7 de jun. de 2017

DEEP PURPLE - InFinite (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,2/10,0


Tracklist:

1. Time for Bedlam
2. Hip Boots
3. All I Got is You
4. One Night in Vegas
5. Get Me Outta Here
6. The Surprising
7. Johnny’s Band
8. On Top of the World
9. Birds of Prey
10. Roadhouse Blues


Banda:


Ian Gillan - Vocais
Steve Morse - Guitarras, backing vocals
Don Airey - Teclados, órgão
Roger Glover - Baixo, backing vocals
Ian Paice - Bateria

Convidados:

Bob Ezrin - Teclados adicionais, backing vocals, percussão


Contatos:

Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:

E-mail: earmusic@edel.com (imprensa)

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


E após quatro anos desde “So What?!”, eis que o último dos 3 dinossauros dos anos 70 retorna com mais um disco de estúdio. Sim, mesmo depois de quase 50 anos de atividade, o DEEP PURPLE retoma a carga, lançando “InFinite”, seu 20o disco de estúdio. E a Shinigami Records bancou o desafio e botou uma versão nacional do disco nas prateleiras das lojas.

Mas o que o bom e velho quinteto de Hertford, Inglaterra, tem a oferecer depois de 49 anos de serviços mais que muito bem prestados ao Metal e ao Hard Rock?

A verdade é simples: nada. Sim, se você estava esperando que esses sujeitos viessem reinventar a roda, é bom tirar o cavalinho da chuva. O DEEP PURPLE continua brindando seus fãs com o bom e velho Classic Rock com sua dose de peso, enorme influência do Blues e do Jazz, mas ainda assim, desce macio com um bom e velho vinho de uma safra antiga. Óbvio que o vocal de Ian Gillan não está essas coisas, uma vez que ele já está 71 anos de idade, e aqueles berros viscerais do passado não serão ouvidos. Mas em compensação, ele sabe de suas atuais limitações e faz um ótimo trabalho. Steve Morse é um mago das seis cordas, esbanjando feeling e pegada (sem usar toda a técnica que ele tem). A cozinha de Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria) continua sólida e bem trabalhada, como sempre foi. E os teclados de Don Airey estão perfeitos, dando aquele toque clássico e psicodélico de sempre.

Ou seja: mesmo que “InFinite” não seja um clássico absoluto como “Machine Head”, “Fireball” ou “In Rock”, em suas belezas e méritos próprios.

Na produção e mixagem, um mestre do passado: Bob Ezrin. Sim, o mesmo que trabalhou com ALICE COOPER e deu aquele toque diferenciado a “Destroyer”, do KISS, e que também produziu “So What?!” foi o escolhido para tomar conta da criação de “InFinite”. O engenheiro de som Justin Cortelyou ajudou na mixagem do disco, e podemos dizer que o Purple se aproximou das qualidades sonoras dos discos dos anos 70, com algo mais cru e orgânico, mas sem abrir mão da qualidade limpa que os trabalhos digitais concedem. Ou seja, sonoramente, não terão o que reclamar do disco.

A arte da capa é muito interessante, com certo toque de anos 60-70, em que desenhos e fotos enigmáticas davam a tônica. Mas ela ficou ótima, captando a essência sonora do disco. Um trabalho muito bom de Büro Dirk Rudolph.

O experimentalismo que muitos captam em “InFinite” nada mais é que a essência que todos conhecem de discos do passado. Sem isso, poderíamos admitir que o DEEP PURPLE fosse um aposentado em atividade, o que está longe de ser. A música que flui pelos falantes continua tendo qualidade e alto nível, coisa que esse quinteto, mesmo em meio às turbulências da carreira, sempre tiveram.

A fogosa e tipicamente Rocker “Time for Bedlam” com suas intervenções de guitarras, bons vocais e refrão de primeira; a pesada e intensa força grooveada de “Hip Boots” e sua força rítmica (eu avisei que baixo e bateria do grupo são sólidos e perfeitos, pois estão juntos desde antes de muitos que estão lendo estas palavras terem nascido); as envolventes melodias de “All I Got Is You” e suas belas passagens de teclados (esse sujeito sabe o que faz, sendo um sucessor digno do mestre Jon); o peso gorduroso e (pasmem!) moderno de “One Night in Vegas”; a força intensa e setentista da quase psicodélica “Get Me Outta Here”; as lindas guitarras de “Johnny’s Band” contrastando com os teclados bem encaixados e os vocais sóbrios; o Rockão com jeito de Blues em “On Top of the World”; a pegada Heavy/Prog/Folk de “Birds of Prey” e sua força pesada à lá LED ZEPPELIN; e a versão para a sensual e bluesy “Roadhouse Blues” do THE DOORS com sua pegada “noir” elegante, superando em muito a versão original são as melhores canções de “InFinite”, que é todo muito bom.

Óbvio que já existem muitos boatos sobre a eventual aposentadoria do quinteto após o final da tour promocional de “InFinite”, chamada “The Long Goodbye Tour”. Óbvio que isso está ligado à idade deles, aos problemas de saúde (lembrem que Ian Paice teve um ataque isquêmico transitório em 2014) mas se este for o último, “InFinite” é uma despedida em alto nível de um dos nomes mais criativos do Hard Rock, do Metal, do Classic Rock, enfim, do Rock ‘n’ Roll. Logo, agradeçamos, pois tivemos a sorte de estarmos vivos quando estes gigantes estavam na Terra.


Se for, obrigado por tudo, DEEP PURPLE!



2 comentários:

  1. Excelente resenha Marcão. Acho que captou bem a atmosfera do álbum novo. Eu achei um álbum digno,buscaram uma sonoridade orgânica, como voce mesmo citou, e fugiram das producoes com som de plástico atual.

    Se a aposentadoria chegar mesmo,vão sair de forma honrosa.

    ResponderExcluir
  2. Muito boa resenha, porém tenho uma correção: o penúltimo disco de estúdio se chama "Now Wthat", que aliás é tão interessante como este.
    A versão nacional é simples ou vem com o DVD?

    ResponderExcluir

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):