19 de mai. de 2017

CLANGENDUM: reúne caldeirão rítmico no álbum de estreia “PsicoDisco”


MPB encontra o rock em uma mistura psicodélica de estilos, com passeios pela música regional e ritmos africanos: Esse é o álbum de estreia da banda niteroiense CLANGENDUM. Intitulado “PsicoDisco” e produzido pela própria banda junto de Julio Alecrim, o trabalho traz uma poesia própria e uma ambição ousada: criar um debut conceitual, com canções que possuem vida própria ao serem ouvidas individualmente, mas que foram concebidas e estruturadas para formar um universo único.

“Queríamos fazer um contraponto ao modo de se consumir música atualmente, uma ‘era do shuffle’, pode-se assim dizer, trazendo de volta uma perspectiva de tempos passados onde ouvia-se um disco inteiro e em ordem cronológica, com extrema coesão, quase como uma história contada. E assim foi feito no PsicoDisco”, conta o vocalista e guitarrista Breno Gouvêa.

O nome da banda vem do latim e significa som. O puro e simples som é a busca de Breno junto de Rama (guitarra), Caio Daher (percussão, gaita e voz), Erlim Bittencourt (baixo) e Pedro Donzeles (bateria) desde o primeiro registro da banda, em 2014, com o single “Colapso”. No ano passado, quando a CLANGENDUM lançou no seu canal do YouTube um show ao vivo gravado na Toca do Bandido, a maturidade e a evolução da banda eram sensíveis e, com ela, veio a necessidade de dar um passo maior. Foi nesse trabalho que a banda iniciou uma parceria com o produtor Julio Alecrim, responsável pela mixagem e masterização e da co-produção do disco de estreia.

“O processo desse álbum tem início pela necessidade da banda de lançar seu primeiro trabalho de estúdio, onde pudesse mostrar sua personalidade. As influências de qualquer banda são abrangentes demais, exatamente por se tratar de uma reunião de pessoas com influências diversas. O caminho foi pinçar essas diversas características pessoais e transformar em uma coisa homogênea com o passar do tempo, para que a CLANGENDUM tivesse uma sonoridade e estilo próprios, o que não significa restringir-se a um determinado nicho”, continua Breno.

É o que prova o “PsicoDisco”. O álbum abre com “O Santo II”, curiosamente a primeira música a ser composta pelos parceiros Breno e Rama como CLANGENDUM, retomando a colaboração dos tempos de colégio em Minas Gerais. Nada mais justo que abrir o trabalho com o embrião desse projeto, que reúne os músicos em uma nova maturidade sonora. A versão final da canção, apresentada no álbum, é produto de muitos arranjos desenvolvidos ao longo dos anos e conta com a densa e impactante participação do rapper niteroiense LoSau. Já “Lucina” foi o primeiro gostinho do “PsicoDisco”, lançada como um clipe em timelapse que apresentava o alcance pop da banda, sem abrir mão de seu som único. A composição já nasceu com cara de single e foi a escolhida pelo grupo para apresentar seu novo trabalho ao público.

“6AM” já entrega no título que é um produto da madrugada. Composta pelo vocalista após retornar de uma noite na rua, a canção aproveita a gravação bruta do primeiro rascunho da música, feita apenas com o uso do celular, para retomar a origem da canção. “Cafifa” é direta ao ponto: concebida com apenas dois acordes como um exercício criativo, a canção é embalada pelas variações vocais. O arranjo é novo, diferente do apresentado no “Saindo da Toca”, registro ao vivo feito na Toca do Bandido. Lucas Ghetti, primo do vocalista e também músico e fotógrafo, marca presença como convidado especial.

Tomando um novo rumo lírico, “Madrugou” é carregada de peso emocional. A faixa foi escrita em pouco tempo, como homenagem à avó de Breno, com quem o vocalista tinha uma forte ligação. A despedida após seu falecimento inspirou esse adeus musical, ao mesmo tempo em que se tornou um dos destaques do trabalho da CLANGENDUM. Por isso, foi o single do compacto ao vivo. Enquanto isso, “Chão do Rio” veio trazer frescor ao repertório. A composição entrou para o disco poucas horas antes da escolha final das faixas. A pré-produção inspirou o formato final da canção, que conta com castanholas de Roberto Ghetti, tio de Breno, e o contraste com a voz doce da cantora Yug Wenerck.

Sem perder contato com as raízes, a CLANGENDUM resgata “Colapso”, primeira de suas gravações em estúdio. O significado da canção não se perde no novo arranjo, marcado pela união que juntou os cinco membros da atual formação. “Contramão” faz um contraponto entre realidade e esperança, traduzindo o conceito do “PsicoDisco” em sua letra, a última do álbum. Por fim, “O Santo I” encerra instrumentalmente o trabalho, servindo de introdução à primeira música. Se por um lado “O Santo II” é a continuação dessa cronologia, a inversão na tracklist deixa clara a intenção da banda: “O disco é um grande loop, assim como a rotina e o cotidiano urbano brasileiro: não tem fim e nem começo, a não ser como convenção”, explica Breno.

Para representar todas essas nuances, a arte de capa também brinca com inversos. Na fotografia, um homem bem vestido é o engraxate de um garoto e provoca o estranhamento e a reflexão. Essa poética social marca a estreia da CLANGENDUM, que canta crônicas urbanas no “PsicoDisco”, já disponível nas principais plataformas de música digital.

Ouça “PsicoDisco”: 



Ficha técnica:

Breno Gouvêa: Voz e Guitarra
Caio Daher: Percussão, Gaita e Voz
Erlim Bittencourt: Baixo
Pedro Donzeles: Bateria
Rama: Guitarra
Julio Alecrim: Teclas em "O Santo II", "Colapso" e "Contramão"
Roberto Ghetti: Castanholas em "Chão Do Rio"
Participações Especiais:
LoSau em "O Satnto II"
Yug Werneck em "Chão do Rio"
Lucas Ghetti em "Cafifa"

Produzido por: CLANGENDUM e Julio Alecrim
Edição de áudio e Mixagem: Júlio Alecrim
Masterização: Vinicius Fraga

Direção de Arte: Lucas Gouvêa, Lucas Ghetti e Breno Gouvêa
Projeto Gráfico: Gabriel Bittencourt e Rafael Ottero
Fotografia: Lucas Ghetti
Direção de Fotografia: Lucas Ghetti e Breno Gouvêa
Edição de Fotografia: Lucas Ghetti e Gabriel Bittencourt

Compositores:
"O Santo II": Breno Gouvêa e Rama
"Boi de Haxixe": Zeca Baleiro
"Lucina": Breno Gouvêa e Rama
"6AM": Breno Gouvêa
"Cafifa": Breno Gouvêa
"Madrugou": Breno Gouvêa
"Chão do Rio": Breno Gouvêa
"Colapso": Breno Gouvêa e Caio Daher
"Contramão": Breno Gouvêa e Rama
"O Santo I": Breno Gouvêa, Caio Daher, Erlim Bittencourt, Pedro Donzeles, Rama e Julio Alecrim

Arte de capa:

Fotografia: Lucas Ghetti
Edição de Fotografia: Lucas Ghetti e Gabriel Bittencourt
Atores: Raphael Cassou e Thiago Rosa
Projeto Gráfico: Gabriel Bittencourt e Rafael Ottero
Direção: Lucas Gouvêa

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