Independente
Nota 9,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
A América do Sul sempre teve ótimas bandas. Essa afirmativa é histórica, mas é necessário que olhemos não só para a cena brasileira, já que nossos queridos hermanos de outros países do continente também fazem trabalho sublimes, dignos de menções honrosas e palmas. E o excelente quinteto INNVEIN, de Buenos Aires (Argentina) fez um belíssimo trabalho em "Timeless", seu disco aqui analisado.
Que fique claro que resumir a banda apenas a Prog Metal é um ato de leviandade, quase que cruel. Sim, o quinteto tem um estilo pomposo e bem trabalhado, mas existem vocais agressivos aqui e ali, duetos de guitarra à lá IRON MAIDEN vez por outra, riffs bem agressivos, e diferente de muitos, seu trabalho é muito pesado. A mistura de ótimos vocais (que usam um timbre não tão alto, embora existam momentos assim, e alguns vocais guturais apareçam vez por outra), riffs em geral muito pesados e agressivos, solos bem melodiosos, teclados maravilhosos, e a base rítmica da banda não é só bem trabalhada, mas pesada e coesa. Resumo: é um orgasmo maravilhoso em forma de música.
Innvein |
O próprio quinteto pôs a mão na massa em termos de produção sonora, e soube o que fazer, já que a qualidade do que ouvimos é algo muito bem feito, sem deixar de ser bem pesado, com tons bem pensados e pesados nos instrumentos. A clareza e o peso se acasalam de maneira quase perfeita. A arte, feita por Ignacio Rodriguez (guitarra e vocal da banda) e Rodrigo Delucchi (tecladista) ficou linda, muito bem feita, e é um reflexo do que iremos ouvir.
Arranjos perfeitos e bem esmerados, a força do INNVEIN é justamente ali, mas ao mesmo tempo, por mais trabalhada que sua música seja, as músicas soam coesas como um todo. O bom gosto e técnica musical se aliam a uma pegada pesada e coesa, tanto que a banda tem apenas uma canção excedendo os seis minutos, por isso, não cansa nossos ouvidos em momento algum, e a sua assimilação não é difícil.
O disco é bem homogêneo, deixando um trabalho difícil para o Pai Marcão destacar uma ou outra faixa, mas nas primeiras ouvidas, a perfeita e arrasadora "Blackout" (com suas lindas vocalizações e participação perfeita dos teclados), a pesadíssima e acridoce "Poisoned" (com um andamento um pouco menos rápido e mais climático, onde as guitarras dão um show pessoal, fora os vocais agressivos aparecerem muito bem encaixados), a enigmática e perfeita "Timeless" (baixo e bateria mostram bastante seu talento e força, especialmente porque existem momentos bem pesados), a linda e bem acabada "Dead Flowers" (mais uma bela exibição dos teclados), e a maravilhosa e grandiosa "Dust and Oblivion" (que belíssimo trabalho das guitarras, onde se percebe a técnica bem sóbria dos solos, mais uma apresentação muito boa de baixo e bateria). Mas torno a dizer: o disco é ótimo como um todo.
Eles não brincam em serviço, criam um CD irrepreensível, e agora, só falta mesmo nossos hermanos do INNVEIN virem para estas bandas!
Muchas gracias, hermanos!
Tracklist:
01. Blackout
02. Poisoned
03. Timeless
04. Innocence Lost
05. Dead Flowers
06. Crimson Sunset
07. Dust and Oblivion
08. Withering Rose
Banda:
Ignacio Rodriguez - Vocal/Guitarras
Patricio Rodriguez - Guitarras
Rodrigo Delucchi - Teclado
Eduardo Giola - Baixo
Alejandro Pavone - Bateria
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