Metal Samsara: Kid Joe - Nossas Armas (EP)

19 de fev. de 2014

Kid Joe - Nossas Armas (EP)

Independente

Nota 8,5/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia

E mais uma boa banda de Rock'n'Roll dá as caras no Brasil: o quarteto KID JOE, que chega com seu primeiro EP, o bom "Nossas Armas".

O grupo segue uma linha de Rock'n'Roll bem acessível e com toques de Hard Rock (basta reparar bem nos riffs e estruturas harmônicas das canções), sem se preocupar demais com rótulos, divisões ou o que seja. A banda se foca em fazer música de bom gosto, boa de se ouvir e extremamente grudenta, daquela que se ouve e se tem vontade de sair cantando. Vocais bem legais, guitarras caprichadas em riffs e solos (com alguns arranjos bem inspirados), baixo e bateria com técnica bem sóbria e formando uma base rítmica bem coesa.

Gravado nos Estúdios Green (em Florianópolis), com um "pool" de produtores (o próprio grupo, Willian Faria, Caio de Cápua e Alexandre Green), além de uma mixagem feita for dois técnicos (o já citado Alexandre e Hugo Ise, sendo que este último ainda cuidou da masterização), e a produção ficou em um nível bem legal, e temos aquela impressão "poderia ser melhor", pois soa um pouco abafada em certos aspectos, mas como gostamos sempre de frisar, bancar disco do próprio bolso nem sempre é a mais simples das coisas. Mesmo porque está muito longe de ser ruim, pois deu aquela cara de música orgânica e crua ao grupo, com instrumentos em timbrados.

Kid Joe

São apenas 6 músicas, o que é uma pena, já que o gosto de "quero mais" fica evidente após a execução do EP.

"Nossa Arma" é um típico Rock'n'Roll com pitadas de Hard muito bom e ganchudo, onde o baixo se mostra bem firme e com aquele refrão que entra na cabeça e fica. "Controle" segue a mesma linha, com belo trabalho das guitarras, enquanto "Olhos Fechados" é aquele rockão com um andamento mais comportado, com certo ar de blues (herança que o Rock carrega), e alguns arranjos mais limpos de guitarras e belo trabalho dos vocais. Já "Despertar" possui os mesmo elementos, mesmo com maior dinâmica. "Política" já tem alguns toques de Soul, aquele belo e forte "groove" Norte-Americano, onde bateria e baixo se destacam (detalhe: esta música não está citada na contra-capa, mas tem sua letra no encarte), e fechando, "Perdão", uma faixa bem mais acessível, lembrando algumas bandas do chamado Rock Brasil em suas fases mais iniciais, só que mais bem cuidado em termos de arranjos e com guitarras fortes e belos momentos do baixo.

Uma banda muito boa, que merece maior exposição e que, com certeza, merece ser ouvida em alto volume.