2017
Selo: Century Media Records
Importado
Nota: 9,2/10,0
Tracklist:
1. The Meek
Shall Inherit Shit
2. The
Bunker
3.
Mutilated and Assimilated
4. Outback
Incest Clan
5.
Malicious Meatholes
6. Blast
Frozen
7. The
Necropants
8. The
Carrion Eaters
9. Russian
Sleep Experiment
10. Hell’s
Handpuppets
11. Beneath
Antarctic Ice
12.
Swamped-In Gorehog (S.I.G. 25th Anniversary Tribute)
Banda:
Damian “Tom” Leski - Vocals
Jeremy Wagner - Guitarra base
Matt Szlachta - Guitarra solo
Diego Soria - Baixo
Mike Miczek - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.brokenhope.com/
Twitter: http://twitter.com/BROKENHOPEBAND
Youtube: http://www.youtube.com/user/jwag666
Instagram: https://www.instagram.com/brokenxhope/
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Existem bandas que são seminais, que criaram para si
próprias um espaço no Metal e possui um séquito de fãs bem numeroso. Se não
chegam a ser sucesso, não se pode negar o quão importantes elas são, a ponto de
muitas serem consideradas “cult” e influenciarem a muitos. E este é o caso do
quinteto BROKEN HOPE, de Chicago, Illinois (EUA), que sendo um pioneiro (foi a
primeira banda de Death Metal a gravar um disco inteiro no sistema digital) e
que chega com a porrada seca que tem por nome “Mutilated and Assimilated”.
Veteranos com mais de duas décadas de experiência nas costas
o BROKEN HOPE mostra-se equilibrado em sua forma de fazer Death Metal: é bruto
e causticante como sempre foi (apenas se mostra mais maduro), mas bem
trabalhado tecnicamente. E se percebe no trabalho do quinteto todos os
elementos que influenciam as gerações de Brutal Death Metal posteriores: vocais
urrados em timbres extremamente guturais “from the depths”, uma dupla de
guitarras fantásticas em riffs maciços e solos doentios (mas bem feito), e uma
cozinha rítmica coesa bem trabalhada e pesada como o inferno.
Sim, eles voltaram para um ataque, e se preparem, pois não
estão de brincadeiras!
A produção é de Scott Creekmore, que soube dar uma
sonoridade brutal e opressiva ao trabalho musical do grupo, mas mantendo-a
limpa e inteligível (sim, pois nada soa embolado). Além disso, a escolha de
timbres usados foi primorosa, pois privilegia a violência sonora da banda
(tanto nos momentos lentos quanto nos velozes), sem ser barulho. Não, não, por
trás da brutalidade da banda, existem mentes pensantes.
A arte de Wes Benscoter é insana, doentia e maravilhosa, parecendo
transparecer que o conteúdo lírico do disco é conceitual, baseado em algo de
ficção científica e teorias da conspiração. Mas não se consegue entender as
letras com esses timbres guturais, e por isso, é uma idéia que aparenta, mas
não é algo afirmativo.
Explosivo, cheio de energia e vitalidade, mostrando o motivo
de serem tão respeitados e cultuados, o quinteto mostra nas 12 composições de “Mutilated
and Assimilated” o mesmo estilo brutal e rançoso de sempre, mas bem elaborado e
maduro como nunca se viu. Os arranjos estão bem encaixados a dinâmica entre
instrumental e partes vocais está excelente, logo, esse disco é realmente
surpreendente.
Melhores momentos do disco (se é que se pode falar nisso):
“The Meek Shall Inherit Shit” - Uma autêntica e massiva
cacetada nos cornos do ouvinte, bem trabalhada e cheia de mudanças de ritmo.
Ponto para a dupla de guitarras que criam uma massa sonora de riffs envolventes
e solos bem colocados.
“The Bunker” - E eis que “O Massacre da Serra Elétrica”
ganha uma música que poderia ser seu tema, de tão brutal e sanguinolenta. A
tônica é a velocidade, embora existam momentos mais cadenciados, onde baixo e
bateria mostram sua versatilidade e coesão.
“Mutilated and Assimilated” - Em geral, se espera muito da
faixa-título de um CD, e ela corresponde bem às expectativas. Novamente, o
ritmo se alterna bastante, embora o enfoque seja em tempos mais amenos e
opressivos, favorecendo os vocais (que se dão bem tanto em guturais em tons
baixos como em gritos à lá porco sendo estripado).
“Outback Incest Clan” - Esporreira para todos os cantos, mas
usando bastante de um ritmo mais abrasivo e lento. Apesar de arranjos mais
simples, percebe-se que o grupo sabe ser sutil e nos surpreende por se manter consensual
em todos os momentos. E mais uma vez, ponto para a insanidade de baixo e
bateria.
“Malicious Meatholes” - Toda introdução bonitinha e calma
prenuncia um massacre sonoro, e não é diferente aqui. Mas se diferenciado do
resto do disco, os tempos aqui são mais envolventes, prendendo nossa atenção e
nos fazendo balançar a cabeça de maneira imperceptível diante dos riffs do
grupo.
“Blast Frozen”- Momentos mais lentos dão um toque azedo sem
igual a esta canção. E justamente por manter os tempos nessa cadência tão
envolvente que temos mais uma exibição de gala dos vocais, que preenchem todos
os espaços muito bem (mas cuidado, existem partes mas rápidas).
“Russian Sleep Experiment” - A porradaria estanca sem dó dos
pescoços alheios e vai causar moshpits intensos. É maravilhoso pode sentir a
maestria em termos de riffs que grupo possui, gerando uma aura opressiva e
ríspida.
“Swamped-In Gorehog (S.I.G. 25th Anniversary Tribute)” –
Esta é uma regravação de “Swamped in Gore”, do primeiro disco do grupo, por seu
vigésimo-quinto aniversário completado ano passado. Mas justamente por podermos
ouvir uma versão nova, se percebe que o estilo musical do grupo é atemporal que
foi evoluindo mas sempre fiel às suas raízes (sem contar que a insanidade
musical continua).
No mais, “Mutilated and Assimilated” é um disco para todo fã
de Death Metal, de Metal extremo, ou simplesmente fãs de Metal de bom gosto.
Ouça e preparem-se para o torcicolo!
Ah, sim: o disco é em Digipack, e ainda tem como bônus um
DVD, “Live at Obscene Extreme 2015”, gravado na apresentação do grupo neste
festival.
Vai perder?