11 de mar. de 2017

ALTÚ PÁGÁNACH - Under the Ground (álbum)


2017


Nacional

Nota: 8,0/10,0

Tracklist:

1. The Journey
2. Zzog Dra Kra Tûll
3. Mellon
4. Dublûk Ub Ûr
5. Into the Cave with Golum
6. Ash Nazg
7. Kruk Dak Drakk Kâ Dúl
8. Zzog Dra Kra Tûll (demo version)
9. The First Night
10. The Old Forest
11. Amon Sûl: the Top of the Wind
12. Ash Nazg Durbatulûk
13. Lost in the Troll's Cave
14. Preludium
15. Kruk Sûl Dùr


Banda:


Dungortheb - Vocais, vocais barítonos, teclados, guitarras, violões, bateria, bateria eletrônica, baixo


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Muitas bandas no underground acabam ficando ocultas, sendo privilégio de poucos o acesso a materiais que seriam recebidos com palmas por muitos fãs. E esse é o caso do dueto brasileiro ALTÚ PÁGÁNACH, de Lavras (MG), dono de uma discografia de respeito, mas que ficou a maior parte da existência do grupo oculto. Sim, pois o dueto era lançado por um selo pequeno chamado North Winds, e somente agora, graças aos esforços da Cold Art Industry Records, nós temos acesso ao último trabalho do grupo, “Under the Ground”, em uma edição especial.


Sendo o canto do cisne da banda, a versão que temos em mãos apresenta 15 canções do mais puro Folk Black Metal, com incursões de teclados, vocais que oscilam entre vozes pagãs e os vocais guinchados comuns ao Black Metal, e um “insight” que oscila entre o Folk puro e simples e ritmos mais agressivos. É clara a influência de bandas como SUMMONING e RAGNAROK (UK), mas é óbvia a identidade do grupo em meio a arranjos simples e músicas realmente empolgantes.

A qualidade sonora é rala e bem crua, buscando ser o mais fiel possível às raízes do Folk Black Metal. Não ao ponto de não entendermos a música do grupo, e até se encaixa nos padrões mais sujos do gênero e no trabalho que o dueto se propõe a fazer, mas um pouco de limpeza e uns timbres mais graves ajudariam (e muito) o trabalho da banda. Mas acredito que a intenção de Dungortheb (produtor do disco) era realmente deixar o álbum com essa sonoridade.

Já a arte, em um design feito por Dungortheb em parceria com a Cold Art Industry Records é muito belo, com artes referenciando o trabalho literário de J. R. R Tolkien (a maior influência do grupo em termos líricos), e todo finalizado em Verniz UV, permitindo a melhor conservação do encarte.

Musicalmente, o trabalho da banda é fascinante. Mesmo com a qualidade sonora tosca para os padrões atuais, percebe-se todo o potencial do grupo em canções como a agressiva “Zzog Dra Kra Tûll” (reparem bem no contraste de vocais limpos e rasgados, além das mudanças rítmicas), o peso e clima soturno da bem trabalhada “Dublûk Ub Ûr” (bons momentos de baixo e bateria seguram a força da base rítmica), e a agressividade bruta, pura e simples de “Ash Nazg”. Mas há momentos mais experimentais e que remente ao Folk puro e simples, como a bela instrumental “Mellon” e seus dedilhados de violão e sons da natureza, a estranha e quase hipnótica “Into the Caverno of Gollum” (feita com efeitos sinistros de teclados), a totalmente folk “Kruk Dak Drakk Kâ Dúl” (com vocais pagãos, teclados e flautas muito bem encaixados), a coletânea de sons da natureza de “Old Forest”, os tambores de guerra de “Ash Nazg Durbatulûk” (garanto que o ouvinte se lembrará das cavernas de Moria que viu no filme “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”), e a belíssima “Kruk Sûl Dùr” (lindos arranjos de pianos e teclados, permitindo que os vocais limpos mostrem todo seu valor).

No mais, espero que o grupo não tenha parado (como informações que li pela internet dizem), pois tem muito a oferecer. E parabéns a Cold Art Industry Records por correr atrás e conseguir mais um excelente trabalho.



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