Músicas:
01. Primator
02. Deadland
03. Flames of Hades
04. Caroline
05. Black Tormentor
06. Let Me Live Again
07. Face the Death
08. Erase the Rainbow
09. Praying for Nothing
10. Involution
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2015
Independente
Nacional
Nota 9,5/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Contatos:
Som do Darma (Assessoria de Imprensa)
Muitas vezes, definições de rótulos precisam ser explicadas. No caso, quando tratamos do dito Heavy Metal tradicional moderno, estamos falando de bandas que fazem Heavy Metal tradicional, ou seja, peso e melodia em doses generosas, mas o adendo moderno significa que a agressividade da banda em questão é evidente, esbarrando no Thrash Metal muitas vezes. Podemos citar como obras do gênero "Metal Church" do METAL CHURCH, e "Painkiller" do JUDAS PRIEST. Agora, podemos também inserir no gênero o disco "Involution", do quinteto paulista PRIMATOR, que já debuta em alto nível.
Equilibrando influências da NWOBHM com o peso e agressividade do JUDAS PRIEST, o quinteto mostra que sabe criar uma música forte e pesada, mas com melodia e peso bem definidos. Aqui, você encontra o autêntico e puro Metal tradicional com uma pegada atual, diferenciada e cheia de energia. E digamos de passagem, apesar de não ser inovador (no sentido de estar criando alguma coisa inédita em termos musicais), ouvir esse disco é ter a certeza que a escola brasileira do gênero vai muito bem, obrigado.
Daniel de Sá é o produtor de "Involution", e ele soube deixar o trabalho da banda no mais alto nível possível. Seco, pesado, intenso e com uma clareza instrumental de alto nível, a banda desfila suas canções de forma que possamos compreender sua proposta e tenhamos acesso ao que eles podem oferecer de melhor.
Baseado em "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, e obras de vários filósofos, a capa de "Involution", feita pelo vocalista Rodrigo Sinopoli reflete o conceito da raça humana estar indo para o passado, voltando às suas raízes, ao invés de afastar delas. Uma temática ambiciosa em uma época em que os fãs mal acompanham letras...
Inteligente, pesado e bem acabado. Assim podemos definir o que o PRIMATOR faz em sua música, enriquecida com arranjos fortes e agressivos, ao mesmo tempo em que a banda vai evoluindo por suas composições sem soar repetitivo ou mesmo maçante.
O disco todo é muito bom, mas podemos destacar as seguintes faixas:
Primator - A banda já abre o CD com uma saraivada de riffs agressivos, mas sempre entremeados por belos e melodiosos duetos de guitarras. As alternâncias de ritmo são ótimas, e belo trabalho dos vocais, que usam bem de timbres bem altos e agudos.
Deadland - Mais pesada e azeda, com um andamento em velocidade mais moderada, prevalecendo a força da base rítmica da banda, que mostra alguns momentos técnicos ótimos.
Caroline - Pesada, cadenciada e muito agressiva, mesmo com algumas melodias muito bem colocadas. E além de uma aula de interpretação dos vocais, vemos riffs raçudos e empolgantes.
Black Tormentor - Uma ótima canção, apresentando um refrão pesado e envolvente. E a dinâmica entre riffs e base rítmica é muito boa.
Face the Death - Uma faixa com o andamento em meio tempo, ganchuda e bem ríspida, capaz de deixar os fãs boquiabertos devido aos backing vocals fortes e peso dado por baixo e bateria.
Erase the Rainbow - Esta segue aquela dinâmica de momentos mais técnicos e andamento em meio tempo, adornada com vocais muito bem postados, mais uma vez usando muito bem timbres mais agressivos e outros bem agudos.
Involution - Por ser a faixa-título, carrega uma enorme responsabilidade. E ela consegue cumprir à risca sua tarefa, sendo uma faixa bem trabalhada, equilibrando peso, agressividade e melodia muito bem. Ponto para o trabalho das guitarras do grupo, que estão fantásticas.
O PRIMATOR pode evoluir mais, mas "Involution" já mostra que seu potencial musical é enorme, a ponto da possibilidade de serem um dos grandes nomes no gênero por aqui não ser algo a ser desconsiderado.
Ponho fé!
Banda:
Rodrigo Sinopoli - Vocais
Márcio Dassié - Guitarras
Diego Lima - Guitarras
André dos Anjos - Baixo
Alexandre Birão - Bateria
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