3 de mai. de 2013

Por Aqueles que partiram e pelos que ficam - Uma reflexão


Por Marcos Garcia

Nos últimos anos, muitos dos grandes ídolos do Metal estão seguindo o destino inexorável de todos os seres humanos: de encerrar a passagem neste mundo, e ir para o desconhecido. E isso sempre causa enorme comoção entre os que ficam, pois todos sabemos que não os veremos outra vez.


Desde que John Bonham, baterista do LED ZEPPELIN, seguiu este caminho na década de 70, em decorrência do abuso de álcool, e a banda acabou (pela importância do mesmo), sempre fica aquela terrível sensação de perda, de um vazio que não será ocupado por outra pessoa. 


E sim, este vazio não tem como ser preenchido em tese, pois não existe uma pessoa idêntica a outra. 

Alguém pode até entrar na banda no lugar de quem partiu (e isso deve acontecer, pois a vida segue para os vivos), mas não será igual em nenhum sentido ao seu antecessor. Não há como. Não existirão outros Randy Rhoads, Ray Gillen, Quorthon, Cliff Burton, Jeff Hanneman, Clive Burr, Blackmoon, Mortifer, Valfar, Dead, Euronymous, Dimebag Darrel, Eric Carr, Chris Witchhunter e tantos... Não, porque cada músico é um indivíduo diferente do outro, com um estilo de tocar próprio, com sua identidade bem definida.


Mas ao mesmo tempo, não há porquê uma banda encerrar as atividades apenas porque um deles (infelizmente) nos deixa. Chega a ser algo extremo demais, e a melhor homenagem aos que seguem para o além-vida é viver bem e em plenitude. Só há razão para tanto quando a essência do grupo se concentra em uma única figura, aquele músico que encarna a música da banda e a lidera, e este vem a falecer. Este é o caso de Phil Lynnot e o THIN LIZZY, que o próprio Phil havia encerrado em 1983. Fora casos assim, a banda deve continuar.


E não é uma questão de qual músico é melhor ou pior do que o outro, já que muitas vezes, um músico possui um estilo de tocar que agrada e é mais relevante para algumas pessoas que para outras. 


Exemplo: Gary Holt, do EXODUS, é um guitarrista fantástico, com trabalhos contundentes e relevantes no Thrash Metal, mas será que ele realmente seria um substituto para Jeff Hanneman no SLAYER?


Pode ser pela questão de técnica (embora, como dito acima, Jeff e Gary tenham estilos bem distintos), mas pelo fator de composição, a coisa ficaria estranha. Jeff criou alguns dos maiores hits do SLAYER, músicas que são extremamente importantes para o Thrash Metal, e talvez para o Metal como um todo. Gary também é um ótimo compositor, mas vejam que canções como 'Angel of Death' e 'South of Heaven' são extremamente diferentes de 'A Lesson in Violence' e 'Strike of the Beast'. São estilos muito distintos de composição, ambos muito bons.


Ou seja: o SLAYER, caso Gary Holt seja efetivado, quando lançar o próximo disco, não será o mesmo dos tempos de Jeff. 

Melhor? Pior? 

Nem um, nem o outro, apenas diferente. 

Então, usando este exemplo, por favor, concedam a quem fica o direito de continuar a obra, seja pelo profissionalismo, seja em honra a quem partiu...


Voltando ao assunto inicial, aqueles que vão para o andar de cima deixam saudades, óbvio, mas eles devem estar agitando muito, cantando e fazendo da outra vida uma enorme show, e nos esperam de braços abertos neste ir e vir eterno da Roda de Samsara... E enquanto  nos esperam, torcem por aqueles que ficam, para que honrem sua memória, vivendo, tocando e agitando por aqui intensamente.



Que todos que partiram agitem no paraíso em paz, e agradecemos de coração por suas contribuições inestimáveis, pois nossas vidas, sem vocês, seria muito menos feliz...

Rock in Peace, and thanks for all, brothers and sisters...



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