2017
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
1. Under
Heaven None
2.
Requiescat in Pace
3. Death of
a Dream
4. Winded
Sleep
5.
Mediaevil
6. The
Woman and the Witch
7. You’re
All Sick
8. Them
Arsonists
9. I Play
Your God No More
10. Lair of
All Rats to Dwell
11. Black Vomit
12. Somberkkast
Banda:
Murillo Leite - Guitarras, vocais
Rafael Orsi: - Guitarras, violões, backing vocals
W. Perna - Baixo
João Gobo - Bateria, percussão
Contatos:
Site Oficial: www.genocidio.com.br
Facebook: facebook.com/genocidiobr
Twitter: twitter.com/genocidioband
Youtube: youtube.com/genocidioofficial
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Eis um disco para se ouvir com muita calma, e não começar do
volume mais alto, pois pode acabar com os ouvidos apitando!
Sim, eles estão de volta, e dispostos a deixar ouvidos
sangrando e paredes tremendo, pois o GENOCÍDIO, um dos nomes mais célebres do
Death/Thrash Metal brasileiro está de volta, ainda mais agressivo e brutal em “Under
Heaven None”, seu mas novo álbum, lançado pela Urubuz Records.
Sem abrir mão de suas características sonoras mais seminais,
o quarteto mostra um enfoque mais extremo e brutal que em “The Clan” e “In Love
With Hatred”. Mas não se enganem pela golfada agressiva, pois o alinhavo
experimental do grupo ainda está ali, bem como linhas melódicas subjetivas
excelentes. Aquela influência de Gothic Rock a que estamos acostumados aparece
em alguns momentos (como nos vocais sussurrados nos momentos mais lentos de
“Death of a Dream”), alguns momentos quase Jazz Fusion (olhem a sessão de solos
de “MediaEvil”) mas no geral, o CD foca mais em agressividade brutal e moderna,
mostrando que o grupo não é chegado em ficar parado muito tempo. A palavra de
ordem é evoluir.
E tendo que a evolução é uma necessidade, o GENOCÍDIO mostra
como manter suas raízes fundas em um passado glorioso, mas disposto a se manter
firme no presente e conquistar mais e mais fãs no futuro.
A produção sonora de “Under Heaven None” é de Raphael Orsi,
guitarrista do grupo. E ele mesmo mixou e masterizou o disco, tendo em mente a
carga histórica da banda. E acertou em cheio, pois os timbres instrumentais são
excelentes, o nível de clareza é ótimo, mas em termos de peso e brutalidade,
está perfeito Ou seja, Raphael acertou a mão em tudo que se refere à qualidade
sonora.
Já a arte é do veterano W. Perna, que fez uma arte belíssima
para capa, e tudo em um Digipack muito bonito.
Sempre usando a experiência do passado e aglutinando influências
do presente, o GENOCÍDIO faz de “Under Heaven None” um disco bem difícil de ser
rotulado, e que uma audição apenas não consegue nos dar a total percepção de
quanto ele é bom e diversificado. Vocais urrados contrastando com vozes
sussurradas, riffs de guitarra pesados e solos insanos, além de uma base
rítmica com baixo e bateria mostrando peso e uma técnica muito boa são os
elementos que esses alquimistas do Metal extremo nacional usam, e não sairão
decepcionados depois de ouvirem o disco várias vezes.
Chega a ser um trabalho desgraçado para escolher as melhores
faixas do disco, já que eles trabalharam duro nas composições e o nível deles é
bem alto.
Mas a agressividade de detonadora de tímpanos “Under Heaven
None” (meus ouvidos ainda apitam devido a tanta brutalidade, especialmente
graças aos riffs distorcidos e de bom gosto da música), da igualmente agressiva
“Requiescat in Pace” e sua velocidade alucinante, o ótimo trabalho experimental
apresentado em “Death of a Dream” (que tem partes mais suaves e azedas, com andamento
lento e vocais sussurrados, e outras mais velozes e brutais, com certos toques
de Thrash Metal e Crossover) e “Winded Sleep” (lenta e soturna, adornada com
melodias excelentes e arranjos ótimos de vocais), a levada puramente Death
Metal de “Mediaevil” (com uma sessão de solos realmente extasiante, onde
elementos de Jazz Fusion aparecem), a pesada e técnica “The Woman and the Witch”
com seus arranjos de baixo e bateria perfeitos (uma técnica que se percebe vir
do Metal tradicional), a insanidade sonora de “You’re All Sick”, o lado mórbido
e experimental abusivamente denso de “Them Arsonists” (novamente, momentos com
belíssimas melodias sombrias dão as caras, onde se percebem teclados dando aquele
toque fúnebre essencial ao já maravilhoso trabalho das guitarras), o peso
macabro e denso de “I Play Your God No More” e suas conduções lentas (onde baio
e bateria se destacam bastante), a empolgante e “empogate” “Lair of All Rats to
Dwell” (que ótimos solos de guitarra), a sujeira Death/Black que permeia o hino
“Black Vomit” do SARCÓFAGO (aqui com um toque a mais de peso e elegância dado
pelo quarteto, sem falar que o timbre rasgado natural dos vocais encaixaram
como uma luva), e o encerramento em grande estilo com a surpreendente “Somberkkast”,
uma linda instrumental com forte toque de vários estilos musicais diferentes no
início, mas com momentos pesados e agressivos. Ou seja, todas as canções são “melhores momentos”.
O GENOCÍDIO sempre se renova, sempre vem surpreender, sempre
mostra que merece o status cult que carrega. E “Under Heaven None” é mais um
disco obrigatório do quarteto.