11 de mar. de 2017

SONATA ARCTICA – The Days of Grays (relançamento)


2017
          Nuclear Blast Brasil

Nacional

Nota: 8,5/10,0


Tracklist:

1. Everything Fades to Gray
2. Deathaura
3. The Last Amazing Grays
4. Flag in the Ground
5. Breathing
6. Zeroes
7. The Dead Skin
8. Juliet
9. No Dream Can Heal a Broken Heart
10. As if the World Wasn’t Ending
11. The Truth is Out There
12. Everything Fades to Gray (full version)
13. In the Dark


Banda:


Tony Kakko - Vocais
Elias Viljanen - Guitarras
Henrik Klingenberg - Teclados, Hammond
Marko Paasikoski - Baixo
Tommy Portimo - Bateria

Músicos convidados:

Johanna Kurkela - Vocais femininos em “Deathaura” e “Juliet” 
Perttu Kivilaakso - Violoncelo em “Everything Fades to Gray”, “Zeroes” e “The Truth is Out There”


Contatos


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O SONATA ARCTICA é uma banda com uma longa e curiosa história, cheia de momentos brilhantes (e outros nem tanto), de aplausos e vaias por parte de fãs de música e crítica, mas sempre foram adiante. O interessante é notar que eles foram transitando do típico Power Metal melódico do final dos anos 90 e início do atual milênio para uma forma de Metal bem melodiosa e acessível, que reúne elementos do Hard, do tradicional e do AOR com todo um alinhavo moderno. Óbvio que nem sempre todos compreendem certos aspectos musicais do trabalho do quinteto por isso. E tais idéias nos levam a este relançamento para “The Days of Grays”, original de 2009 e que chega a nossas mãos pela parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.

Aqui, tal qual se ouve em trabalhos mais recentes, o quinteto continua o estilo que foi falado acima, ou seja, uma mistura de aspectos de vários estilos em uma moldura moderna e acessível. Óbvio que existem momentos em que partes sinfônicas e grandiosas contrastam com momentos introspectivos, e outros grandiosos e pesados. Mas tudo isso é o que o SONATA ARCTIVA oferece, embora venha a frustrar fãs da fase antiga, em especial de “Silence” (sim, torno a dizer isso pela segunda vez, mas em outro review). Mas mesmo eles terão que admitir: o bom gosto e trabalho musical da banda em “The Days of Grays” é do mais alto nível.

Produzido pelo vocalista e líder Tony Kakko, e tendo gravações em vários estúdios, pode-se aferir que a sonoridade do álbum é grandiosa, dando uma importância maior aos teclados e vocais, mas sem deixar que os outros instrumentos fiquem sumidos ou sem peso. Digo apenas que vocais e teclados receberam um tratamento um pouco melhor, apenas isso. Mas a sonoridade como um todo é ótima, já que guitarras, baixo e bateria soam com boa dose de peso. Nisso, o trabalho de Mikko Karmila (mixagem) e de Svante Klingenberg (masterização) mostra seu valor. E além disso, capa, encarte e layout estão ótimos, com uma diagramação linda.

Mas resta perguntar: tanto esforço na produção sonora e visual faz justiça ao conteúdo musical de “The Days of Grays”?

A resposta é sim, pois o CD é de alto nível, com boas canções, arranjos bem feitos e a qualidade que o quinteto sempre imprimiu em seus discos. Além disso, existem momentos pesados, com orquestrações densas, tudo muito bem feito e no seu devido lugar.

Como pontos altos do CD, citamos a grandiosa e pesada “Deathaura”, cheia de mudanças de ritmo e repeat de arranjos belíssimos de teclados e violoncelo, backing vocals perfeitos e lindíssimas guitarras; o clima ameno e empolgante de “The Last Amazing Grays”, onde se percebe a enorme acessibilidade da canção graças aos teclados e refrão muito bem arranjado; a forte e também bem acessível “Flag in the Ground”, onde certa influência de BLIND GUARDIAN se sente nos backing vocals, embora a estrutura musical dessa canção remeta um pouco ao passado do grupo, especialmente pelo refrão altamente contagiante; a quase Pop e sinuosa “The Dead Skin”e seus teclados, baixo e bateria poderosos e que reenchem todos os espaços com arranjos belos e variados; a belíssima e também acessível “Juliet”, cheia de momentos ganchudos e com belíssima participação especial de vocais femininos; o peso intenso e envolvente de “No Dream Can Heal a Broken Heart”, graças às belas passagens de guitarras; a balada mais melodiosa e branda “The Truth is Out There” (reparem nos violoncelos); e os arranjos de baixo guitarras limpas em “In the Dark”.

Para quem ainda não tem o CD, hora de completar a coleção, embora o resultado final de “The Days of Grays” seja sedutor para qualquer fã de boa música.


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