8 de jun. de 2014

Resenha: The Black Rook - The Black Rook (CD)

Independente
Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


É sempre um enorme prazer conhecer bandas novas. Sim, pois quantas e quantas são as vezes em que os nomes mais recentes nos surpreendem com trabalhos sublimes, dignos de elogios?

E o nome da vez é o do grupo carioca THE BLACK ROOK, que chega com um disco excelente, auto-intitulado, e que realmente mostra-se uma grata revelação.

O grupo faz Heavy Metal tradicional, direto e bem pesado, com melodias preciosas e ótimos arranjos musicais, remetendo a um híbrido entre o peso e agressividade das bandas do gênero dos anos 80 com a energia e melodia dos 70, mas isso atualizado. E digamos de passagem: é maravilhoso ouvir o trabalho do grupo, pois a fusão de ótimos vocais (em um jeitão de cantar que lembra mestres como Ronnie James Dio, Eric Adams e Rob Halford, mas sem copiá-los), riffs de guitarra abrasivos e pesados (sem deixar de ter melodia e um "catching" Hard'n'Heavy), solos inspirados e com boa melodia, base rítmica baixo-bateria com peso e técnica nas medidas devidas. E é óbvio que a união de tais elementos resulta em uma música que não chega a ser inovadora, mas é honesta e excelente, com muita elegância e peso, ótimos refrões e uma identidade toda deles.

Gravado e misxado nos Kólera Studios por Celo Oliveira, que dividiu a produção com o próprio grupo (e Celo ainda ajudou nos arranjos), o disco tem uma sonoridade pesada e densa, mas com ótima qualidade, pois se pode compreender cada nota e arranjo, bem como cada instrumento separadamente sem dificuldades, sendo que ainda temos a participação de Hugo Faro, Gisele Britto, Raquel Schuler e Marcelo Oliveira no coral de "The Black Rook", e Marcelo ainda tocou a bateria no disco.

A arte, um trabalho de Raphael da Absolut Artwork muito bem feito em tons de cinza, preto e branco, e apesar da simplicidade, tem charme e dá corpo ao trabalho musical do THE BLACK ROOK.

The Black Rook
Antes de mais nada, como dito antes, a banda não busca criar novas vertentes musicais ou algo assim, mas foca suas energias em um trabalho musical muito bem feito, honesto e pesado. E os arranjos musicais fizeram a diferença em composições muito bem construídas e acabadas, sendo um disco ótimo do início ao fim, e que acaba nos envolvendo por completo.

O disco é daqueles que se ouve do início ao fim sem cansar, mas os melhores momentos são a ótima e pesada "Checkmate" (que é uma pedrada direta e pesada, com ótimos vocais e riffs bem raçudos), a "mid tempo" azeda e melodiosa "The Black Rook" (novamente os vocais aparecem muito bem, e o andamento um pouco mais lento nos mostra a força da base baixo/bateria. E que refrão ótimo, com o coral acima citado!), a um pouco mais Hard "Unfortunate" (que riffs ganchudos! Canção para bater cabeça até o pescoço doer), a pesada e com muito feeling "Forget My Name", a azeda e bruta "Rats" (bateria e baixo novamente roubando a cena), a ganchuda "I Am", a mais melodiosa "Madman in Chains" (realmente os arranjos fizeram a diferença aqui, percebam isso nas nuances dos vocais e no capricho dos riffs de guitarra). E ainda na versão que temos em mãos, há uma versão mais pesada e bem própria para "Waiting for the Sun" do THE DOORS, que ganhou uma roupagem à lá BLACK SABBATH.

Ótima revelação das terras cariocas, e o Brasil se mostra um país bem fértil ao Metal, seja em qualquer subgênero que queira.

Ah, sim: comprem a versão oficial que já está disponível no ITunes, pois MP3 ilegal é coisa de frutinhas...




Tracklist:

01. Checkmate
02. The Black Rook
03. Unfortunate
04. Forget My Name
05. Heart of Steel
06. Rats
07. I Am
08. Temptation (Will Bring Me Down)
09. Madman in Chains
10. Dark Disease
11. Waiting for the Sun


Banda:

Flavio Senra - Vocais
Rubens Lessa - Guitarras, baixo, teclados
Marcelo Oliveira - Bateria


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