2017
Shinigami Records / Nuclear Blast Brasil
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
1. Silent Kingdom
2. Never Machine
3. A Spoonful of Darkness
4. See You Tomorrow
5. The Sceptre
6. Hand of Hell
7. The Silence
8. The God Particle
Banda:
Foto: Paul Verhagen |
Marcus Jidell - Guitarras
The Doomfather - Baixo
Andreas Johansson - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.doomsdaykingdom.se/
Facebook: https://www.facebook.com/thedoomsdaykingdom/
Twitter:
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC2U9RdK1meIEkqPJAoDZXKA
Instagram:
Bandcamp: https://thedoomsdaykingdom.bandcamp.com/
Assessoria:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Muitos são os casos em que o nome de um músico pode estar associado ao Metal como um todo, ou a uma de suas muitas vertentes. Exemplos não faltam: Chuck Schuldiner é sinônimo de Death Metal, Ozzy de Metal (talvez o mais icônico de todos), James Hetfield no Thrash Metal, entre milhares de outros... E os nomes desses acabam dando confiabilidade a trabalhos que façam fora de seu estilo costumeiro. Em termos de Doom Metal, o nome de Leif Edling, baixista e líder do lendário CANDLEMASS, tem o mesmo efeito no Doom Metal, pois ele afere que podemos esperar algo de bom vindo dele. E sob o pseudônimo de The Doomfather, ele nos proporciona o “The Doomsday Kingdom”, primeiro disco de seu novo projeto, THE DOOMSDAY KINGDOM.
O estilo do disco é bem óbvio: Doom Metal pesado e azedo até o âmago.
Sim, o que temos aqui é o bom e velho Doom Metal, que segue a linha mais tradicional possível, onde vemos a calara influência de bandas como WITCHFINDER GENERAL, SAINT VITUS e, obviamente, BLACK SABBATH. Mas ao mesmo tempo, mesmo sendo um estilo já bem usado, o trabalho do quarteto pulsa com forte personalidade musical, além de um senso de melodia apurado (em algumas partes de “The Silence”, existem claros toques melodiosos). Ou seja, existem momentos sombrios e realmente introspectivos, e com linhas melódicas que nos seduzem nas primeiras ouvidas.
Sem ser complexo ou inovador, o THE DOOMSDAY KINGDOM é ótimo!
A produção é do guitarrista Marcus Jidell, e ele acertou a mão. Mas méritos devem ser dados a David Castillo pela mixagem e a Jens Bogren pela masterização. Soando pesado e moderno, cheio de energia, mas mantendo aquela sujeira essencial ao gênero, a qualidade sonora de “The Doomsday Kingdom” nos permite compreender o que a banda faz em termos musicais, o que ela deseja de seu trabalho.
Além disso, o trabalho visual que Erik Rovanperä para a capa é ótimo, usando tons escuros e uma arte muito boa, fora o layout do próprio Leif ter ficado ótimo.
As composições de “The Doomsday Kingdom” são muito pesadas e intensas, mas com uma preocupação com a estética melodiosa do trabalho. E mesmo sem reinventarem a roda, o THE DOOMSDAY CEREMONY consegue soar diferente dos outros trabalhos de Leif, bem como das outras bandas do mesmo estilo.
O disco se nivela por cima, e temos como destaques (apenas como uma referência para o leitor se basear em suas primeiras audições) as ótimas linhas melódicas, riffs e solo da envolvente “Silent Kingdom” (e que ótimo refrão, além de backing vocals ótimos), o azedume intenso e belos vocais de “Never Machine”, as soturnas e envolventes “A Spoonful of Darkness” e “The Sceptre”, o cortejo fúnebre de “The Silence” e sua base rítmica pesada e com boas variações, e a longa e hipnótica “The God Particle”, onde as mudanças de ritmo e climas fazem seus mais de 9 minutos passarem como se fossem 9 segundos.
Só resta dizer que “The Doomsday Kingdom” já nasceu grande, é um dos melhores discos do ano, e agradecimentos a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil por nos possibilitar o acesso a tal obra.