6 de jul. de 2014

Resenha: Gamma Ray - Empire of the Undead (CD)

Nota 5,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Faz um tempo que muitas das bandas da velha guarda dão sinais evidentes de cansaço, talvez porque o velho esquema (gravar disco a cada dois anos, tour promocional, descanso e processo de composição, e começa tudo de novo) tenha acabado com o período de descanso, obrigando muitas vezes a banda a compor um disco de maneira forçada, sem inspiração. E desta vez, a vítima foi o GAMMA RAY, já que "Empire of the Undead" fica devendo.

A banda passou por momentos bem difíceis, como a saída do ex-batera Dan Zimmermann em 2012 e o incêndio do estúdio de Kai Hansen, mas mesmo assim continuou e soltou "Empire of the Dead", que dista bastante de seus momentos mais fortes. Não que a banda esteja ruim ou que o novo baterista Michael Ehré esteja em péssimo momento, mas se percebe que o disco poderia ter ido muito mais longe em termos de composição. Sinal evidente que o estresse passado ou um cansaço enorme influenciou, e bastante, no processo de composição.

Gamma Ray
Novamente, Kai e Dirk dividiram a responsabilidade de produzir o disco, tendo Alexander Dietz e Eike Freese na mixagem e masterização. Nesse quesito, não há do que reclamar, pois tudo está claro e perfeito em termos de sonoridade, tudo em seu devido lugar e soando belo e grandioso, e o peso da banda está intacto. Em termos de arte, a capa é de uma simplicidade enorme, um trabalho legal de Antje Schröder, mas que não combina com o grupo, sempre cheio de cores e alto astral.

O grande problema do disco é as músicas em si. O GAMMA RAY continua o mesmo, não se preocupem, e com uma pegada até mais agressiva, parecendo que Kai resolveu dar uma revisada em seus tempos de "Helloween" e "Walls of Jericho", mas está faltando uma inspiração mais profunda, algo que torne as músicas do disco diferenciadas e incendiárias para os fãs. E isso para quem criou obras como "Land of the Free", "Somewhere Out in Space" e "Power Plant" é sempre um desafio.

E vejam que a banda se esforça nesse sentido, já que composições como "Hellbent" (uma pancada direta no ouvido, com bons momentos das guitarras), a hit "Master of Confusion" (onde a banda revisa sua influência mais primordial, o IRON MAIDEN, com um refrão e andamento muito bons, fora trabalho bem legal do baixo), e a forte "I Will Return", mas mesmo assim, elas ficam devendo, faltando alguma coisa que as faça decolar.

Pode parecer que quis ser chato, ou procurei algum Judas para bater, mas pensem: será que "Empire of the Undead" representa à altura uma banda tão influente e grandiosa como o GAMMA RAY?

Esperemos o próximo.



Tracklist:

01. Avalon
02. Hellbent
03. Pale Rider
04. Born to Fly
05. Master of Confusion
06. Empire of the Undead
07. Time for Deliverance
08. Demonseed
09. Seven
10. I Will Return


Banda:

Kai Hansen - Guitarras, vocais, backing vocals
Henjo Richter - Guitarras, backing vocals
Dirk Schlächter - Baixo, backing vocals
Michael Ehré - Bateria, backing vocals


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