13 de mai. de 2017

ELIZABETHAN WALPURGA - WALPURGISNACHT (ÁLBUM)


2017
Nacional

Nota: 9,4/10,0


Tracklist:

1. Exordium
2. Vampyre
3. Clamitat Vox Sanguinis
4. Infernorium
5. The Serpent’s Eyes and the Horns of Crown
6. The Elizabethan Dark Moon
7. The Canine Enchantment by the Phlebotomy (In the Julgular Streams)
8. Transylvanian Cry
9. Walpurgisnacht


Banda:


Leonardo “Mal’lak” Alcântara - Vocais
Erick Lira - Guitarras
Breno Lira - Guitarras
Renato Matos - Baixo
Arthur Felipe Lira - Bateria


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


A latinidade do brasileiro é capaz de transformar o Metal feito no exterior em algo novo e personalizado. Muitas vezes, se diz que o brasileiro é um povo muito musical, logo, eis a explicação para tal afirmação. E não estranhem se o veterano quinteto pernambucano ELIZABETHAN WALPURGA, de Recife, os seduzir de forma contundente, pois isso é uma de suas características mais marcantes, como o primeiro álbum da banda, “Walpurgisnacht” (lançado depois de mais de 20 anos de luta), deixa claro.

É preciso deixar claro que a banda faz algo que poderíamos classificar como Heavy/Black Metal. Ou seja: os vocais são característicos do Black Metal, mas o instrumental é claramente uma criação cheia de harmonia e belas linhas melodiosas, bem calcadas no Metal tradicional. Em alguns momentos mais agressivos, o grupo parece carregar influências do MYSTIC CIRCLE, mas isso não os torna menos originais por isso. A proposta do grupo é bem diferente.

Produzido pelo próprio quinteto, e tendo a mixagem e masterização de Nenel Lucena, a sonoridade de “Walpurgisnacht” é mais crua do que o necessário. Mas mesmo assim, é mais que suficiente para se perceber que o quinteto sabe o que fazer de sua música. E, além disso, o peso e agressividade estão bem evidenciados.

Bem trabalhado, arranjos musicais bem feitos, timbres que se adaptam bem tanto ao lado agressivo como às partes melodiosas, solos melodiosos muito bem encaixados, e muita disposição em não ser apenas mais um é o que o quinteto nos oferece. E justamente por isso soa tão bem aos ouvidos. E ainda existem convidados especiais para dar aquele brilho a mais às canções: Nenel Lucena faz alguns backing vocals em “Infernorium”, assim como Gustavo Coimbra (em “The Elizabethan Dark Moon” e “Walpurgisnacht”), e Rogério Mendes (também em “Walpurgisnacht”).

Os destaques do CD são: a climática, bem trabalhada e soturna “Clamitat Vox Sanguinis” (onde as bases e solos de guitarra se destacam no meio das melodias e técnica que nos lembram o MERCYFUL FATE dos anos 80), a intensa e cativante “Infernorium” (baixo e bateria estão ótimos, criando uma base variada, que ora tende para o Heavy/Power Metal, ora para o Metal extremo), o trabalho ótimo de vocais e guitarras de “The Serpent’s Eyes and the Horns of Crown” e em “The Elizabethan Dark Moon”, os momentos mais lentos e introspectivos de “The Canine Enchantment by the Phlebotomy (In the Julgular Streams)” (onde o lado mais extreme da banda fica mais aparente, e a participação especial dos backing vocals, além de belos momentos mais limpos), e as fascinantes melodias sombrias de “Transylvanian Cry” e “Walpurgisnacht”. Todas ótimas canções, e as que foram deixadas de foram são excelentes da mesma forma.

O ELIZABETHAN WALPURGA vem com seu primeiro CD para provar que o Brasil tem grandes nomes, sim senhor!



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