2017
Shinigami
Records / Nuclear Blast Records
Nacional
Nota: 8,0/10,0
Tracklist:
1. Doris
2. Silence
3. Listen
4. Dying in
a Red Room
5. Hold Me
Up, Hold Me Down
6. Run
7. The Zero
8.
Conformity
9. Don’t Be
Careful, You Might Hurt Yourself
Banda:
Hernan “Eddie” Hermida - Vocais
Mark Heylmun - Guitarra solo
Chris Garza - Guitarra base
Dan Kenny - Baixo
Alex Lopez - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.suicidesilence.net/
Facebook:
https://www.facebook.com/suicidesilence
Twitter:
https://twitter.com/suicidesilence
Instagram: https://www.instagram.com/suicidesilence/
Bandcamp:
Assessoria:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Muitas vezes, público e crítica são chamados à desafios em
termos musicais. Óbvio que ninguém é obrigado a aceitar tudo que uma banda faz
em sua carreira, mas mesmo assim, é necessário ter cuidado com palavras e
afirmações. Que o diga Lester Baggs (na época da revista Rolling Stone) que
achincalhou o primeiro disco do BLACK SABBATH, ou mesmo o público radical que
triturou pesadamente “Into the Pandemoniun” do CELTIC FROST, hoje considerado
um dos discos mais revolucionários do Metal extremo e o molde mestre de vários
estilos de sucesso.
É preciso visão quando se aborda um disco que nos deixe
desconcertados, mente aberta para enxergar algo além. Por isso, quando ouvirem “Suicide
Silence”, novo disco do quinteto californiano SUICIDE SILENCE, é preciso ter
certeza da abordagem, pois ele tem seus méritos. E agora, ficou mais simples,
já que a Shinigami Records, em conjunto com a Nuclear Blast Brasil, botaram o
disco no mercado brasileiro.
Muito da crítica que se faz ao disco vem do fato da banda
ter injetado em seu estilo musical original (Deathcore) doses de maior
acessibilidade musical, para aumentar seu alcance comercial, em busca de novos
fãs. Óbvias são as influências de New Metal e Metalcore aglutinadas ao trabalho.
O que este autor reparou é que o grupo parece estar buscando uma nova fórmula
musical, e que “Suicide Silence” aparenta ser um disco de transição. Mas mesmo
assim, o disco é cheio de energia, peso e certo requinte musical, além de soar
acessível.
A produção de “Suicide Silence” é do experiente Ross
Robinson (que já trabalhou com SEPULTURA e KORN, o que causou certas
comparações entre o trabalho deste e do quinteto), com mixagem de Joe Barresi e
masterização de Dave Collins. Em termos sonoros, não há do que reclamar, já que
a qualidade soa moderna, pesada e agressiva sem, no entanto, abater as linhas
melódicas do grupo. E o trabalho de arte gráfica feito todo por fotos,
mostrando um lado um pouco mais soturno do grupo.
O SUICIDE SILENCE ganhou acessibilidade, rebuscando
influências sonoras antigas da banda. Mas dizer que o grupo está ruim é um
disparate, uma vez que em sua nova faceta sonora, o grupo se sai muito bem,
capaz de seduzir fãs cujo prazer é apenas ouvir boa música, sem se preocupar
com rótulos musicais ou o que a banda fez anteriormente.
Em 9 canções, o grupo mostra consensualidade, e todas são
boas. Mas os destaques ficam por conta de “Doris” e “Silence”, ambas com linhas
melódicas acessíveis (mas gordurosa em seus momentos mais agressivos, mostrando
guitarras versáteis), as melodias modernas e bastante introspectivas de “Dying
in a Red Room” (onde a influência de New Metal é clara, e os vocais estão
ótimos), o lado um pouco mais experimental em termos do estilo deles em “Run”,
e o peso-pesado em termos de base rítmica de “Don’t Be Careful, You Might Hurt
Yourself” (que tem um pouco do velho estilo do grupo sendo exposto, e baixo e
bateria mostram sua força).
Novamente: o SUICIDE SILENCE para estar em uma encruzilhada
e fez uma opção, e o futuro pode trazer discos primorosos dentro dele. Mas como
dito acima: se você não é um fã conservador, vai gostar de “Suicide Silence”.