2016
Independente
Importado
Tracklist:
1. Fire in Your Chest
2. City of Gold
3. Mirrors
4. Lights Brighter Than
5. Blast
6. Sweet Talkers
7. Deathgrip
Banda:
Dylan Neuman – Vocais
Zach Couch – Guitarras
Lev Lewis – Teclados, efeitos
Rhandy DeGarmo – Baixo
Blayr Lignoski – Bateria
Contatos:
Nota:
Originalidade: 9
Composição: 9
Produção: 8
9/10
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Quando falamos do Metal, podemos dizer que ele tem algumas propriedades interessantes enquanto estilo:
1. Ele se prepara e se renova para os novos tempos, para poder abraçar as novas gerações;
2. Ele é uma herança muitas vezes, pois passa dos pais para os filhos, e assim por diante.
Sabendo disso, podemos abordar a loucura moderna e arrasadora do EMERALD ISLE, quinteto Norte Americano de Tempe (Arizona), que chega com seu primeiro trabalho, o ótimo “Lost Empire”.
A banda mixa influências bem agressivas e brutas do Metalcore e New Metal com melodias fantásticas, tudo sob uma estética instrumental de primeira. Sabiamente, a banda capricha em cada refrão, busca ser diferente das bandas já existentes, e tem identidade musical mais que suficiente para causar reações apaixonadas dos fãs. Aliás, a banda tem tudo para conquistar fãs que nem mesmo gostem desses estilos, pois seu espectro de influências é tão bom que lhes permite ser criativos de uma forma poucas vezes vista. É furioso, melodioso e bem feito, e tudo ao mesmo tempo!
A produção de “Lost Empire” é feita pelo próprio quinteto, tendo consigo a ajuda de Augustus Cryns na co-produção, com masterização de Cameron Mizzel, e eles fizeram um bom trabalho, já que soar firme e pesado como eles soam, mas unindo a isso limpeza e conseguindo associar à massa sonora do grupo teclados e efeitos é um desafio. Mas eles conseguiram, e muito bem, já que tudo pode ser compreendido sem esforços.
A capa e arte gráfica do disco ficaram a cargo de Dylan Neuman (vocalista do grupo), que conseguiu criar algo simples e funcional, bem encaixado na proposta musical do quinteto.
O EMERALD ISLE é um representante da nova safra do Metal dos EUA, e honra suas raízes e o estilo escolhido, criando algo moderno e bem arranjado em termos musicais, mas ao mesmo tempo, existe qualidade e modernidade aliadas de uma forma magistral no meio do caos bem trabalhado que eles impõe. Ouviu, ou vai amar ou odiar, sem meios termos. Mas a maior probabilidade é ficar grudado na banda!
O disco é todo excelente em suas sete faixas.
“Fire in Your Chest” já abre queimando nossos ouvidos com o ótimo contraste entre vocais limpos e outros com timbres mais agressivos, além do ótimo e melodioso refrão (onde alguns arranjos de teclados dão um toque de classe delicioso); outro memorável é ouvido em “City of Gold”, que nos apresentam linhas melódicas formidáveis, feitas por um ótimo trabalho de guitarras. Um pouco mais técnica e cheia de efeitos, mas sem que a acessibilidade musical seja perdida é “Mirrors”, com corais ótimos e um peso absurdo no baixo e na bateria (além de variações de tempo muito boas). Em “Lights Brighter Than” temos uma instrumental climática, baseada em efeitos eletrônicos que vão preparando o ouvinte para o murro de agressividade que é “Blast”, com algumas levadas que beiram o Groove/Thrash Metal insano que o SEPULTURA evoca em álbuns como “Roots”, mas existem momentos melodiosos, mas mesmo assim, os vocais ficam mesmo transitando entre o limpo agressivo e outros timbres mais ásperos. Igualmente equilibrada entre partes agressivas e outras mais melodiosas é “Sweet Talkers”, que cheia de aspectos técnicos interessantes (os teclados e uso de efeitos está no auge nesta canção). Fechando, temos “Deathgrip”, o apelo melodioso e acessível é bem perceptível, e nos embala devido ao trabalho da banda como um todo.
O EMERALD ISLE ainda tem muito caminho a percorrer, verdade seja dita. Mas “Lost Empire” nos permite antever que o futuro deles tende a ser grandioso.
Ah, o motivo de eu dizer que o Metal é uma herança nessa resenha? É simples: um dos membros do EMERALD ISLE é filho de um dos músicos do insano ST. MADNESS, logo, podemos ver que o gosto pelo Metal é hereditário.