26 de mai. de 2017

GENOCÍDIO: UNDER HEAVEN NONE (ÁLBUM)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. Under Heaven None
2. Requiescat in Pace
3. Death of a Dream
4. Winded Sleep
5. Mediaevil
6. The Woman and the Witch
7. You’re All Sick
8. Them Arsonists
9. I Play Your God No More
10. Lair of All Rats to Dwell
11. Black Vomit        
12. Somberkkast


Banda:


Murillo Leite - Guitarras, vocais
Rafael Orsi: - Guitarras, violões, backing vocals
W. Perna - Baixo
João Gobo - Bateria, percussão


Contatos:

Site Oficial: www.genocidio.com.br
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Eis um disco para se ouvir com muita calma, e não começar do volume mais alto, pois pode acabar com os ouvidos apitando!

Sim, eles estão de volta, e dispostos a deixar ouvidos sangrando e paredes tremendo, pois o GENOCÍDIO, um dos nomes mais célebres do Death/Thrash Metal brasileiro está de volta, ainda mais agressivo e brutal em “Under Heaven None”, seu mas novo álbum, lançado pela Urubuz Records.

Sem abrir mão de suas características sonoras mais seminais, o quarteto mostra um enfoque mais extremo e brutal que em “The Clan” e “In Love With Hatred”. Mas não se enganem pela golfada agressiva, pois o alinhavo experimental do grupo ainda está ali, bem como linhas melódicas subjetivas excelentes. Aquela influência de Gothic Rock a que estamos acostumados aparece em alguns momentos (como nos vocais sussurrados nos momentos mais lentos de “Death of a Dream”), alguns momentos quase Jazz Fusion (olhem a sessão de solos de “MediaEvil”) mas no geral, o CD foca mais em agressividade brutal e moderna, mostrando que o grupo não é chegado em ficar parado muito tempo. A palavra de ordem é evoluir.

E tendo que a evolução é uma necessidade, o GENOCÍDIO mostra como manter suas raízes fundas em um passado glorioso, mas disposto a se manter firme no presente e conquistar mais e mais fãs no futuro.

A produção sonora de “Under Heaven None” é de Raphael Orsi, guitarrista do grupo. E ele mesmo mixou e masterizou o disco, tendo em mente a carga histórica da banda. E acertou em cheio, pois os timbres instrumentais são excelentes, o nível de clareza é ótimo, mas em termos de peso e brutalidade, está perfeito Ou seja, Raphael acertou a mão em tudo que se refere à qualidade sonora.

Já a arte é do veterano W. Perna, que fez uma arte belíssima para capa, e tudo em um Digipack muito bonito.

Sempre usando a experiência do passado e aglutinando influências do presente, o GENOCÍDIO faz de “Under Heaven None” um disco bem difícil de ser rotulado, e que uma audição apenas não consegue nos dar a total percepção de quanto ele é bom e diversificado. Vocais urrados contrastando com vozes sussurradas, riffs de guitarra pesados e solos insanos, além de uma base rítmica com baixo e bateria mostrando peso e uma técnica muito boa são os elementos que esses alquimistas do Metal extremo nacional usam, e não sairão decepcionados depois de ouvirem o disco várias vezes.

Chega a ser um trabalho desgraçado para escolher as melhores faixas do disco, já que eles trabalharam duro nas composições e o nível deles é bem alto.

Mas a agressividade de detonadora de tímpanos “Under Heaven None” (meus ouvidos ainda apitam devido a tanta brutalidade, especialmente graças aos riffs distorcidos e de bom gosto da música), da igualmente agressiva “Requiescat in Pace” e sua velocidade alucinante, o ótimo trabalho experimental apresentado em “Death of a Dream” (que tem partes mais suaves e azedas, com andamento lento e vocais sussurrados, e outras mais velozes e brutais, com certos toques de Thrash Metal e Crossover) e “Winded Sleep” (lenta e soturna, adornada com melodias excelentes e arranjos ótimos de vocais), a levada puramente Death Metal de “Mediaevil” (com uma sessão de solos realmente extasiante, onde elementos de Jazz Fusion aparecem), a pesada e técnica “The Woman and the Witch” com seus arranjos de baixo e bateria perfeitos (uma técnica que se percebe vir do Metal tradicional), a insanidade sonora de “You’re All Sick”, o lado mórbido e experimental abusivamente denso de “Them Arsonists” (novamente, momentos com belíssimas melodias sombrias dão as caras, onde se percebem teclados dando aquele toque fúnebre essencial ao já maravilhoso trabalho das guitarras), o peso macabro e denso de “I Play Your God No More” e suas conduções lentas (onde baio e bateria se destacam bastante), a empolgante e “empogate” “Lair of All Rats to Dwell” (que ótimos solos de guitarra), a sujeira Death/Black que permeia o hino “Black Vomit” do SARCÓFAGO (aqui com um toque a mais de peso e elegância dado pelo quarteto, sem falar que o timbre rasgado natural dos vocais encaixaram como uma luva), e o encerramento em grande estilo com a surpreendente “Somberkkast”, uma linda instrumental com forte toque de vários estilos musicais diferentes no início, mas com momentos pesados e agressivos. Ou seja, todas as canções são “melhores momentos”.

O GENOCÍDIO sempre se renova, sempre vem surpreender, sempre mostra que merece o status cult que carrega. E “Under Heaven None” é mais um disco obrigatório do quarteto.


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