11 de mar. de 2017

LANCER – Mastery (Álbum)



2017
           Nuclear Blast Brasil

Nacional

Nota: 8,5/10,0


Tracklist:

1. Dead Raising Towers
2. Future Millennia
3. Mastery
4. Victims of the Nile
5. Iscariot
6. Follow Azrael
7. Freedom Eaters
8. World Unknown
9. Widowmaker
10. Envy of the Gods
11. The Wolf and the Kraken
12. Follow Azrael (Reprise)


Banda:



Isak Stenvall - Vocais
Fredrik Kelemen - Guitarras
Peter Ellström - Guitarras
Emil Öberg - Baixo
Sebastian Pedernera - Bateria


Contatos:


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Bem, vez por outra, temos gratas surpresas quando lidamos com bandas novas que militem em vertentes do Metal que já estão abarrotadas. Sim, falo de quando a banda não inova absolutamente nada, mas coloca o coração naquilo que faz, nos brindando com um trabalho muito bom. E esse é o caso justamente do quinteto sueco LANCER, que acaba de soltar o ótimo “Mastery”, que chega ao Brasil pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil.

Este é o terceiro álbum do grupo, logo, se espera que a banda já esteja em um nível de evolução bom e mostrando sua personalidade. E assim, somos brindados com um Heavy/Power Metal de primeira, que beira a escola germânica, ou seja, sem que o grupo esteja fazendo o bom e velho “control C + control V”, as influências de nomes como HELLOWEEN, ACCEPT e GRAVE DIGGER são sensíveis, sem que isso os deixe soando como uma banda sem identidade. Isso eles possuem, e muito, e a música deles é deliciosamente melodiosa e envolvente, mostrando refinamento em cada refrão (um dos pontos fortes do quinteto), guitarras com bases e solos caprichadas nas melodias; e baixo e bateria formando uma base rítmica sólida e bem trabalhada. 

Ou seja, é um CD bom demais!

O próprio quinteto, em conjunto com Gustav Ydenius, produziram “Mastery”. E o resultado é uma sonoridade limpa e clara, deixando cada instrumento com timbres bem definidos (mas com a dose certa de peso). Mas é óbvio que a dose certa de peso está presente, transformando as músicas em pedradas quando é preciso. E a arte da capa é de Dimitar Nicolov, que ficou muito interessante. Essa gravura estilizada de Medusa é enigmática e sedutora.

Indo do suave e introspectivo ao pesado, o LANCER se mostra uma banda capaz de lidar com as nuances de seu estilo sem se perder ou ser repetitivo. Isso graças ao belo trabalho nos arranjos de cada canção, e o grupo se mostra maduro e com muita desenvoltura.

Melhores momentos do disco: a força pesada de “Dead Raising Towers”, que exibe belo trabalho de riffs e solos com boa técnica; “Future Millennia” e suas variações interessantes de ritmo, fora o refrão grudento que não sai mais dos ouvidos; a poderosa “Mastery”, que se desenvolve em riffs pesados e cativantes, andamento em velocidade mediana (que belo trabalho de baixo e bateria, falemos a verdade), mostrando ótimos vocais e mais um refrão excelente (ouviu, gamou, simples assim); as mudanças de ritmos apresentadas em “Victims of the Nile”, que vão do suave ao pesado sem pudores, e mais uma vez, vemos os vocais mostrando boa diversidade de timbres, mas o show é das guitarras; em “Iscariot”, uma música rápida e cheia de bumbos duplos que os fãs de Power Metal irão adorar, e existem citações ao trabalho de Fredrik W. Nietzsche (“quanto mais alto voamos, menores aparentamos para aqueles que não sabem voar”); a melodiosa e introspectiva “World Unknown”, que nos permite observar a faceta mais emotiva do trabalho da banda; e o peso-pesado chamado “The Wolf and the Kraken”, com andamento não muito veloz, permitindo assim que cada instrumento possa mostrar sua força em plenitude. Há ainda uma faixa extra, a reprise de “Follow Azrael”, que aparentemente possui uma mixagem ligeiramente diferente da que consta no álbum.

No mais, “Mastery” é um ótimo disco, e os fãs do gênero não se arrependerão de dar uma chance ao LANCER.




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