2016
Importado
Música:
1. Only the Brave
2. Dust
3. Glad Rags
4. The Reason Why
5. Never Give
6. Do It Again
7. I Got the Music in Me
8. Praying for a Miracle
9. Blood Red Sky
10. Angel in Disguise
11. The Devil You Know
Banda:
Jacopo Meille – Vocais
Robb Weir – Guitarras
Micky Crystal – Guitarras
Gavin Gray – Baixo
Craig Ellis – Bateria
Contatos:
Nota:
Originalidade: 9
Composição: 10
Produção: 9
9/10
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
NWOBHM.
Esse movimento mixa a paixão pela música, a força do “Do It Yourself”, e a retomada do Heavy Metal após um longo inverno em que o estilo havia sido dado como morto.
Naquela época (entre os anos finais dos 70 e o meado da década de 80), centenas de bandas surgiram no Reino Unido, algumas se tornando gigantes, outras ficando no meio termo, e outras que nunca saíram mesmo da garagem. Mas existe o grupo dos que este que vos escreve chama de “azarões”, ou seja, bandas com um enorme potencial, mas que ficaram presos no underground, e verdade seja dita: as bandas do primeiro time tiveram sorte, pois se essa turma tivesse tido uma chance de sucesso, poderíamos ter outros nomes no lugar deles. E uma dessas bandas que sempre teve muito potencial, mas que nunca teve o merecido reconhecimento foi o TYGERS OF PAN TANG, de Whitley Bay, Inglaterra. Por suas fileiras, passaram John Sykes (que esteve no THIN LIZZY, no WHITESNAKE e no BLUE MURDER), John Deverill (hoje um ator de relativo sucesso), e outros. E mesmo com a formação bem diferente de sua época clássica, e ainda tendo a liderança do veterano e único membro original, o guitarrista Robb Weir, eles se recusam a parar e nos brindam com mais um disco excelente, “Tygers of Pan Tang”.
Se perguntarem o que o quinteto nos trás de novo, é preciso que fique claro: nada.
Óbvio que não, pois estão com praticamente 40 anos de luta, muitos calos, mas este Tigre Inglês ainda tem muita lenha para queimar, e seu estilo está intocado em relação ao passado, apenas um pouco mais sofisticado e elegante, mas sempre aquele Heavy Metal tradicional cheio de energia e com muitas melodias, com aquela instrumentação perfeita, ótimos refrãos de assimilação fácil, grandes doses de Hard Rock clássico, e muita identidade. E como disse um amigo da imprensa, os velhinhos estão voltando para ensinar aos mais jovens o que é fazer Rock. E nisso, meus caros, o TYGERS OF PAN TANG é um mestre!
Preparem-se, que a aula vai começar!
“Tygers of Pan Tang” tem uma produção Sonora caprichada, sabendo equilibrar peso, agressividade, melodia e clareza muito bem. Lembremos que o quinteto tem uma dose generosa de acessibilidade musical, logo, precisam de algo limpo, mas como precisam de peso e certo toque de sujeira, ele foi dado na medida certa. É um trabalho ótimo de Søren Andersen (que trabalhou com ARTILLERY e PRETTY MAIDS) na mixagem e de Harry Hess na masterização.
A arte é bela, bem feita, e possui uma declaração: mesmo já experiente esse Tigre inglês está mais que disposto a tomar o mundo. E se você, caro leitor, conhece bem a NWOBHM, sabe que eles podem chegar lá.
Em “Tygers of Pan Tang”, o quinteto soube usar de uma dose maior de acessibilidade musical, ficou um pouco mais melódico, mas sem descaracterizar seu estilo forte e possante de fazer música. As músicas possuem arranjos de primeira, e a banda inteira funciona perfeitamente.
Melhores momentos do quinteto nesse disco:
“Only the Brave” – É a faixa do primeiro Single de divulgação e vídeo. Nela, temos o estilo forte da banda muito claro, mostrando um refrão simples e bem fácil de assimilar, acompanhado de guitarras faiscantes nas bases bem sólidas e nos solos melodiosos. Óbvio que baixo e bateria fazem a base rítmica na medida, com boa técnica e muito peso, e os vocais são ótimos.
“Dust” – Aqui temos uma canção com forte acessibilidade musical, bem puxada para o Hard melódico clássico, inclusive com backing vocals apontando para esta direção. Mas ao mesmo tempo, percebe-se uma interpretação perfeita dos vocais.
“Glad Rags” – Aquela levada Hard/Bluesy bem azeda, mas sem que a acessibilidade ou as melodias se percam. Mais uma vez, baixo e bateria estão muito bem.
“The Reason Why” – Uma linda balada, muito melodiosa e que poderia tocar em rádios sem causar reações adversas. Mas nem por isso ela deixa de ter seu valor, uma vez que possui arranjos belíssimos de guitarras e um senhor refrão.
“Do It Again” – A energia crua e melodiosa da NWOBHM mais uma vez se faz sensível, com um andamento instigante, e mesmo alguns toques à lá Robert Plant aparecem nos vocais, e um solo de guitarra muito melodioso.
“Blood Red Sky” – Outra injeção de energia da NWOBHM, mas com alguma coisa moderna no alinhavo melódico da banda. E a banda mostra que não fica presa ao passado, mas sabe usar do que quer para criar sua música. Muita melodia e bons arranjos de guitarra mais uma vez.
“The Devil You Know” – Bateria e baixo dão fazem uma introdução bem pesada e instigante, mas logo a banda entra, usando e abusando de muito boas bases de guitarra e mais um ótimo refrão. A cozinha rítmica está perfeita, as duas guitarras rugindo para todos os lados, e os vocais mostram uma diversidade de timbres muito boa.
É melhor tomarem cuidado, pois o TYGERS OF PAN TANG está de volta, e com “Tygers of Pan Tang”, eles estão mostrando vontade de crescerem ainda mais e ganharem o espaço que merecem. E o CD vai ganhar versão nacional em breve, o que vai fazer muitos clones da NWOBHM aprenderem com quem é da época e saber fazer com o coração.
Ótimo disco, e podem deixar a tecla “repeat” apertada direto.