18 de out. de 2013

No Remorse - DemoHATE (EP)

Independente - Nacional
Nota 9/10

Por Marcos Garcia


O Brasil realmente é um país bem Thrasher, digamos de passagem, pois o número de bandas adeptas do estilo por aqui é bem grande, e todos os dias surgem mais e mais nomes, alguns bem relevantes, e mesmo sem querer trazer algo de novo, são fortes e convincentes, sem medo de mostrar que possuem "sangue nos olhos" e agressividade saindo pelos poros. E mais um bom nome a se juntar a turma no moshpit é o carioca NO REMORSE (que para os íntimos é também conhecido como NR), que com seu EP "DemoHATE", mostra que veio para quebrar ossos e causar torcicolos em muitos.

Adeptos da North American School of Thrash, o som da banda é um amálgama bem feito entre o som trabalhado de bandas como TESTAMENT e DEATH ANGEL, mas com a pegada bruta do SLAYER, ou seja: saiam da frente antes de serem atropelados com toda crueldade possível!

Vocais secos e bem postados, riffs muito agressivos e intensos, solos insanos, baixo e bateria em um jeito mezzo técnico e mezzo pesado extremamente bem feito, resultando em uma música muito agressiva e disposta a não deixar ninguém parado. É moshpit certo, com direitos a hematomas e ossos doloridos, e o melhor de tudo: o NR não é daquelas bandas que querem rebuscar a velha escola, não é retrô. É vivo e cheio de energia, demonstrando todo ódio possível em forma de música.

Quando olhamos o encarte, não é surpresa em ver o motivo da sonoridade da banda estar ótima: é mais um trabalho dos Pirozzi Brothers, feito no Pyro Z Studio. E como esses sujeitos realmente entendem de produção sonora (ou seja, gravação, mixagem e masterização é com eles), cada instrumento aparece na medida certa, sem exageros, mas sempre soando pesados. E a parte gráfica, apesar de nada muito complexo, é funcional demais, bem tratada, com encarte em tons de preto, branco e cinza, mas o selo do CD é algo muito legal. Deixo ao leitor o direito da descoberta.

Musicalmente, como dito acima, o grupo foge de experimentalismos que podem levar a produtos não tão bons, mas mesmo assim, o som deles tem méritos bem acima da média.

Todas as 5 faixas (a primeira, "Cannibal Assault", é uma introdução) são obrigatórias para fãs de um bom moshpit e slamdancing. A ótima "Growing Hate" abre o disco (uma golfada Thrasher bem agressiva, com ótimo trampo das guitarras, especialmente nos solos), seguida da intensa "Death Clock" (com um andamento mais moderado, embora tenha seus momentos mais rápidos. Baixo e bateria mostram um trabalho ótimo nela como um todo), da longa e sinuosa "Single Bullet" (mais focada em um andamento entre o moderado e o mais lento, onde a técnica das guitarras e cozinha ficam extremamente à mostra), da totalmente insana "Drunkyard" (veloz e brutal, com certos toques de TANKARD, inclusive na letra. As paredes tremem quando em volume elevado, e reparem na técnica dos solos), e fecham com a empolgante "Souls of Hypocrisy" (ótimos vocais, riffs bem ganchudos, baixo e bateria esbanjando peso e técnica em uma faixa mais cadenciada). E não, se seu pescoço está doendo depois de ouvir, não é mero acaso, pois o desse autor também está.

Ótima banda, ótima revelação, e que o slamdancing comece!

Em tempo: o guitarrista Paulo Curty não faz mais parte do grupo. Esperemos que a banda consiga arrumar um logo, pois sua música ao vivo precisa de uma segunda guitarra.




Tracklist:

01. Cannibal Assault (intro)
02. Growing Hate
03. Death Clock
04. Single Bullet
05. Drunkyard
06. Souls of Hypocrisy


Formação:

Igor Rodrigues - Guitarras e vocais
Paulo Curty - Guitarras
Pedro Nazareth - Baixo e backing vocals
Erick Mamede - Bateria


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