7 de mai. de 2016

VULTURE WINGS - Funeral Grounds (EP)


2016
Independente
Nacional

Nota: 8,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


A fertilidade do Brasil para bandas de Metal extremo é algo realmente surpreendente.

Basta olhar para publicações de confiança, como sites, revistas e zines e ver no número de bandas que se dedicam às vertentes mais esporrentas do Metal. O grupo não é pequeno, e poderíamos aferir que 75% das bandas nacionais dedicam seus esforços ao Thrash Metal, ao Death Metal, ao Black Metal ou alguma de suas vertentes. E isso torna o trabalho de se sobressair em meio ao dilúvio bem difícil.

Mas ainda bem que temos sorte, pois vez por outra surgem bandas promissoras, como o quinteto VULTURE WINGS, de Teresópolis (RJ), que chega com seu primeiro lançamento, o EP "Funeral Grounds".

A banda segue uma linha mais clássica dentro do Death Metal, algo próximo a bandas como ENTOMBED e DISMEMBER de seus primeiros trabalhos, embora não se furtem a usar elementos um pouco mais modernos. E assim, a música da banda se destaca justamente por ter uma gama de influências que os retira do bojo das bandas que só fazem mais do mesmo, ou daquelas que nem chegam a tanto. O VULTURE WINGS veio para acrescentar, para somar, e não para ser apenas mais um em meio a tantos.

O conhecido produtor Daniel Escobar foi quem pôs a mão na massa e acompanhou a gravação, mixou e masterizou o EP, tudo feito no HR Studio, tendo a própria banda com ele na produção. Óbvio que o trabalho soa brutal e cru nas medidas certas, com o peso vindo das músicas em si, e não da gravação. E, aliás, que se diga de passagem: a banda está com uma sonoridade seca e translúcida, nos permitindo entender o que eles estão fazendo. Óbvio que ainda não é o auge do que pode ser feito, mas está em um bom nível.

Tanto a arte como o layout ficaram nas mãos de Augusto Miranda, que mesmo na simplicidade de cores, fez algo muito bom e funcional, e que se encaixou como uma luva na proposta do grupo.

Musicalmente, o VULTURE WINGS se mostra uma banda que foge da acomodação, de repetir as fórmulas já erodidas pelo uso abusivo, e busca dar sua contribuição. E justamente pela diversidade musical das influências individuais de cada músico que tudo ganha uma vida diferenciada, aquele toque essencial, aquele algo a mais que faz o trabalho ter sentido, fluindo em cada detalhe, em cada arranjo. E em "Funeral Grounds", eles usam de músicas com média de duração de cinco minutos, logo, conseguem exibir bastante dinâmica, nunca ficando em um único tipo de andamento ou arranjos.

"Oath With No Words" é uma instrumental bruta e climática que vai preparando o ouvinte para o porradeiro que se aproxima. E ele chega de forma grotesca e explosiva em "Tower of Silence", uma música com uma bela dinâmica de andamentos e belo trabalho das guitarras (reparem como os detalhes para o grupo são importantes) e mesmo alguns momentos em que o baixo se destaca. Em "Walking Corpse Syndrome", o ritmo é mais cadenciado, com a bateria mostrando sua força e técnica, ao mesmo tempo em que os vocais usam bastante o contraste entre urros guturais e gritos rasgados, mas reparem bem como mais uma vez as guitarras estão com riffs ótimos e solos não muito convencionais. Fechando, temos "Necrophagous Majesty", um pesadelo sonoro que é cheio de elementos fora do Death Metal em termos de baixo e bateria, mas que poucos podem perceber, e, além disso, é recheada de mudanças rítmicas e vocais guturais no melhor estilo.

Teresópolis está se tornando uma nova força do Metal no RJ, e pelo visto, o VULTURE WINGS deve se tornar umas das forças do Metal na cidade.

Tem muito futuro, e isso chega a ser óbvio.










Músicas:

1. Oath With No Words
2. Tower of Silence
3. Walking Corpse Syndrome
4. Necrophagous Majesty


Banda:


João Valentim - Vocais
Alan Machado - Guitarras
Willian Passos - Guitarras
Ted Fernandes - Baixo
Wellington Cunha - Bateria


Contatos:

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):