Nota 10/10
Por Marcos Garcia
Desde que foi formado nos anos 80, o quinteto DEATH ANGEL nunca foi considerado uma banda de ponta, mesmo porque algumas oscilações estilísticas ocorridas entre seus 3 primeiros discos nunca foram muito bem compreendidas e aceitas pelos fãs de Thrash Metal na segunda metade dos anos 80. Acabaram, surgiu o finado THE ORGANIZATION (sem Gus nos vocais), até que se reuniram de novo em 2007, e de lá para cá, o quinteto anda descendo a marreta em quem fica pela frente, pois retomaram o estilão inicial da época do "The Ultra-Violence", só que ainda mais ríspido e agressivo, sem perder as doses de melodia que o estilo exige. E assim, chegam com o ataque sonoro chamado de "The Dream Calls for Blood", seu novo trabalho.
O quinteto, já com uma formação bem diferente do que foi nos anos 80 (apenas os veteranos Gus e Rob da formação original ainda estão), está muito bem, obrigado, e seu Thrash antes mais melodioso e com Groove, agora está seco e muito agressivo, com vocais rescantes intensos (Gus melhorou muito cantando dessa forma), as guitarras ainda continuam muito técnicas em bases e solos, sempre com melodias, mas os timbres estão muito abrasivos, e baixo e bateria estão em um entrosamento fantástico, bem técnicos e pesados, sem buracos na base rítmica.
Tendo as mãos de Jason Suecof na produção (DEICIDE, DEVILDRIVER, TRIVIUM, entre outros, já passaram por suas mãos), gravação e mixagem (ajudado por Rob), mais a masterização de Ted Jensen, tudo gravado nos Audiohammer Studios, óbvio que o trabalho teria que ser muito limpo e extremamente pesado, com tudo em seu devido lugar sem se embolar. Mas a dose de agressividade dada ao disco é absurda!
A arte, um belíssimo trabalho de Brent Elliott White (com o conceito feito pelo chefe Rob), é muito bem trabalhada, que vai preparando o ouvinte para a pedrada na cara que vem por aí...
Como dito antes, este disco é muito agressivo, muito bruto, mas mesmo assim, é amar ou odiar logo de primeira, já que ele é bem homogêneo em termos de composição, bem balanceado em tudo.
É meio injusto destacar alguma faixa em um disco tão bom, mas nas primeiras audições, a pedrada "Left for Dead" (reparem como Gus está cantando muito, em um trabalho perfeito), a agressiva "Son of Mourning" (bases e solos de guitarra perfeitos na técnica e peso), a rápida e intrincada "The Dream Calls for Blood", a fantástica e técnica "Don't Save Me" (baixo e bateria perfeitos, andamentos insanos, riffs complexos e ótimos solos), e a belíssima e bruta "Empty".
Esse DEATH ANGEL sim está no mesmo patamar de qualquer gigante do Thrash Metal, e até melhor que alguns que, infelizmente, andam mal das pernas...
Ouça, compre e mate seu vizinho chato do coração!
Tracklist:
01. Left for Dead
02. Son of the Morning
03. Fallen
04. The Dream Calls for Blood
05. Succubus
06. Execution/Don’t Save Me
07. Caster of Shame
08. Detonate
09. Empty
10. Territorial Instinct/Bloodlust
Formação
Mark Osegueda - Vocals
Rob Cavestany - Guitarras, backing vocals
Ted Aguilar - Guitarras
Damien Sisson - Baixo
Will Carroll - Bateria
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