20 de mai. de 2017

SUICIDE SILENCE - SUICIDE SILENCE (ÁLBUM)


2017
Shinigami Records / Nuclear Blast Records
Nacional

Nota: 8,0/10,0

Tracklist:

1. Doris
2. Silence
3. Listen
4. Dying in a Red Room
5. Hold Me Up, Hold Me Down
6. Run
7. The Zero
8. Conformity
9. Don’t Be Careful, You Might Hurt Yourself


Banda:


Hernan “Eddie” Hermida - Vocais
Mark Heylmun - Guitarra solo
Chris Garza - Guitarra base
Dan Kenny - Baixo
Alex Lopez - Bateria


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Muitas vezes, público e crítica são chamados à desafios em termos musicais. Óbvio que ninguém é obrigado a aceitar tudo que uma banda faz em sua carreira, mas mesmo assim, é necessário ter cuidado com palavras e afirmações. Que o diga Lester Baggs (na época da revista Rolling Stone) que achincalhou o primeiro disco do BLACK SABBATH, ou mesmo o público radical que triturou pesadamente “Into the Pandemoniun” do CELTIC FROST, hoje considerado um dos discos mais revolucionários do Metal extremo e o molde mestre de vários estilos de sucesso.

É preciso visão quando se aborda um disco que nos deixe desconcertados, mente aberta para enxergar algo além. Por isso, quando ouvirem “Suicide Silence”, novo disco do quinteto californiano SUICIDE SILENCE, é preciso ter certeza da abordagem, pois ele tem seus méritos. E agora, ficou mais simples, já que a Shinigami Records, em conjunto com a Nuclear Blast Brasil, botaram o disco no mercado brasileiro.

Muito da crítica que se faz ao disco vem do fato da banda ter injetado em seu estilo musical original (Deathcore) doses de maior acessibilidade musical, para aumentar seu alcance comercial, em busca de novos fãs. Óbvias são as influências de New Metal e Metalcore aglutinadas ao trabalho. O que este autor reparou é que o grupo parece estar buscando uma nova fórmula musical, e que “Suicide Silence” aparenta ser um disco de transição. Mas mesmo assim, o disco é cheio de energia, peso e certo requinte musical, além de soar acessível.

A produção de “Suicide Silence” é do experiente Ross Robinson (que já trabalhou com SEPULTURA e KORN, o que causou certas comparações entre o trabalho deste e do quinteto), com mixagem de Joe Barresi e masterização de Dave Collins. Em termos sonoros, não há do que reclamar, já que a qualidade soa moderna, pesada e agressiva sem, no entanto, abater as linhas melódicas do grupo. E o trabalho de arte gráfica feito todo por fotos, mostrando um lado um pouco mais soturno do grupo.

O SUICIDE SILENCE ganhou acessibilidade, rebuscando influências sonoras antigas da banda. Mas dizer que o grupo está ruim é um disparate, uma vez que em sua nova faceta sonora, o grupo se sai muito bem, capaz de seduzir fãs cujo prazer é apenas ouvir boa música, sem se preocupar com rótulos musicais ou o que a banda fez anteriormente.

Em 9 canções, o grupo mostra consensualidade, e todas são boas. Mas os destaques ficam por conta de “Doris” e “Silence”, ambas com linhas melódicas acessíveis (mas gordurosa em seus momentos mais agressivos, mostrando guitarras versáteis), as melodias modernas e bastante introspectivas de “Dying in a Red Room” (onde a influência de New Metal é clara, e os vocais estão ótimos), o lado um pouco mais experimental em termos do estilo deles em “Run”, e o peso-pesado em termos de base rítmica de “Don’t Be Careful, You Might Hurt Yourself” (que tem um pouco do velho estilo do grupo sendo exposto, e baixo e bateria mostram sua força).

Novamente: o SUICIDE SILENCE para estar em uma encruzilhada e fez uma opção, e o futuro pode trazer discos primorosos dentro dele. Mas como dito acima: se você não é um fã conservador, vai gostar de “Suicide Silence”.



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