% Motherfucker,
51% Son Of A Bitch”, ou seja, 100% honesto e autêntico com a música do MOTORHEAD.
E mais uma vez, o
Metal e o Rock nacional fazem bonito, pois fizeram O Melhor Tributo que poderia
ser feito à obra do grupo, seja como trio ou quarteto, sem meias palavras. E garanto que, lá do outro lado, o velho mais pé de cana e sacana do mundo, que já garantiu não existirem mais virgens por lá (ele cuidou disso), sorri e diz
com muito orgulho: “esses são meus meninos e meninas!”.
Parabéns às bandas e à Secret Service Records por nos
brindar com este disco fantástico.
Tá esperando o que, ô PUTADA? Vão logo atrás das suas cópias!
UGANGA - “Damage Case”
GENOCÍDIO - “Metropolis”
HATEFULMURDER
- “No Class”
TORTURE
SQUAD - “Overkill”
PENTACROSTIC
- “Hellraiser”
NERVOCHAOS -
“Traitor”
Resenha foda Marcão! Muito obrigado pelas palavras! Abrax Manu
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