Nota 9,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Sempre que uma nova banda, com integrantes conhecidos no meio do Metal e do Rock, surge, logo uma pergunta extremamente rotineira é feita: "será que ela manterá os traços de algum trabalho feito por seus membros?"
É uma pergunta que coloca qualquer bom trabalho em xeque, que realmente pode pôr tudo a perder, já que muitos se decepcionam por encontrar (ou não) traços de similaridades. Mas sempre é um desafio para ouvintes e bandas, ainda mais quando as mesmas oferecem algo salutar, como o WARFATHER nos concede em sua estréia com o excelente "Orchestrating the Apocalypse".
Antes de tudo, temos a presença de músicos com bandas como NILE, MORBID ANGEL, PROSTITUTE DISFIGUREMENT, SINISTER e DESTRÖYER 666 em seus currículos, logo, experiência não é problema. Inclusive, a banda é tem um toque que foge de fronteiras, pois Deimos (bateria) é holandês, Avgvstvs (baixo) é brasileiro, e Steven Tucker (guitarras e vocais, e sim, é ele mesmo) é Norte-americano. E a música do WARFATHER é uma golfada brutal, opressiva e técnica de Death Metal, mostrando um trabalho diferenciado. Ótimos vocais urrados, riffs de guitarra ríspidos e solos insanos (embora a noção de melodia não esteja ausente, fugindo bastante do esquema "alavanca-nota-alavanca"), base rítmica com diversidade técnica e muito peso, e a música é um pouco além do que muitos podem esperar, já que o resultado final é uma música bem explosiva, opressiva, de ótimo nível técnico e bem variada (nada de disco de um fôlego só).
Warfather |
A arte de Ken Coleman é algo belo e totalmente antenado com a realidade sonora/lírica da banda, em especial com a letra de "Gods and Machines". E tudo isso em um belíssimo Digipack de seis painéis!
A música do quarteto é vibrante e cheia de energia, pesada e densa, mas ao mesmo tempo, vemos que "Orchestrating the Apocalypse" é um disco muito bem construído e finalizado, com cada aspecto sonoro esmerado, mas sem obliterar a espontaneidade do trabalho, com arranjos muito bem pensados e cuidados de forma a preencher as canções.
Temos três introduções em 12 faixas, ou seja, são 9 canções de puro amassa-crânios e quebra-pescoços. O CD já abre com a monstruosa e veloz "XII" (onde os riffs e bateria mostram uma técnica fantástica), seguida por uma faixa mais cadenciada e pesada, que é "Legions" (recheada de riffs sólidos e solos bem insanos). Em "My Queen Shall Not Be Mourned", sob a força sonora e agressiva da base rítmica, vemos algumas melodias das guitarras surgindo de forma espontânea (e alguns toques de teclados dão um sabor bem especial à canção, uma das melhores de todo CD). Após a intro "Taunt the Deity", vem "The Shifting Poles", uma monstruosidade musical com andamentos bem alternados e vocais perfeitamente assentados sobre a base instrumental da banda (Deimos é um monstro nas baquetas e bumbos!). A intro "Summoning the Warfathers" precede "Ageless Merciless", onde a tônica é mesmo a velocidade não tão extremada, mas o peso de ótimos vocais e riffs pesados, que preenchem a canção como um todo. "The Chaos Of" (outra intro) dá início à abrasiva e caótica "Gods and Machines", outra faixa de peso mamutesco e alguns poucos momentos velozes, mas muitos tempos quebrado, técnica perfeita de baixo e bateria, e solos doentios, o que a transforma em outro grande destaque do disco. "Ashes and Runes" é outra tijolada com muitos tempos quebrados e técnicos (onde o baixo aparece bastante), enquanto "We Are the Wolves", que encerra o CD, é mais tradicional em termos de Death Metal (embora alguns momentos extremos surjam aqui e ali).
Uma ótima revelação, e é bom ver esses sujeitos na ativa. E ainda por cima, nos brindando com um disco tão bom...
Tracklist:
01. XII
02. Legions
03. My Queen Shall Not Be Mourned
04. Taunting the Deity
05. The Shifting Poles
06. Waltz of the Solstice
07. Summoning the Warfathers
08. Ageless Merciless
09. The Chaos Of
10. Gods and Machines
11. Ashes and Runes
12. We Are the Wolves
Banda:
Steve Tucker - Guitarras, Vocais
Armatura - Guitarras
Avgvstvs - Baixo
Deimos - Bateria
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa da Greyhaze Records no Brasil)